Desde quando eram crianças, Kisa e Alfredo sempre se implicaram para esconder o sentimento que nutriam um pelo o outro. Com o passar dos anos, isso não mudou, as provocações e brincadeiras só aumentaram, até que Alfredo foi fazer faculdade em Londre...
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Kisa e eu ultimamente estamos vivendo de indiretas em postagem do Instagram. Ela posta uma foto, eu posto uma foto, ela posta foto do Flink, eu posto que estou com saudade do Flink. Está sendo engraçado e bom, pois percebo que ela está começando a me perdoar.
— Senhor? — Tiro a atenção do celular e viro para o motorista. — A senhorita Vezenic chegou.
Hoje tem um evento de uma socialite amiga das famílias, e Kisa e eu vamos juntos. Ela e a equipe dela achou que seria bom os dois usarem a nova coleção no mesmo lugar, uma boa divulgação nas mídias.
— Obrigado.
Viro o rosto para o lado e observo a cacheada andar em minha direção. Ela sempre anda muito bem de salto com o seu cabelo balançando, assim como a sua bolsa que sempre balança em seu ombro.
Kisa e eu estamos usando um terno de três peças bege, a diferença é que eu estou com camisa social branca e gravata por baixo, ela não. Também ela está de salto branco e eu estou de sapato social marrom.
— Nossa! Depois de ver você, meus testículos até melhoraram — digo, enquanto ela se aproxima.
— Deixa eu piorar eles de novo.
— Só se for do jeito que eu estou pensando.
— Nos poupe, Alfredo.
Solto uma risada.
— O verdadeiro significado de tanto faz — escuto a voz da minha irmã. — Um dia a Mia e eu vamos nos vestir igual também. Né, Mia?
— Não. — Mia faz expressão de desgosto. — Eu acho brega.
— Então porque você concordou com isso, senhorita Cooper? — Kisa ergue as sobrancelhas.
— Porque isso é uma coleção, um trabalho, meu trabalho. É diferente.
Deixo de olhar a pequena discussão que se forma das meninas e raparo minha mãe saindo do carro, vindo até nós apressadamente.
— Kisa, minha nora, faça um favor para mim — pede minha mãe.
— Eu não sou sua nora, tia Catrina.
— Ah, você é, sim. Você e o Alfredo logo vão voltar, eu sinto. Está destinado, Ki.
— Eles não acreditam quando eu falo — diz Keyla.
— Eu faço. Qual o favor? — pergunto.
— Você também vai fazer, é um trabalho para dois.
— Um neto? — Keyla franze o cenho. — Isso é um trabalho para dois.
— Isso será depois. — Minha mãe lança uma piscadela para caçula. — Preciso que vão na cobertura e pegue um colar de diamantes para o leilão, eu esqueci.
