Desde quando eram crianças, Kisa e Alfredo sempre se implicaram para esconder o sentimento que nutriam um pelo o outro. Com o passar dos anos, isso não mudou, as provocações e brincadeiras só aumentaram, até que Alfredo foi fazer faculdade em Londre...
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Passaram-se alguns dias, o Alfredo e eu não nos falamos mais. Soube por Victor que ele passou dois dias em Londres resolvendo alguns assuntos da sua empresa.
Não que eu me importe, mas é estranho ter ele longe novamente.
— O que acharam? — pergunto, me referindo a peça que eu desenhei que está no telão. — Sejam sinceros. Não é porque eu posso demitir vocês, que não quero a verdade. — Olho com uma expressão séria e depois solto uma risada. — Estou brincando, sejam realmente sinceros.
— Achei perfeito — Lídia diz.
Meus funcionários me conhecem, sabem que eu prezo pela honestidade acima de tudo. Eu tenho uma ótima relação com todos eles, somos como uma família, mas mantendo respeito.
— Eu amei, tem que entrar para a coleção — Paulo diz.
— Peça única. — Lidia gira a caneta. — Seria uma ótima jogada, todos iriam querer uma peça desenhada pela Kisa.
— Tem que fechar o desfile — Johnny diz. — Uma jogada de ouro. Você tem belos traços, chefinha.
Abro um sorriso.
— Vou falar com o Martell, vou comprar uma joia exclusiva — digo.
Checo a hora no relógio da parede e percebo que já está quase na hora do almoço.
— Dispensados. Obrigada, pessoal — digo e todos saem, menos a Mia.
— Estou orgulhosa. Você é muito talentosa — diz, saindo da sala. — Te espero na garagem.
Volto para a mesa da minha sala, onde aconteceu a pequena reunião, sento na minha cadeira e abro o notebook. Estalo os dedos e me preparo para digitar um belo e-mail profissional.
"Querido senhor Martell
Eu gostaria de comprar uma jóia fora do nosso contrato. Uma jóia única e exclusiva. Farei uma peça única e preciso de uma joia. Isso não irá interferir no nosso contrato, mas preciso de exclusividade. A joia será unicamente da coleção e não será vendida por fora"
Atenciosamente Vezenic, Kisa
De: @kv.vezicci Para: @Martell.gc
Envio o e-mail e volto a trabalhar.
Ouço batidas na porta e paro de olhar o notebook para permitir a entrada da pessoa.
— Bom dia, Kisa — Marcel me cumprimenta. — Vim conversar sobre números.
— Algo errado? — pergunto, meio aflita, observando ele se sentar.
— Ao contrário, tudo certo, eu diria perfeito. — O senhor moreno de olhos verdes sorri. — Os números crescem cada vez mais, o que gastamos não é nada comparado ao que ganhamos. — Me entrega o tablet.
