Entro no hospital, enquanto Kisa é carregada em uma maca desacordada. Ela está com um nebulizador por ter inalado fumaça e sua perna está enfaixada, mas eles não sabem dizer se perfurou algo importante ou teve alguma infecção grave durante o caminho na ambulância. Assim que eles entram com ela em uma sala, eu paro na porta por não poder entrar.
— Ela vai ficar bem — Dominic me consola ao por a mão em meu ombro.
— Eu sei.
Olho para o corredor do hospital e vejo a Julieta já vestida com as suas roupas de trabalho, passando meio aflita, indo em direção a pediatria.
Ainda não consegui processar muito bem e entender essa história de filho.
Sento na sala de espera, onde Aron, Victor e Dominic estão. Apoio minha cabeça na parede e suspiro, tentando manter a calma e não surtar. Aron está mudo, não falou nada desde quando a Kisa entrou na ambulância e sua expressão não é nada boa.
Alguns minutos passaram e o pessoal chegou, já pedindo informação da Kisa. Tio Antônio parece estar muito nervoso, até mais que sua esposa. O caso da Kisa provavelmente não é grave, mas fico meio receoso pois ouvi que ela havia ficado bastante tempo em contato com a fumaça, sem contar a facada na perna.
Julieta aparece e me olha meio aflita, depois muda o olhar para o Victor.
— Victor? Podemos conversar? — Julieta pergunta e ele assente, indo até ela.
Eles saíram e entraram em um corredor.
— O que eles vão falar? — Keyla pergunta.
— Não faço ideia — Mia responde. — Mas que história é essa que ela tem filho?
— Filho? — Keyla pergunta, chocada. — Não é do meu irmão.
Só ela para me fazer rir nesses momentos.
— Então quem é o pai? — Mirela ironiza.
— Qualquer um, mas o meu irmão não!
— Eu não tive um filho com ela — falo.
— Como você sabe? — Maria, cunhada da Kisa, pergunta.
— Ué? Sabendo. Preciso te explicar reprodução humana? — Keyla bota a mão na cintura, debochada.
— Por isso mesmo. Quem garante que alguma coisa não pode ter falhado?
— Quase prima, quem garante que ela não pulou o muro?
— Chega vocês duas! — Dominic manda e Keyla senta, irritada.
Os minutos foram passando e parecia que era uma eternidade, mesmo que tivesse passado apenas poucos minutos. Eu olhava a cada 2 segundos o relógio na parede, assim como o tio Antônio. Um doutor finalmente aparece e nós levantamos.
— Parentes da Kisa Vezenic? — pergunta.
— Sim — respondo.
— Todos? — Assentimos. — A paciente está bem — suspiro aliviado — Não foi um corte muito profundo e ela não inalou tanta fumaça, mas ela precisa de bastante repouso devido a sua condição.
— Podemos vê-la? — tio Antônio pergunta.
— É bom deixá-la descansar, além dela ter sido perfurada na perna e ter entortado o pé, tivemos que fazer lavagem estomacal. Foi encontrada em seu organismo raticida...
— Veneno para rato? — Tia Liz arregala os olhos.
— Exato. Estavam envenenando ela aos poucos, queriam matá-la lentamente e fazê-la achar que era apenas sintomas comuns de qualquer dorzinha. E também encontramos sonífero.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Complicada Paixão - Minhas Paixões 01
RomanceDesde quando eram crianças, Kisa e Alfredo sempre se implicaram para esconder o sentimento que nutriam um pelo o outro. Com o passar dos anos, isso não mudou, as provocações e brincadeiras só aumentaram, até que Alfredo foi fazer faculdade em Londre...