Desde quando eram crianças, Kisa e Alfredo sempre se implicaram para esconder o sentimento que nutriam um pelo o outro. Com o passar dos anos, isso não mudou, as provocações e brincadeiras só aumentaram, até que Alfredo foi fazer faculdade em Londre...
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Alguns olhares são direcionados a mim enquanto eu caminho pelo saguão da Martell. Toco os botões do elevador assim que entro nele e encosto a cabeça no metal frio do elevador.
Fazia tempo que eu não vinha aqui.
O elevador abre no andar que fica a sala de reunião e eu saio, caminho pelo corredor extenso e abro a porta. Alguns funcionários me olham de cima a baixo, assim como o Alfredo que me olha e pigarra, fazendo seus funcionários tirarem o olho de mim.
— Boa tarde e desculpem o atraso — digo, me sentando.
— Senhorita Vezenic, como está? — um dos funcionários pergunta.
— Bem. Obrigada por perguntar. — Forço um sorriso.
— Você sabia que esse colar que está no seu pescoço eu que desenhei? — outro pergunta.
— Sério? Que legal.
— Você sabe apreciar um bom vinho, né? — Assinto. — Meu pai tem um vinhedo.
— Eu só tomo vinho da mesma marca. Só tomo vinho Mazzo, vinho de uma amiga.
— Uma pena.
— Podemos começar? — Alfredo pergunta. — Tenho certeza que a senhorita ainda tem coisas para fazer hoje.
— Claro, senhor.
Alguém bate na porta e os olhares se voltam para lá, Sabrina entra e fica parada esperando o Alfredo falar algo.
— Sabrina, traga café para todos, menos para a Kisa, ela não gosta de café puro. Com leite, Kisa?
— Tem vinho?
— Não, senhorita — Sabrina responde.
— Martell, seu pai tinha — digo, dirigindo o olhar para o Alfredo.
— Liga para o Angeles e peça uma garrafa para o meu primo, diz que eu me acerto com ele depois. Vinho Mazzo.
— Vinho rosé suave, por favor.
— Apenas isso, Sabrina. Muito obrigado e pode ir — Alfredo diz.
Sabrina assente e sai.
— Obrigada — sussurro para o Alfredo.
— Nada — sussurra de volta. — Vamos começar, pessoal.
Me endireito na cadeira, cruzo os dedos em cima da mesa enquanto ouço o Alfredo falando sobre as joias que eles estão produzindo para o meu desfile. Por longos minutos, eu apenas ouvi, mal falei pois eu realmente não tinha nada para agregar na conversa, já está tudo acertado.
Depois de um tempo, a Sabrina trouxe a bebida de todos, inclusive o meu vinho rosé. Me servi de vinho, tomei um gole e levantei para explicar algumas coisas sobre as peças que minha equipe está produzindo.
