60.

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DEAN

Fomos o caminho todo em silêncio até a casa dela. Ela continuou encostada no vidro e eu pensando em como me redimir com a merda toda que aconteceu naquela lanchonete. Não queria que ela ficasse chateada comigo, mas droga, eu preciso aprender a controlar o ciúme horrível que tenho dentro de mim. Se ela não estivesse bebendo, eu até poderia ter me controlado mais, mas quando Lizzie bebe, ela fica vulnerável e eu não consigo nem imaginar algum cara tentando se aproveitar dela. Entro em pânico só de lembrar do dia em que ela subiu sozinha e bêbada com aquele merda do Stefan. E agora que eu sei as intenções do babaca do Colen, não vou querer mesmo que ela fique bêbada com ele. É uma mistura de preocupação e ciúmes, mas não quero que ela fique chateada comigo e achando que não estou feliz por ela. Porque eu estou e muito. Ver Lizzie indo atrás dos sonhos dela e conseguindo me deixa orgulhoso e animado por ela. Ela sempre me apoiou quando eu disse que queria ser um profissional no futebol, então eu sempre vou apoiá-la também, independente de tudo. Independente de ela ter que dançar agarrada com aquele cara, é o sonho dela que vai estar se tornando real, e eu sei o quanto ela ficava triste quando ele deixava ela sozinha nos ensaios, achando que não iria conseguir se apresentar no final do ano na Broadway.

— Quer que eu entre com você? — pergunto, cheio de esperança quando paramos em frente a casa dela. Ela me olha e confirma com a cabeça, deixando o meu coração um pouco mais feliz.

Espero ela sair do carro para abrir a garagem para mim. Ela está com o semblante triste, mas acho que o álcool está deixando ela mais despreocupada com tudo. Com o carro devidamente estacionado, abro a porta e saio, entrando para dentro de casa com ela.

— Você está chateada comigo?

— Não — ela responde enquanto tira os sapatos e captura o gato nos braços — só não entendi o seu surto todo só porque eu estava com o Colen, sendo que eu estou com ele todos os dias e você nunca se importou.

— Porque agora eu enxerguei o que ele realmente quer com você e fiquei com com ciúmes. E você ainda estava bebendo com ele, e isso também me deixa preocupado.

Ela me encara, parecendo mais compreensiva e até mesmo achando fofa a minha irritação. Ela se aproxima de mim com um biquinho e com o gato ainda nos braços.

— Você já deu um nome pra ele? — pergunto, acariciando a cabeça do felino.

— Eu pensei em Damon.

O cara da série?

Sim. O cara é um gato e esse aqui — ela indica o gato felino com o braço — também é um gato. Eu achei que poderia ser, o que você acha?

— Eu acho que não quero ouvir você falando o quanto o cara da série é gato — franzo a testa e ela dá um sorriso, deixando o Damon no chão para me dar um beijo, e o gato nos olha, miando. Reviro os olhos — e também acho que pode ser uma referência, porque o Damon da série é um fura olho e esse Damon também.

Ela dá uma risada e eu fico mais leve, colocando os meus braços ao redor da sua cintura.

— Você tem sorte que você fica um tremendo de um gostoso quando está bravo, e ainda mais com ciúme — ela diz, com a voz arrastada de bêbada, se erguendo para tocar nos meus cabelos.

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