6.

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                                  LIZZIE

Sinto o momento exato que estou despertando quando a dor na minha cabeça me atormenta. Também tem algo entre as minhas pernas e estou com a cabeça em algo...meio duro? Abro os olhos e a dor de cabeça aperta só ver a claridade invadindo as janelas ao meu lado. Olho para baixo e vejo Dean dormindo tranquilamente. Seu rosto está sereno e a boca entreaberta, com a respiração lenta passando por ela. Olho mais para baixo, bem mais embaixo e noto sua ereção. Ele está com uma calça de moletom mas tenho quase a certeza de que não está com nada por baixo, porque a coisa parece meio grande...Ai, meu Deus! Tiro a minha perna rapidamente de cima dele e me levanto da cama em um solavanco que me deixa tonta imediatamente. Eu sei que isso é normal, é a famosa "ereção matinal". Não significa nada. Já dormimos juntos milhares de vezes, mas ele sempre costuma acordar primeiro ou eu acabo não olhando diretamente para esse lugar. Nunca dormi abraçada com ele e nunca tinha visto sua ereção tão marcada.

— O que foi? — saio do transe quando sua voz sonolenta invade os meus ouvidos. — Liz?

— Eu só... — estava olhando para o seu pau. — Estava dormindo agarrada com você?

— É, você tava. — ele dá um sorrisinho. — Alguém gostou do meu peito.

— Eu estava bêbada, você se aproveitou.

— Eu jamais me aproveitaria de você. — seu tom é sério. — Precisamos conversar sobre ontem.

— O que aconteceu? Eu fiz algo de errado?

Na minha cabeça se passa mil possibilidades. Eu beijei uma mulher? Ou alguém comprometido? Ou pior, será que eu beijei...o Dean? Ou pior ainda, será que transamos? Olho imediatamente para baixo e suspiro de alívio quando vejo o meu vestido amassado e ainda com o short por baixo.

— Vamos tomar um café primeiro. Você não está com dor de cabeça?

— Muita. Pode falar com o Aaron pra mim? Diz que eu tô bem e...

— Já fiz isso ontem, disse que você dormiria aqui.

— Obrigada. — dou o melhor sorriso que posso. — Preciso de um banho. — falo e olho para a minha roupa.

— Pega alguma coisa aí, vou fazer o nosso café. — ele se levanta da cama e passa as mãos no cabelo, ajeitando os fios bagunçados.

Fico parada por um instante o admirando. Fico com raiva da beleza dele. Sério, quem é bonito quando acorda? O cara não fica feio nunca, juro. Ele para e olha para mim sorrindo de lado, e antes que faça alguma piada sobre eu estar encarando ele, o meu estômago embrulha e eu corro para o banheiro, ajoelhando-me no vaso sanitário e colocando tudo pra fora.

De banho tomado e com uma blusa com o cheiro do Dean, eu me sento na bancada e checo o celular enquanto espero ele tomar banho. O cheiro de café faz a minha barriga roncar, mas ele disse que é para eu esperar. Sei que não vou conseguir colocar mais nada no estômago além disso, por isso quero bebê-lo logo.

— Bom dia, flor do dia. — Logan surge na cozinha, com a cara amassada.

— Bom dia.

— A noite foi agitada, em? — ele pega uma xícara e serve o café. Quando vai servir para mim, eu nego.

— Estou esperando o bonitão.

— Aqui nessa casa tem três, de qual você está falando? — ele levanta uma sobrancelha e eu reviro os olhos.

— Vocês deveriam encapsular essa autoestima e vender!

— Realmente eu estou precisando de grana...— ele parece realmente pensar no assunto, e quando eu penso que o idiota realmente está levando a sério, ele solta uma gargalhada.

— Vocês jogadores não só tem a fama como realmente são idiotas, sabia?

— Você  está na casa de três deles. Mais respeito, bailarina, se não quiser que eu te coloque pra fora!

— Por que vai colocar ela pra fora? — Dean retorna a cozinha, com o cabelo todo molhado.

— Por desacato à autoridade.

— No caso a autoridade é você? — levanto uma sobrancelha. — Que vergonha para esse país.

— Depois de ter ficado bêbada, sumida, — ele faz aspas com os dedos — ter causado uma grande confusão na qual o treinador não deve nem sonhar e ter dormido com a mesma roupa...é, você não tem nenhuma moral para falar de vergonha. — ele termina, balançando a cabeça.

Viro a cabeça para Dean. Ele não me deixaria fazer isso tudo, deixaria? Ele é quem sempre põe limites em mim quando se trata de bebida. As recordações vão passando vagamente na minha mente e eu começo a lembrar de jogar um jogo do qual eu sequer sei o nome, mas eu bebi várias doses nessa brincadeira. Depois disso...

— É sobre isso que temos que conversar. — Dean coloca a xícara de café na minha frente e se senta no balcão conosco.

— Bom, essa é a minha deixa. Assunto sérios demais à essa hora da manhã...

— São dez horas. — Dean responde, como se fosse impossível de acreditar que ele estivesse dito aquilo.

— Ainda é cedo para quem foi dormir às três da manhã. Sou um jogador, preciso de descanso no meu dia de descanso. — quando Dean abre a boca para retrucar, ele sobe rapidamente as escadas e fecha a porta do quarto.

— Que briga foi essa de ontem que eu causei? Eu não lembro de ter visto...

— Você estava dormindo. Stefan fez alguma coisa com você?

— Stefan?

Tento lembrar do nome...ah, o moreno que me chamou para subir com ele. Eu acho que deve ser ele, foi o único cara com quem eu estava que não era um dos meus amigos.

— É, o que subiu com você.

— Não...eu não lembro muita coisa, eu lembro dele tentando me beijar, mas não conseguiu. Foi só isso, eu acho. — bebo um gole de café. Nossa, eu estava precisando disso. A dor de cabeça parece cessar imediatamente.

— Hero e Stefan saíram no soco. — arregalo os olhos. — tudo começou quando eu estava atrás de você, eu achei que ele tinha feito alguma coisa com você, você estava muito bêbada e também pelas histórias que algumas garotas já falaram dele. Enfim, eu não te achava e...

— Mas eu sempre vou para o seu quarto.

— É, mas eu não pensei nisso na hora. Eu estava nervoso, Hero estava me ajudando e ele quem me lembrou que você sempre ia para lá. Quando eu te achei, você estava muito inconsciente e não sabia de nada. Hero tem um ódio dele acumulado faz tempo e colocou tudo pra fora ontem. — ele suspira.

— Me desculpa. — abaixo a cabeça, envergonhada.

— Não, Liz, você não tem culpa de nada. — ele pega a minha mão por cima do balcão.

— Mas se o treinador souber...

— Nós lidaremos com isso. Eu não suportaria se alguma coisa tivesse acontecido com você, eu fiquei pensando muito ontem se você realmente estava bem e se ele não tinha te tocado. Quando eu vi que você estava vestida, aparentemente estava bem... — ele solta outro suspiro. Dessa vez, de alívio. — É isso que importa pra mim. Somente isso.

Ele dá um sorrisinho e eu olho para ele cheia de gratidão. O que seria de mim sem esse garoto?

— Obrigada, Dean. Você sempre me salva.

— Eu não te salvei ontem. Eu deveria ter ficado de olho em você e prestado mais atenção em...

— Não, você merece se divertir também! Eu que passei dos limites, subindo com um cara que eu nem conheço.

— O pior dos caras ainda...

— Achei que os piores estavam nessa casa. — ele estreita os olhos e leva as mãos ao meu cabelo, bagunçando como ele sempre faz, me fazendo rir e derramar o café na bancada.

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