3.

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LIZZIE

Dean está tampando a minha boca enquanto os meninos falam sobre algum time do contra. Eu não entendo quase nada, então não consigo nem entender direito sobre o que eles estão falando sobre o tal time.

— Cadê o Dean?

— As coisas dele estão aqui. — Dean olha para mim, espreme os olhos e respira fundo. Não sei o porquê dessa preocupação toda, são apenas alguns caras que já me conhecem. Não tem nada demais na questão de eu estar em um vestiário masculino com o meu melhor amigo.

— Vou ligar para ele e para o desgraçado do Logan, parece que o cara esquece que é o capitão. — Dean me olha em desespero porque provavelmente o seu celular vai tocar e vão notar ele aqui. Eu solto uma risadinha abafada pela mão dele. De repente, ele sai do vestiário.

— Oi pessoal, eu estou aqui.

— O que você tava fazendo aí dentro?

— Eu estava... — eu passo por ele.

— Estava comigo. — fico parada ao ver um paredão de gostosos bem na minha frente. Jesus!

— Vocês estavam se pegando? — Maicon pergunta.

— Claro que não! Até parece que você não conhece a Lizzie, eu jamais ficaria com ela.

— Ei! — dou um tapa em seu braço. — Eu também não sou de se jogar fora.

— Não mesmo. — meus olhos se encontram com os olhos verde mais lindo que eu já vi, cujo o dono se chama Hero. Ele está com um shorts largo caído mostrando o começo de sua cueca e sem camisa. Um pedaço total de mau caminho. Dean bufa.

— Lizzie, você precisa ir. — ele me encara, sem paciência.

— Tudo bem, papai.

— Uooooou — os meninos falam em uníssono, parecendo estudantes da sexta série, o que me faz rir. Abro o caminho entre eles e saio do vestiário.

Termino a minha maquiagem e pego o babyliss. Tenho que parar de passar isso no meu cabelo, ainda mais por ele ser tão sensível, mas como viver sem as ondinhas nas pontas? Eu simplesmente amo e não me vejo sem. Quando meu cabelo está totalmente liso eu me sinto estranha.

— Pra onde você vai assim? — Aaron abre a porta do quarto e me olha dos pés a cabeça. Eu coloquei um vestido colado preto, não achei curto demais mas pelo olhar do Aaron está claro que ele vai pedir educadamente para eu colocar algo por cima ou mudar de roupa.

— Vou para a casa dos meninos, vai ter uma festa lá.

— Você não acha que esse vestido tá meio curto?

— Não.

— Eu acho.

— Eu não ligo para o que você acha. Você não é o meu pai. — dou de ombros e continuo fazendo o meu cabelo. Ele respira fundo.

— Ele já sabe que você está indo para aquela casa cheia de homens?

— Vocês dois são homens!

— Por isso mesmo eu estou te alertando. Por ser homem, eu sei exatamente o que eles vão pensar quando te ver nesse vestido. Estou tentando cuidar de você, só isso. — me sensibilizo e largo o babyliss em cima da minha penteadeira e me viro para ele.

— Eu estou com shorts por baixo. — subo o vestido e mostro para ele, mas não adianta muita coisa. — Eu não posso deixar de usar as roupas que eu gosto por causa de homens, Aaron. Homens nojentos sempre vão existir, o que resta para nós mulheres é: ou você se priva ou você enfrenta. O que acha que eu faço? — levanto uma sobrancelha e ele suaviza o olhar enquanto suspira.

— Tudo bem. O Dean vai estar com você?

— Claro que vai, eu só estou indo por causa dele.

— Quando terminar me avisa, vou deixar você. — ele fala e sai do quarto.

       
       Depois de Aaron ter dado um de irmão protetor e ter falado para Dean cuidar de mim pelo menos umas mil vezes, finalmente entro na casa. A casa não só está lotada de homens, como de mulheres também, o que me conforta. Nem sempre está cheia de mulheres assim, então eu devo apreciar essa raridade. Eu amo Dean mas ás vezes eu preciso de uma cabeça que me entenda perto de mim. Não gosto de ficar falando de garotos com o Dean ou o quanto eu acho eles gostosos, então preciso de uma amiga.

— Vou pegar alguma coisa para você beber. — concordo com a cabeça e avisto Melissa sentada no sofá junto com duas meninas.

— Liz! — ela grita. — Deus, você está tão gostosa. — solto uma risada e me sento junto com elas, dando um sorrisinho. Sou meio tímida quando se trata de fazer novas amizades, sempre tenho medo de que não gostem de mim ou me achem intrometida demais. — Essas são Natasha e Carla. Natasha fica com o Logan e Carla está afim do meu irmão. — ela revira os olhos. — Aliás, onde está ele?

— Foi pegar uma bebida para mim. — a loira me olha com o cenho franzido. Acho que essa é a Carla.

— Vocês ficam?

— Não! Eles são quase irmãos. — Melissa responde por mim.

— Quem são quase irmãos? — Dean surge do meu lado e me entrega um copo transparente com uma bebida azul dentro. Não sei o que é, mas já considero uma das minhas favoritas quando sinto o gosto delicioso.

— Você e a Liz. Carla estava me perguntando. — Melissa lança um olhar malicioso para ele. Ele balança a cabeça.

— Quer vir comigo ou vai ficar aí mesmo?

— Vou ficar aqui.

— Qualquer coisa me chama.

— Deixa de ser chato, ela está aqui comigo. — Melissa fala.

— Como adiantasse alguma coisa. — ele me dá um beijo no rosto e sai.

— Eu acho que ele é afim de você, ele é tão fofo contigo.

— Pode ficar sem se preocupar...Carla, né? — ela confirma. — Então, Carla, nós somos apenas grandes amigos desde criança. Não rola nada, pode ir tentar ficar com ele que eu tenho certeza que ele vai querer. Ele ama loiras!

— Você é loira. — Melissa e a outra menina que eu já esqueci o nome dão risada.

— Eu sou a exceção dessa lista.

         Três horas depois, estou brincando de "Ping, Pong, Pang" com alguns meninos do time que eu não conheço, mas estou me divertindo à beça com eles. A brincadeira basicamente é assim: Um dos jogadores deve iniciar a brincadeira dizendo "Ping". Em seguida, o jogador à esquerda deve dizer "Pong". A próxima pessoa deve dizer "Pang", ao mesmo tempo em que aponta para outro jogador, que deverá reiniciar a sequência. Quem se enrolar ou errar a palavra, tem que beber. Eu já não sei o que está saindo da minha boca depois de sete doses e também não sei o que me fez aceitar essa brincadeira besta.

— Ping!

— Pong!

— Pang! — aponto para o moreno que está distraído e esqueceu o que deve falar. — Vai ter que beber, baby. — ele solta uma risadinha.

— Baby, é? Quer beber comigo lá em cima, gata?

— Acho que não é uma má ideia. — falo mas logo me arrependo, pois não conheço o cara. Ele é bonito, mas não sei se posso confiar nele estando nesse estado. Antes que eu diga alguma coisa, ele agarra a minha cintura e me leva para o andar de cima.






Cadê o Dean nessas horas? 👀

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