Em meio a guerra. - Jensoo, Chaelisa.

7. Uma ligação com o passado.

Com a partida da forasteira Jennie se sentiu mais aliviada, porém o medo que alguém aparecesse se tornou mais presente em seu ser. Fora isso, notou algumas vezes que sua irmã não é mais a mesma, algo dentro dela mudou e toda vez que perguntam onde elas foram, Pranpriya simplesmente diz que não é de sua conta, fazendo com que fique brava por alguns instantes. Lauren teve que ir a outra vila resolver certas coisas e precisou levar Chanyeol, no entanto não conseguiram chegar antes da noite cair, deixando as moças sozinhas com suas próprias companhias. Está um pouco frio e com um clima perfeito para uma fogueira, elas estão sentadas próximas ao fogo, vendo danças entre as chamas.

— Você tem os olhos da mamãe. - Disse Jennie.

Talvez essa seja a primeira vez que conversa sobre ela e fala sobre sua fisionomia. Mesmo após dez anos falar seu nome ainda é algo difícil. No mesmo instante que havia dito isso a mais nova lhe olhou.

— Sério? - Perguntou Pranpriya e a outra assentiu - Queria conseguir me lembrar dela, queria poder me lembrar de minha infância. - Um olhar triste caiu em seu rosto e depois depositou sua cabeça em cima do ombro esquerdo de sua irmã.

— Ela tinha um jeito meigo, chegava causando inveja a todos, em qualquer lugar que fosse, por conta de sua beleza e simpatia. Sabia convencer qualquer um com poucas palavras e tinha um coração enorme. - Disse Jennie, com os olhos lacrimejando.

— Acha que algum dia iremos encontrá-la ou se ela irá reencarnar outra vez? - Perguntou Pranpriya.

— Acho que sim, a Lauren nos disse que ainda lhe restam duas vidas. O tempo naquele mundo é incerto, talvez ela ainda não tenha reencarnado lá, ou volte quando estivermos bem velhinhas. - Disse Jennie, tentando sorrir, mas uma lágrima surgiu no lugar do sorriso.

— Você acha mesmo? - Perguntou Pranpriya.

— Tenho certeza. - Disse Jennie, com uma voz turva e logo se pondo a olhar a mais nova, a abraçando logo em seguida.

— Assim que isso acontecer iremos protegê-la, nossa família estará completa mais uma vez e não deixaremos ele fazer nada conosco. - Disse Pranpriya, começando a chorar. - Queria pelo menos lembrar seu rosto, você tem sorte por isso.

— Você era muito pequena quando ela partiu, talvez um dia possa lembrar seu rosto. Daria tudo para vê-la outra vez... Até minha própria vida. - Disse Jennie.

— Você acha que ela sente arrependimento por se envolver com o tio Tae? - Perguntou Pranpriya.

— Não, a mamãe tinha um ditado - Disse Jennie, se afastando e enxugando as lágrimas de sua irmã, que fez a mesma coisa com ela. - Ela sempre me dizia que nunca devemos nos arrepender por loucuras causadas pelo amor.

— Talvez ela devesse o amar muito. - Disse Pranpriya.

— Muito, caso contrário nunca teria se deixado levar por sentimentos. - Disse Jennie.

Ali elas passaram a noite, Jennie contou coisas das quais se lembrava e em meio a tristezas de suas memórias, deixaram mais lágrimas caírem. Lágrimas de saudade, de memórias perdidas e uma época que nunca irá voltar.

De fato é incerto saber se ela irá voltar ou não em pouco tempo, afinal de contas já se passaram dez anos e nenhum sinal seu surgiu. Talvez sua alma esteja ainda em descanso e esperando algo maior, ou irá viver sua última vida no mesmo período que suas filhas também forem.

(...)

O nascer do sol trouxe os outros dois de volta para casa. Lauren veio acompanhada de folhas, poções, novos livros e tecidos, obviamente coisas mandadas pelo rei. As meninas não precisarão treinar neste dia, pois sempre que há coisas novas elas se ocupam em saber suas funções e para que irão servir. A pedido de Lauren a mais nova foi mandada à vila buscar ingredientes necessários, juntamente com o rapaz. O real intuito disso foi ficar sozinha com Jennie, que a pouco percebeu o olhar fixo sobre ela.