26. Nada sobrevive nas sombras por muito tempo.

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Os boatos sobre Jennie corriam por Draktar, mas nada ainda foi comprovado pela corte dos dois reinos. Os boatos logo se tornaram mentiras, chegando aos ouvidos de todos em apenas uma única noite.

Pranpriya estava em uma taverna tomando o café da manhã, em uma mesa ao fundo e no escuro, para não ser notada por ninguém e nem ser alvo de importunos. Sua raiva ainda está presente, mas se sente um pouco mais calma e com uma leve vontade de voltar para casa

— Escutaram o boato da princesa? - Disse um homem, então a princesa começou a escutar com mais atenção. - Estão dizendo que ela está grávida e um plebeu. - Pranpriya se segurou para não rir.

— Isso é besteira - Disse outro homem. - O boato verdadeiro é que ela não pode dar filhos ao príncipe.

A princesa arqueou as sobrancelhas e quase virou para olhar os donos dos boatos. Sabe que isso é mentira e que sua irmã não poderia ser infertil, pois o teste foi feito em sua frente e os boatos não passam disso.

— O casamento vai ser anulado. - Disse o outro homem - Por consequência a aliança vai ser quebrada, estaremos sozinhos nessa guerra.

Pranpriya deixou duas moedas na mesa e se retirou, arrumando seu capuz para não ser percebida e logo partindo. Precisa saber se essas coisas são verdade ou se não passam de boatos, mesmo ainda estando com raiva de tudo, precisa saber a verdade. O lugar onde está não é muito longe de sua casa, e como ainda é manhã pode chegar antes da tarde.

(...)

Jennie dormiu por toda a tarde e noite, quando acordou não sentia a dor em seu peito, porém ainda estava preocupada, mesmo ainda tentando assimilar o acontecido. Sua boca estava seca, Lauren não estava ao seu lado e como precisava muito beber água, se arriscou em levantar.

Ao atravessar a porta e chegar a cozinha se deparou com uma figura encapuzada em sua frente, percebendo de primeira que é sua irmã

— Onde você estava? - Jennie perguntou quase se aproximando, mas logo notando a cara fechada de sua irmã.

— Não é da sua conta. - Tirou o capuz

— Claro que é, você é minha responsabilidade e me preocupo com você.

— Se se preocupasse teria me dito sobre a Rosé e sua infertilidade. Somos irmãs, pensei que dividíssemos segredos, mas pelo visto sempre sou a última a saber das coisas

— V-você já sabe sobre a minha infertilidade?

— Então é verdade. Nossa, Jennie. - Bufou - O que você fez com a sua vida?

— Eu queria te contar sobre a Rosé, mas isso era uma coisa dela e sobre Jong-In, eu não o amo, nunca poderia enganá-lo. Então tive que tomar medidas drásticas para impedir o casamento.

— O amor não é nada, apenas um sentimento vazio que nos agrada até certo ponto. Você deveria se casar com ele, assim viveria bem e não aqui como eu. Agora nós duas estamos presas nesse lugar.

— Só porque está decepcionada por Rose não ter lhe dito a verdade, não deve desmerecer esse sentimento. Me diga se ficou triste por um instante enquanto estava a amando, me diga se se arrepende de amá-la, me diga se realmente a amou?

— Amá-la ou não, não importa agora, ela é filha de alguém com quem temos guerra, esse sentimento nunca poderia ter existido e continuar gostando dela é um erro.

— Não lembra o que a mamãe falava? "Nunca devemos nos arrepender por loucuras causadas pelo amor.", mas parece que você tem medo de cometer loucuras.

— Do que você sabe sobre cometer loucura? Romper um noivado não é uma loucura.

— Sacrifiquei algo importante por alguém. - Colocou a mão sobre sua própria barriga. - Sacrifiquei um desejo de muitas mulheres, apenas para ter a oportunidade de ser livre com quem de fato amo. Se isso não é loucura, eu não sei o que é, então não venha me dizer que não sei o que é loucura. Diferente de você eu tive coragem e não agi como a medrosa que você é.

Em meio a guerra. - Jensoo, Chaelisa.Onde histórias criam vida. Descubra agora