31. Uma noite conturbada.

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Brooklyn sempre foi conhecido por sua ponte, que é símbolos dos cartões postais, violência fora do comum e um dos cinco distritos mais conhecidos de Nova Iorque. Nada ali é paranormal ou quase isso, mas existe um lugar em específico onde coisas não podem ser explicadas, mais precisamente no bairro Clinton Hill, na rua Vanderbilt, no quarto de uma jovem moça, que sempre sonha com um rosto que nunca viu fora deles. A moça se chama Lalisa, Lalisa Manoban e desde os seus cinco anos vem sonhando com uma garota, que corre em sua direção e antes que chegue mais perto ela some, mas mesmo assim consegue vê-la. Seus olhos castanhos escuros, pele clara, sorriso contagiante e cabelos claros, que sob a luz do sol se tornavam ainda mais radiantes.

Algo naquela noite estava estranho, o sonho havia mudado complacente, a moça estava em um cavalo e pega estendeu a mão, sentiu seu toque até mesmo a força executada para puxá-la, quando o cavalo se moveu Lalisa despertou. Se encontrava completamente suada e assustada, coisa comum, pois nunca se acostumou com tais sonhos. Já conversou com diversos especialistas em sono, psiquiatras e até tentou regredir a sua vida passada, porém nada explicou o porquê dos seus sonhos.

Levantou indo ao banheiro, para lavar o rosto e recuperar a consciência.

— Por que você não pode simplesmente esquecê-la? - Perguntou ao seu reflexo no espelho - Ela nem deve ser real...Ela nem deve existir e você se ilude com um lindo rosto que nunca terá a chance de tocar. Por que você é tão trouxa, Lalisa?

Lavou seu rosto uma última vez e o enxugou, o sono já tinha partido a um bom tempo, olhou para o relógio, notando ainda ser duas da manhã. Desceu as escadas, se dirigindo ao congelador de sua geladeira, mas não havia o que queria.

— Vou matar a Yeri, não acredito que chupou todos os meus picolés.

Subiu as escadas correndo, colocando roupas mais quentes e sua carteira, mas antes de sair recebeu uma ligação.

Oi, por que ainda tá acordada, pirralha? - Perguntou a voz do outro lado da linha.

— Comprar picolé, a fedelha acabou com tudo. - Disse Lalisa

Sonhou de novo? - Perguntou a moça.

— Sim. - Disse Lalisa

Tem que parar de chupar picolé toda vez que sonha, a sua médica já reclamou com você por comer doce uma hora dessas. - Disse a moça, com a voz um pouco alterada.

— Não dá pra parar e eu já falei com ela, até trocou meus medicamentos - Disse Lalisa, abrindo a porta de casa. - Além do mais isso me ajuda, congela meu cérebro e me dá uma sensação boa.

Tem gente que é viciada em drogas ou álcool, mas o seu é ter o cérebro congelado. - Disse a moça.

— Não enche, você sabe que chupar picolé me relaxa. Ei, porque você tá acordada a uma hora dessa, Jisoo Kim? - Perguntou Lalisa.

To sem sono, amanhã é o primeiro último dia de aula, então tentei caminhar, já que ler não funciona. - Disse Jisoo.

— Onde você tá? - Perguntou Lalisa.

— Chego no Walmart em dez minutos, me compra batata e depois eu te pago. - Disse Jisoo.

— Okay, te vejo lá. - Disse Lalisa.

Desligou a ligação e saiu de casa, mesmo o bairro sendo agitado aos olhos da polícia, ela nunca teve medo de andar nas ruas de madrugada. Foi criada ali e todos a conhecem, alguns a chamam de camaleão por trocar sempre a cor do cabelo e imbecis usam mestiça como xingamento. Seus pais são de lugares diferentes, uma mãe Coreana e um pai morto Tailandês, ele as deixou assim que nasceu, não teve nenhuma chance de conhecê-la ou de fazer parte de sua vida, porém nunca sentiu falta dele, já que sua mãe sempre foi o suficiente.

Em meio a guerra. - Jensoo, Chaelisa.Onde histórias criam vida. Descubra agora