61. Sono, sono, cade você?

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A garota tratou de arrumar tudo, deixando as coisas mais organizadas possíveis e tentando fazer o quarto ficar a sua cara. Livros na estante, roupas no guarda roupa e permissão para sair. Helena atendeu a porta, lhe dando permissão para subir ao quarto de Lisa, já que a garota se encontrava lá desde cedo. Parou em frente a porta, vendo sua namorada deitada na cama, com a cabeça para fora.

— Sua mãe me deixou entrar. - Lalisa saiu de onde estava, revendo sua namorada com um abraço bem apertado. - Deveriam ter me contado.

— Era uma surpresa. - Se afastou, roubando um selinho de sua boca. - Gostou da surpresa?

— Amei, principalmente saber que somos vizinhas. - Percebeu cansaço nos olhos de Lisa, logo lembrando da sua missão. - Vim aqui não só para te ver, mas porque a Jisoo me disse que algo vem te atormentando.

— Droga, Jisoo e a sua boca grande.

— É isso que tá te impedindo de dormir? - Lisa negou. - Você não dorme há quase cinco dias, não sei como está conseguindo, mas deve ter um motivo muito forte para querer ficar acordada. Me fala o que tá te incomodando.

— É que.... Pode parecer loucura. Não sei como te dizer isso.

— Apenas diga, prometo que não vou achar uma loucura. - Lisa pegou em sua mão e a guiou até a cama, as duas sentaram e a mais nova abaixou a cabeça, pois falar olhando para ela seria difícil.

— Desde que me conheço por gente tenho sonhos estranhos e até parecem reais, onde sinto as coisas como se elas realmente estivessem fora do sonho. Mas dessa vez as coisas foram longe demais. - Suspirou, logo tendo seus olhos preenchidos por lágrimas - Eu sonhei com você. Te vi morrendo em meus braços, eu te segurei, senti seu sangue e escutei seu lamento. - Rosé abraçou sua namorada. - Realmente parecia que estava em minha frente morta, pude...pude sentir seu sangue na minha mão, Chaeyoung. - Rosé se afastou do abraço, pegou a mão de Lisa e levou ao seu próprio rosto.

— Consegue sentir? - Lisa confirmou. - Eu estou viva e estou aqui, não estou morta e continuarei aqui com você.

— Vai mesmo?

— Vou, eu prometo. Aquilo não foi real e nunca será. Se não consegue dormir porque está com medo do que viu, eu fico ao seu lado, segurando sua mão, mas você precisa dormir. Não pode ficar assim por conta de algo que imaginou.

— Mas e se isso aconteceu no passado. Eu devo ter te matado, a culpa deve ser minha.

— Não, não deve ser sua, mas se quer escutar algo, eu te perdoo, eu te perdoo por qualquer coisa que ache ter feito. Agora eu quero que durma, vou ficar aqui com você e impedir que caia nesse pesadelo outra vez.

— Preciso tomar um banho antes. - Limpou o rosto e tirou o pensamento de chorar de sua mente.

— Você não vai me enganar com essa conversa de banho.

— Pode ficar aqui, eu volto já já. - Beijou sua bochecha e levantou da cama. - Apenas me espere.

— Não vou sair daqui enquanto não te ver dormindo, Lalisa.

Lisa pegou uma troca de roupa e se dirigiu ao banheiro. Enquanto esperava, Park olhou para o outro lado da rua, ou melhor dizendo, sua nova moradia, notando agora que o quarto de Lisa e o de Jisoo ficam um de frente para o outro.

— O universo é muito inexplicável. - Disse um pouco baixo, mas outra pessoa havia escutado.

— Porque é inexplicável? - Perguntou Lisa.

— Banho de gato?

— Dez minutos de banho, acha pouco?

— É aceitável.

Em meio a guerra. - Jensoo, Chaelisa.Onde histórias criam vida. Descubra agora