70. Fraquejando

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Jennie queria um conselho, não de Lalisa, pois sabia o que iria escutar e tinha plena certeza que Chaeyoung falaria algo parecido, então esperou por Jisoo em frente a casa dela, sentada nos degraus perto da porta. Sua cunhada já havia atravessado para o outro lado da rua, pois combinaram de assistir um filme bem no meio da semana, então quando a porta se abriu, teve plena certeza que aquela era Jisoo. Se levantou no mesmo instante e a olhou com atenção, não desviando o olhar do seu, pois só assim saberia que era sério.

— Será que podemos conversar? - Perguntou Jennie.

— Quão sério é?

— Vou parar de tentar te beijar na boca, se aceitar falar comigo.

— Okay, eu aceito.

Jennie desceu mais um degrau e as duas se sentaram lado a lado. Jisoo sabia desde o início que era sério, mas queria uma comprovação, escutar que não iria mais ser beijada lhe causava uma sensação estranha, mas não boa.

— Me diga o que te atormenta. - Jisoo olhou para ela, que estava com as bochechas cheias de ar. Achou aquela cena muito fofa e com uma enorme vontade de apertá-las, porém se conteve.

— A minha mãe quer que eu vá morar com ela. Estou tentando sair do emprego, mas não sei se realmente estou tentando, sabe?

— Está com medo?

— Sim, há milhares de consequências e trabalhar lá me fez ver todas.

— Quais são as consequências?

— Eu posso morrer, mas isso teria que ser por traição. A segunda pior é que posso ser torturada até não aguentar, mas eu teria que ser dedo duro. A terceira pior é ser ameaçada, ser pega na espreita, levar uma surra, ficar marcada eternamente e ser proibida de pisar o pé nesse barro, mas eu teria que ser demitida e isso não há possibilidade.

— E se você se demitir?

— Vou levar uma surra, mas podem haver outras consequências, mas saber quais são é algo imprevisível.

— Pede demissão, se eles quiserem fazer alguma coisa com você, estaremos aqui.

— Estaremos?

— Sim. A Lisa pode facilmente jogá-los pelo ar, a Chaeyoung pode trazer a memória mais aterrorizante que eles têm, a Yeri pode fazê-los sentir dor, sua mãe pode persuadi-los e eu posso quebrá-los com um piscar de olhos. Estaremos aqui caso algo te aconteça, então saia do emprego e eles sofrerão as consequências.

— Você vai me proteger?

— Sim, afinal de contas esse é o motivo pelo qual não voltaremos para casa, para te proteger.

— Me proteger - Disse um pouquinho triste. - Está fazendo isso muito bem. Mas acho que se esqueceu de proteger um lugar.

— Estou?

— Sim. - Pegou na mão de Jisoo, levando até um lugar onde as batidas de seu coração pudessem ser sentidas. - O que você tem a dizer sobre isso?

— Que esse é o único lugar que eu posso proteger ficando longe de você.

— Com toda essa distância você só o machuca, será que não consegue entender isso?

— Consigo, mas com o tempo você não vai sentir mais nada por mim. Vai perceber que eu estava certa em te manter longe, eu não sou alguém que as outras pessoas devem amar. - Sua mão foi largada e ela se levantou, Jennie também fez o mesmo, mas tentou segurar sua mão para que não fugisse. - Acho que já tem o seu conselho.

— Jisoo.

— O que eu devo fazer para você me odiar? Apenas me diga e eu faço.

— Porque você não pode acreditar que alguém pode te amar?

Em meio a guerra. - Jensoo, Chaelisa.Onde histórias criam vida. Descubra agora