Em meio a guerra. - Jensoo, Chaelisa.

53. Cartas, declarações e muitos sentimentos.

Eram dez horas da noite quando Jisoo acordou e decidiu sentar na cadeira da escrivaninha de seu quarto, aquele sentimento ainda não tinha ido embora, então achou que escrever pudesse ser uma boa ideia. Foi aí que lembrou do seu trabalho de literatura, podendo essa ser sua carta para alguém, para Jennie. Assim que terminou de passar tudo que sentia para o papel, ligou para sua irmã, queria avisá-la da besteira que irá fazer, pois isso pode lhe render ainda mais olhares e boatos. Além de uma desconfiança maior em Jennie.

— Eu acho que vou fazer mais uma besteira amanhã, mas eu precisava te avisar antes. - Disse Jisoo, analisando a carta.

— O que você vai aprontar? - Perguntou Rosé.

— Eu quero desabafar de uma forma diferente, o professor passou aquele trabalho da carta e eu escrevi uma coisa pra ela.

— Como expor sentimentos?

— Sim, mas quero sua ajuda.

— Como eu poderia te ajudar nessa idiotice?

— Diga para a Jennie que irei fingir que ela me rejeitou, assim boatos irão ficar pesados para o meu lado, irão entender que eu fui a culpada disso tudo.

— Irmã, isso é muita maluquice.

— Eu sei, mas eu preciso falar alguma coisa, eu preciso disso.

— Okay, eu vou falar com ela. Se precisar de um ombro pra chorar eu to aqui.

— Eu meio que já fiz isso, antes de pegar no sono. Mas parece que ainda ficou alguma coisa, então comecei a escrever, agora me sinto mais leve.

— É bom escutar que se livrou daquilo.

— Sobre quem você escreveu? - Perguntou com uma certa curiosidade

— Sobre a minha menina. - Sua voz marcava tristeza - Sinto falta dela, do jeito que falava comigo, como nos divertimos nos poucos momentos que tivemos juntas.

— Em breve isso será resolvido, ou você poderia ligar a memória da Helena e da Yeri.

— Preciso de muita energia para isso. Ter ligado a da Jennie, ter curado ela e a Lisa me consumiu muita energia.

— Jennie? - Perguntou preocupada, não sabia disso e provavelmente nunca saberia, se não fosse a boca grande de sua irmã. - Como assim a curou?

— Ixi. Acho que não deveria ter dito isso, digamos que ela teve problemas no trabalho.

— Ela precisa sair daquilo, você poderia parar de pegar no meu pé e pegar no dela.

— Eu já conversei com ela, mas vocês duas têm algo em comum, são muito cabeça dura para entender o que eu di.... - Um som de porta se abrindo ressoou do outro lado da ligação. - Eu tenho que ir, nos falamos amanhã.

— Certo, nos falamos aman..

Rosé desligou em sua cara, as coisas estão estranhas com ela. Mas achou melhor relevar tudo isso, talvez só seja seus cuidadores colocando regras, para prevenir que as coisas saiam do controle deles. Se sentou na cama e leu aquilo mais uma vez, até que o sono chegou, deixando a carta perto do abajur e se deitando.

(...)

Já fazia um bom tempo que Jennie não dormia muito bem. Se virava na cama tentando não pensar em Jisoo, mas tudo lembrava ela. A escola, sua irmã e até mesmo o vento. Se questionava do porquê ela a queria, mas não poderia tê-la, se perguntava porque tem que ser tão difícil amar alguém.

— O que você tá me escondendo, Jisoo? - Perguntou ao teto. - Será que há algo maior por trás de suas palavras ou apenas tem medo de me fazer sofrer? - Bufou. - Queria uma única resposta sua, sei que ainda me ama, dá pra ver toda vez que me olha. Mas porque age assim? - Deu um pulo da cama, coçando sua cabeça. - Acho que estou muito tempo sozinha, já até estou falando com as paredes.