Capítulo 31 - Resolvendo sobre o testamento

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Raul

Li a carta de Dna Laura quietinho, mas as lágrimas insistiam em cair, era muito amor que ela sentia por mim, suas palavras eram doces e como o advogado havia falado ela nunca esteve sozinha, ela queria muito ser minha mãe adotiva, pois desde que me pegou na porta do orfanato, sentiu muito amor por mim, mas finalmente quando teve condições de me adotar, infelizmente a sua enfermidade fez com que se afastasse do orfanato para realizar seu tratamento e o estado não havia deixado opção para que ela continuasse tendo contato comigo, já que assim eu teria mais chances de ser adotado, conforme foi avaliado pelo "carrasco" (até nisso ele se intrometeu), ela nem soube que eu havia fugido e por fim ela termina a carta da seguinte forma:

Querido Raul nunca se esqueça de tudo que lhe ensinei, não permita que os outros lhe impeçam de ser autêntico e feliz. Eu sei como você é e não se preocupe, aceite os meus bens, você merece muito, então cuide deles que agora são seus e prospere. Use o dinheiro para estudar e se formar, sei que é capaz. Te amo para sempre, meu filho.

P.S.: Tenha sempre o seu medalhão com você, tenho um pressentimento que ele será importante no futuro.”

Permiti que os alfas lessem a carta e antes do advogado voltar, Heitor me questiona curioso.

— Que medalhão é esse a qual ela se refere?

— É um medalhão que estava escondido nas minhas roupas quando fui abandonado. - falei simplesmente sem muitos detalhes.

— Há... - ele me olha pensativo.

— O "carrasco" chegou a ler o testamento e a carta? - questiono, porque isso me deixaria desconfortável.

— Na verdade não temos certeza, mas creio que não, ao menos a carta não, porque ela havia ficado com o advogado que redigiu o testamento. Só achamos estranho, por terem entregue ao carrasco o testamento e por ele não ter feito nada, nossa teoria é que por algum motivo ele não teve tempo. Ainda estão investigando suas ações e ao que tudo indica ele tinha contatos no exterior, até onde foi apurado ele estava inserido em uma rede internacional de tráfico de ômegas. - Heitor esclarece.

Fico um tempo pensando nas palavras da Dna Laura e o quanto ela me amava, fico feliz que ela não esteve sozinha, agora porque o "carrasco" não fez nada e que horror, quantos amigos sumiram da noite pro dia e nos falavam que eles haviam sido adotados, nunca acreditei.

— Me lembro que algumas noites amigos simplesmente sumiam e quando questionamos, meramente nos diziam que foram sortudos e foram adotados por famílias estrangeiras. - falo sobre minhas lembranças.

— Provavelmente foram entregues aos traficantes de ômegas... Infelizmente. - Heitor fala triste.

Fico triste, pensando onde estariam meus amigos, sabíamos que algo ruim havia acontecido, mas isso era terrível.

— Não pense nisso agora, você já decidiu o que fazer com os bens? - Felippo fala tocando carinhosamente meu rosto.  Engraçado como ele mudou o comportamento depois que aceitou que estava apaixonado por mim... Ele está mais... carinhoso?

Eu estou amando esse lado dele... carinhoso e intenso. - Kamaria ronrona. Apenas sorri.

— Eu já sei. - nisso o Sr Júlio entra na sala.

— Tudo bem? Podemos terminar? O que decidiu Raul? - ele pergunta todo atencioso.

— Bem... Eu vou estudar em Juilliard em breve, mas moro com meus amigos atualmente em uma comunidade e nossas condições não são as melhores, gostaria que eles tivessem mais condições, Carlos é bem responsável e cuidaria bem da casa na minha ausência e assim Elias ficaria também em um local mais confortável. - falo olhando para Heitor e Felippo.

— A casa é sua e poderá fazer o que desejar, mas acho uma boa opção, creio que seus amigos ficaram felizes. - Felippo fala calmamente com um sorriso.

— Então é o que desejo!!! Que meus amigos morem na casa. Agora o carro? Não tenho nem carta, não achei necessário e nunca pensei em ter um carro.

— Quanto a licença para dirigir podemos providenciar. Eu sei que você gosta muito de correr na forma do seu cerne, mas em nosso país, será bem prático um carro, se for o seu desejo podemos levar o carro, quando você for para Juilliard. - agora era Heitor e sua praticidade em resolver as coisas.

— Se vocês me auxiliam nessa parte, então tudo bem pra mim. - o advogado só anotava em um papel e assente a cada decisão minha.

Os investimentos que Dna Laura tinha eram bem variáveis e parece que se preocupou nos últimos anos em mantê-los com um bom rendimento, não tinha ficado rico, mas se eu quisesse não teria que trabalhar durante minha estádia em Juilliard, assim poderia me dedicar exclusivamente em estudar e me aprimorar.

— Vou registrar tudo no cartório e deixar tudo certo e dentro da lei. E ainda está semana tudo estará a sua disposição. - Júlio fala ao final de tudo resolvido. — Raul eu infelizmente não cheguei a conhecer Dna Laura, mas você com certeza teria sido um ótimo filho!

Agradeço e saímos do escritório, estava um pouco mais leve ao pensar que meu amigos teriam um local melhor para morar, mas teria que conversar com eles, se eles aceitavam morar na casa que foi de Dna Laura.

— Raul vamos almoçar? Os nossos amigos já foram para o restaurante. - Felippo me tira dos meus pensamentos.

— Tudo bem!!!! Estou com fome. - dou um sorriso e Heitor segura minha mão, enquanto Felippo sela nossos lábios desta vez um pouco mais contido, mas ele sabe me provocar e sua língua busca a minha numa dança gostosa dentro de nossas bocas, ao nos separarmos estava sem fôlego.

— Vamos!!!! - ele me olha com um olhar apaixonado, segurando em minha outra mão.

[...]

O almoço e a tarde transcorreram bem tranquilo, pude descansar um pouco, porque os amigos dos alfas falaram que iriam virar a noite em uma boate.

Agora estou diante do espelho, Carlos me ajudou a me arrumar, me vesti com uma calça jeans que ficou marcando um pouco meu quadril, mas Carlos falou que assim fico mais gostoso, coloquei uma camisa azul turquesa que enrolei as mangas até os cotovelos e um sapatênis para ficar mais confortável e os alfas já estavam na porta me aguardando.

— Uau... Você está maravilhoso!!! - Felippo fala liberando um pouco do seu feromônio, sendo cutucado por Heitor que não parava de sorrir me olhando.

— Vocês também estão lindos, espero que não tenhamos problemas hoje a noite...

— Ciúmes Raul? - Heitor pergunta divertido.

— Talvez... Vamos!!!!! - falo com um sorriso sapeca e saímos de mãos dadas até o táxi.

IRONIAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora