Capítulo 62 - "Lua de mel"

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Quando ia perguntar algo pra Si-Woo e Iseul, chega o líder lúpus do clã dos alfas, para nos cumprimentar e só vi os dois se afastaram discretamente, junto com o anfitrião.

Droga... Kamaria você conseguiu descobrir alguma coisa?

— Os lobos deles são bem discretos e não quiseram muita conversa.

Fiquei com isso na cabeça e olhei novamente para meu medalhão, realmente era um brasão que estava em relevo... sempre o mantive muito bem guardado comigo e por isso nunca pesquisei nada sobre ele, mas agora fiquei curioso com a atitude desses alfas e porque eles me olhavam daquele jeito... precisava saber o que acontecia... Foi quando Heitor me tira dos meus pensamentos.

— Raul esse é o nosso Líder lúpus e  o Sr. Rodolfo o pai de Christofer, que fomos em seu casamento, lembra-se?

— Oh sim, como estão? E que bom revê-lo Sr. Rodolfo!!! - aperto a mão de ambos e acabo me esquecendo sobre o medalhão, por hora, me envolvendo nas conversas agradáveis que surgiram. Até o Líder lúpus teve a impressão de já ter me visto, mas outros assuntos tomaram as nossas conversas.

Fui apresentado aos tradicionalistas, que não me trataram mal, mas também não fizeram muito caso, nem liguei, não estava ali pra agrada-los mesmo.

Fizemos mais um pouco de social com os membros da sociedade lúpina, que estavam curiosos em conhecer o ômega que, em pleno cio e na forma do seu cerne, havia conseguido abater um alfa, na verdade nem eu sabia como havia feito aquilo, na verdade achava graça como me olhavam e os mais velhos me elogiaram por Heitor, um executor, ter um alfa lúpus e um ômega tão fortes como companheiros.

Quando ficaram somente nossos familiares e amigos, dançamos e comemos mais um pouco, tudo estava tão agradável e me sentia tão feliz. Uryan, ficou interessado em Alan, amigo de Felippo e os dois ficaram conversando por um bom tempo e depois os perdi de vista, mas enfim chegou o momento de "sair à francesa".

Apesar de estar demasiadamente tarde, todos  estavam se divertindo muito e nem perceberam quando os noivos saíram e foram direto ao aeroporto com o destino a uma cidade pouco movimentada, que após pedir indicação de locais  não convencionais e tranquilos, acataram a indicação de Si-Woo, para uma cidade de antigos imperadores, com montanhas, trilhas, museus e belas praias.

As horas de voo, serviram para que repousassem, mas Raul novamente teve um sonho/pesadelo.

Quem é você? Porque está fazendo isso? - ele gritava, mas sua voz não saia, seus olhos estavam desfocados, sentia mãos frias sobre seu corpo e isso o assustou, um sentimento de solidão o atingiu, era como se algo faltasse e só uma risada sinistra foi ouvida, após escuridão e um silêncio.

Raul acorda assustado, suando frio, seu coração batia muito rápido e descompassado, sua boca estava seca, e aquela risada ainda podia ser ouvida, como se o dono dela estivesse próximo ao seu ouvido. Heitor que estava segurando sua mão acordou junto, fazendo Felippo também se levantar e puxar Raul para seu colo.

— O que foi meu amor? Nós estamos aqui... - Heitor se aproxima e abraça os dois. — Foi só um sonho ruim, você está protegido conosco. - era Felippo que falava ao mesmo tempo que o aconchegada em seu peito e ele chorou baixinho, mas foi se acalmando, quando os alfas liberaram um pouco de feromônio.

_ Observei que você tem pesadelos recorrentes, você quer falar sobre eles? - era Heitor com sua voz doce e calma, mas Raul apenas negou com a cabeça. Heitor beija o topo da cabeça de Raul e liberou um pouco mais de feromônios.

_ Estamos chegando, quer ver a vista pela janela? - Felippo deixou Raul se acomodar para olhar pela janela.

Já era possível visualizar o mar com uma vasta tonalidade de azul, que Kamaria tanto amava e uma porção da terra, com lindas montanhas tendo os mais variados tons de verde, casas com uma arquitetura do extremo oriente e o sol que estava no horizonte, os olhos de Raul começaram a se iluminar e uma sensação de paz e pertencimento preencheu o seu coração e com os feromônios dos alfas agindo, acabou adormecendo novamente, com Heitor fazendo carinho em seus cabelos.

IRONIAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora