IRONIAS DO DESTINO

Capítulo 35 - Despedida

Raul

[...]

Se passaram alguns dias e Heitor continuou conosco, era fácil gostar dele, ele conquistou meus amigos e não somente eles, sempre tão prestativo, humilde, muito inteligente, amoroso e muito prático em resolver problemas.

Converso com Felippo todos os dias, sinto muito a sua falta, mas percebo que ele estava desconfortável com o fato de Heitor ainda estar aqui e ele longe, mas depois de uma longa conversa aparentemente ele ficou mais tranquilo.

Tudo já está organizado e marquei de amanhã finalmente ir para o país deles, mas hoje a noite, vou fazer minha última apresentação na boate de Lucas e estou bem ansioso, ainda mais porque desconfio que meus amigos estão aprontando alguma coisa.

Heitor entra dentro do meu quarto, que nesses dias era o nosso quarto.

— Wow... Você está tão lindo!!!! - nem era pra tanto, estava com uma calça jeans escura e com uma camisa azul clara, pra completar um sapatênis, estava usando todas as dicas de Carlos e Lucas, nunca me preocupei muito em como me vestir, mas se fez necessário.

— Obrigada!!!! - agradeço sincero.

— Vamos? Os outros já estão lhe aguardando... - dou um suspiro e me levanto da minha cama indo ao seu encontro e ao passar por ele lhe roubo um beijo, fazendo ele me seguir com um sorriso bobo nos lábios.

[...]

Ao chegarmos na boate, mesmo sendo mais cedo, já haviam algumas pessoas aguardando a abertura, fui direto para o escritório do Lucas, batendo na porta antes de entrar.

— Raul!!!! - Lucas vem me abraçar.

— Sentirei a sua falta!!! - ele me fala baixinho.

— Você sentirá falta dos lucros... - falo brincando e ele me olha indignado e começamos a rir.

— Haaa... Olá Heitor, não tinha te visto. - ele cumprimenta Heitor que estava sério. Tive vontade de rir.

— Vou descer pra me preparar. - falo para Heitor.

— Vou ficar no bar, o Carlos vai me fazer companhia. - ele olha diretamente pra Lucas, que dá de ombros.

[...]

Vou caminhando para o palco para minha última apresentação e minha cabeça não para... o que será que vai acontecer ao final do meu curso? O que será deste relacionamento, que pra mim é tão inusitado? Como será minha vida naquele país, com idéias e costumes tão diferentes, sinceramente... não sei, mas agora tenho que me concentrar, me conecto a Kamaria e de frente ao público, começo a cantar uma música dançante, levando-os a loucura.

A noite foi passando muito tranquila, apesar dos afoitos que provocaram algumas confusões, contidas pelos seguranças, mas no geral eu me divertia com as interações que fazia com os "fãs", já estava muito mais solto e habituado ao palco e o público que me fazia me sentir bem.

O show estava acabando, procurei Heitor com o olhar, o vendo ao lado de Carlos próximo ao bar e ambos conversavam com uma ômega, senti uma pontada de ciúmes pela proximidade que ela estava de Heitor, com uma de suas mãos tocando seu braço, mas agora iria fazer uma surpresa para ele e tento suprimir um rosnado.

— Agora gostaria de cantar uma música para o meu namorado. - vejo que seu olhar se dirigi a mim e um sorriso se forma em seus lábios. A ômega me olha com um pouco de desgosto, ainda mais quando Heitor vem para próximo ao palco, sem tirar os olhos dos meus.

Vejo a ômega que estava conversando com eles, me encarando, tive a impressão que já a tinha visto anteriormente, mas ela deve ser uma frequentadora da boate.  Agarro o microfone e sinto Kamaria se encher de alegria, ao olhar para um Heitor sorridente. Os acordes começam a tocar e eu não tiro os olhos dele, nossa conexão era muito gostosa de sentir.