Capítulo 8 - Uma voz e um violão

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Raul

Os dias foram passando e minha vida era ir trabalhar no restaurante, descansar um pouco nos dias que eu ia cantar na boate e nas outras noites eu estudava para tocar o violão.

Meus amigos conseguiram alguns livros, onde eu aprendia as bases e as principais técnicas sobre o violão, além da relação do tempo na música, posições das mãos, dedilhado e como ler partituras e tablatura está última parte era um pouco mais complicada pra mim.

Eu tinha começado a utilizar o espaço social para ver aulas nos computadores disponíveis e ouvir músicas, assim conseguia aprender mais. Quando percebi estava chamando muito a atenção, porque algumas pessoas ficavam me ouvindo tocar, acabava ficando envergonhado, por causa disso meus amigos conseguiram um tocador de MP3/4 usado, não queria que eles gastassem dinheiro comigo, mas não me deixaram recusar, eles também gostavam quando eu cantava.

As vezes eu pensava sobre aquele alfa estranho, será que era o mesmo que entregou o cartão ao Carlos? Bem... Pelo visto o dono do cartão era bem rico e não morava em nosso país, quais as possibilidades de nós encontrarmos novamente? Embora ele prometeu voltar... Tsc... Porque estou pensando sobre isso. Continuo a lavar a louça, no restaurante, já tinha feito a limpeza do salão e terminando poderia ir pra casa, a noite iria cantar na boate.

Ao ir pra casa percebo que estava sendo seguido, meu coração começou a disparar, mesmo um pouco longe de mim, sentia seu aroma, com certeza era um alfa. O que ele queria? Meus olhos ficam turvos, pelo medo, mas tentei manter o foco. Não tive meu cio e nunca estive com ninguém e morria de medo de ser estuprado, coisa que acontecia com frequência com os ômegas em nossa comunidade. Não tive dúvidas me transformei e Kamaria correu o mais rápido que pode e assim conseguimos despista-lo, ao menos não sentia mais seu aroma.

Chego em casa ofegante, mais por medo, porque Kamaria nem se cansou. Estava somente Carlos em casa e ele se assustou ao me ver chegar na forma do meu cerne.

— Raul??? O que aconteceu?

— Alguém estava nos seguindo - falo ao voltar minha forma humana.

— Como assim? Você está bem? Será que ele queria te estuprar?

— Não sei o que ele queria, apenas fugimos.

— Vamos reportar no espaço social, isso é grave Raul, vai que é um louco em busca de ômegas. - apenas concordo.

Fomos até o espaço social e reportamos, mas eles apenas iriam ficar de vigia, pois infelizmente só senti seu aroma.

Enquanto isso...

— Sr. Mendonça já tenho algumas informações e vou transmiti-las direto em seu e-mail de segurança. - foi a mensagem deixada na caixa de mensagens.

[...]


— Raul você está bem? - Carlos me questiona ao voltarmos para casa.

— Agora estou!!! - Não tinha o que ser feito.

— Você quer ouvir uma música? - falo de supetão e vejo Carlos me olhar confuso.

— Preciso treinar e você poderia ser meu público. - falo animado.

— Mas você já aprendeu a tocar violão?? - ele me olha incrédulo e eu apenas afirmo.

Eu pego o violão e me ajeito, fecho meus olhos e começo.

We got the afternoon
You got this room for two
One thing I've left to do
Discover me
Discovering you

IRONIAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora