Capítulo 30 - Testamento

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Raul

(...)

Depois do primeiro impacto, nos acalmamos e a sensação de plenitude era incrível e não acreditava que isso estava acontecendo comigo... Conosco na verdade, já que eu não era o único a sentir essa sensação. Olhava admirado para Heitor e Felippo, ambos tinham a coloração dos olhos vermelha e ao olhar no espelho vejo meus olhos no tom de azul, era até engraçado, pois estou acostumado com meus olhos bicolores.

Raul isso é surreal, sentia algo diferente em Kai e depois em Aaryn, mas nunca pensaria isso... Eles estão eufóricos. - Kamaria estava muito alegre.

Deito novamente no meio deles, que me abraçam, ficamos um tempo assim, acho que não tínhamos condições de falar nada, talvez por medo de não ser real... enquanto isso lá fora a chuva continuava muito forte, era possível ouvir além dos trovões, as nossas respirações que estavam irregulares e o nosso aroma se expandiu suavimente por todo o quarto.

Isso foi impressionante!!!! - depois de um bom tempo falo em um sussuro.

— Realmente... nós três... Mas porque não reagimos antes? - Heitor fala pausadamente, apertando delicadamente minha cintura.

— Acho que tudo aconteceu quando Kamaria se uniu ao Kai e ao Aaryn. Tive uma sensação de plenitude... - fico pensativo e me recordo de alguns momentos. — Pensando melhor, teve algumas vezes que tive a impressão que mudaram a cor dos olhos, quando estivemos juntos... Mas foi tão breve que achei que fosse minha imaginação.

— Acho que está certo, quando nos aceitou e conectamos nossos lobos, conseguimos fazer a conexão e deve ter acionado algo dentro de nós. - Felippo responde depois de um tempo, enquanto fazia carinho nos meus cabelos.

Me aconcheguei mais nos dois, estava tão quentinho e o aroma do Heitor me fez relaxar, acabei bocejando, estava muito cansado e o dia foi muito longo, sem perceber adormeço aconchegado nos alfas.

[...]

Pela manhã demorei um pouco para me localizar e entender que estava no hotel e havia dormido com os alfas, tentei me levantar sem acorda-los, mas não consegui, Heitor me olha e sorri.

— Bom dia!!! - ele fala docimente e se aproximando me dá um beijo suave e carinhoso ao mesmo tempo que sua mão faz carinho em meu rosto, isso me faz corar.

— Bom dia!!! Preciso ir ao banheiro... - falo meio envergonhado, como eles tinham esta capacidade de me fazer me sentir assim? E quando comecei a me sentir assim?

Ele me dá espaço e quando vou sair, me sinto preso, ao olhar vejo que Felippo estava me segurando com seu braço envolta de mim e ainda dormia. Me aproximo de seu ouvido e sussuro.

— Bom dia Felippo!!!! - o vejo ainda de olhos fechados abrir um sorriso e seus pelinhos da nuca se arrepiarem, ele me puxa pra mais próximo e me beija...  Sua mão segura firme na minha cintura e a outra na minha nuca, aprofundando nosso beijo, ele suga meus lábios e sem nenhum pudor adentra sua língua dentro da minha boca explorando cada pedacinho e me faz ficar sem fôlego. Porque as coisas com ele são sempre tão intensas?

— Agora sim... bom dia!!!! - ele fala com um enorme sorriso e sinto minhas bochechas quentes e saio correndo para o banheiro, ouvindo uma risada gostosa deles.

(...)

Nos encontramos com os amigos dos alfas no buffet reservado de café da manhã, estava com vergonha, mesmo que não tenha acontecido nada, ainda assim havia dormido com eles e mal conseguia encarar seus amigos.

— Fica tranquilo Raul, somos família aqui e agora temos um compromisso com você. - Heitor sempre atencioso, fala baixinho em meu ouvido ao perceber que estava tenso.

IRONIAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora