Trabalhei pela manhã, mesmo sendo final de semana, para conseguir cumprir os prazos para o grande lançamento, sempre gosto de participar de todas etapas do processo, desde a escolha do local, até mesmo a decoração e neste evento haveriam algumas pessoas convidadas que viabilizariam novos projetos, além de novatos que iriam expor seus produtos e projetos e possivelmente poderiam tornar-se nossos futuros empreendedores.
Paguei o almoço para o grupo e fui em direção a casa do meu pai, ao parar na frente do portão da grande mansão me identifiquei e fui adentrando, parando o carro na frente da grande casa, me encaminho até a porta onde a governanta veio me receber, aquele local me trazia péssimas recordações, mas ao mesmo tempo me trazia lembranças da minha mãe, lembro bem pouco dela, porque quando ela faleceu eu era muito pequeno, mas lembro bem do sofrimento do meu pai, ela era a sua soulmate, ele quase morreu junto de tanta tristeza, mas nunca teve outra pessoa em sua vida, pois para ele só existia minha mãe.
- Felippo que bom que chegou, estávamos lhe aguardando. - ouço a voz do meu pai e abro um sorriso que morreu em minha boca assim que cheguei na sala e vi meu pai em pé e a Srta Savóia sentada em uma poltrona, não tive nenhuma compostura naquele momento.
- O que ela faz aqui? - saiu rosnando, já que Kai estava enlouquecido.
- Que isso Felippo, cadê seus modos? Convidei a Srta Savóia para almoçar com a gente. - ela me olha maliciosamente com um sorriso no rosto.
- Pai, vim aqui porque preciso conversar com você... - olho raivoso para ela. - mas.... A SÓS. É muito importante.
- Não pode ser após o almoço, meu querido? - meu pai tenta parecer educado, mesmo eu não me comportando.
- NÃO... poderia me acompanhar até o seu escritório? - não iria de forma alguma almoçar com ela, como meu pai não vê o óbvio.
Ele pede desculpas a ela por mim, me fazendo bufar, mas o vejo me seguir, ao entrarmos no escritório fecho a porta atrás de mim e nos sentamos nas poltronas que ali estavam.
- Felippo não estou te reconhecendo meu filho, que modos são esses? - ele tenta manter a calma. - E o que é tão importante para me falar?
- Pai, me desculpe, mas pare de tentar me juntar com essa Srta Savóia, não a quero!!!!
- Porque não? Ela é jovem, bonita, inteligente e faz parte de uma boa família... - o interrompo.
- Pai, ela pode ser o que for, mas não me atrai em nada e... era sobre isso que gostaria de falar... - suspiro e o encaro sério. - Eu já tenho um ômega!
- Oh... Porque não veio com ele?
(Sem que eles percebecem alguém abriu um pouco a porta sem fazer barulho para escutar a conversa.)
- Pai... - suspiro tentando me acalmar. - Estamos trabalhando muito e não tive tempo para conversarmos e hoje vim aqui para ficar um pouco com o senhor e lhe contar, mas o senhor convidou ... Essa... Essa... Essa aí ... - gesticulo com as mãos ao ar nervoso, não consegui nem pronunciar o nome dela.
(- Idiota, não sou qualquer uma, ele nem imagina do que sou capaz. - sua voz soa num sussuro inaudível.)
- Como iria saber meu filho? Eu a convidei porque considero a Srta Savóia uma boa opção para se casar com você, mas me conte sobre o seu ômega. - isso fez meu estômago embrulhar.
(- Ponto pra mim, vou fazê-lo esquecer esse ômega.)
- Ele é a pessoa que eu estou apaixonado, ele é lindo, gentil, carinhoso, prestativo, inteligente e canta maravilhosamente.
- E onde ele está, já que ele é assim tão especial, deveria tê-lo trazido para que eu o conhece-se? E a qual família ele pertence?
Antes que ela ouvisse o restante da conversa, a Srta Savóia ouve alguém chegando e sai dali e com cara de inocente, pergunta onde ficava o toalhete.
- Pai ele não mora em nosso país e nem é de uma das famílias tradicionais. - vejo meu pai ficar vermelho de raiva.
- NÃO ADMITO... UM ESTRANGEIRO, COM CERTEZA É UM OMEGA QUALQUER E APROVEITADOR... - ele grita indignado, fazendo meu coração se apertar.
- Você nem o conhece, não seja preconceituoso e se não se lembra me deu a liberdade para escolher quem eu quisesse. Antes de conhecer o Raul, até concordaria em aceitar casar com a Srta Savóia, mas apenas por contrato, ela nunca seria minha esposa realmente, já que meu coração estava fechado e não queria relacionamentos, mas agora eu não posso, ele foi capaz de me fazer me abrir e.... Eu... Eu... O amo!!!!!!!!
- Não seja um tolo, com certeza ele usou seus truques para te "conquistar". - ele diz com desdém, fazendo aspas com os dedos.
- O senhor pode falar o que quiser, mas eu vou me casar com ele! - falo firme e convicto.
- Se você continuar com isso, serei obrigado a fazer um contrato pré nupcial e ele não terá direito a nada. - vejo um pequeno sorriso se formar em seu rosto.
- Se for está a condição para que o senhor o aceite, eu concordo!!! - ele me olha incrédulo, fecha os olhos e repousa suas mãos em suas pernas.
- Eu não o aceitarei, mas ao menos irei proteger nossos bens, se você continuar sendo um tolo e um teimoso. Embora quero ver se ele vai aceitar os meus termos. - como meu pai poderia estar se comportando desta forma?
- Ele vai aceitar, porque ele não se importa com essas coisas. - o vejo me olhar irritado. - Agora então eu vou embora, pois não vou conseguir almoçar na presença dessa senhorita.
- Será um desrespeito. - o interrompo.
- Pai, peço perdão!!!! Peço que lhe dê qualquer desculpa, pode até dizer que não estou bem, pode dizer até que morri. - ele torce o nariz, mas não o deixo falar. - Creio que o senhor não veja, mas as coisas não são como eram a anos atrás, algumas das famílias tradicionais foram corrompidas e realmente me perdoe, mas prefiro ir para minha casa.
- Faça como quiser. - me levanto e faço uma pequena reverência ao meu pai.
Ao sair percebo que a porta estava um pouco aberta e achei estranho, pois a havia fechado, quando estava no corredor, uma das funcionárias antigas da casa me aborda, de cabeça abaixada.
- Sr Mendonça, o conheço desde que era criança e me perdoe por estar lhe incomodando, mas preciso lhe alertar.
- Eu me lembro de você, por favor pode falar. - ela me olha admirada, será que eu era tão ignorante assim antes de conhecer Raul? Ela abre um sorriso tímido.
- Não pense, por favor que quero causar intriga, mas conheci sua mãe e ela era uma pessoa adorável, bondosa e o amava muito e creio que ela não aprovaria a senhorita que está na sala. - ela me olha e torce um pouco a boca em desaprovação, dou um pequeno sorriso, a deixando surpresa. - Bem, a peguei ouvindo atrás da porta do escritório, mas ela disfarçou, não sei quanto ela ouviu da conversa do senhores, mas tenho medo dela, minha loba se treme toda na presença dela.
Seguro as suas mãos e a olho nos olhos. - Obrigada por me contar!!! Você poderia me acompanhar até os fundos, não quero que a senhorita me veja sair.
Ela sorri e me acompanha e no trajeto fala um pouco sobre minha mãe, ela parecia ser uma mulher adorável e cheia de vida. Saio da mansão sem nem dizer adeus a "senhorita" e vou ao encontro dos meus amigos precisava conversar com Heitor e também espairecer.
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IRONIAS DO DESTINO
Misterio / SuspensoEstá história se passa no omegaverso. 🦊🦊🦊🦊 Raul, já tem quase 18 anos e até onde saiba era um simples ômega macho, sem família, que fugiu aos 15 anos do orfanato onde fui abandonado ainda bebê e viveu nas ruas por pouco tempo até encontrar Carl...