N.A.: Prontos?
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Já fazia alguns dias do ocorrido na festa e Heitor não achou nenhum indício de outros envolvidos no caso da Srtª Anna Savóia, mas como poderia ser alguém não mencionado, mantiveram as investigações. O Líder Lúpus, ficou muito irritado pelo fato de alguém ter ofendido um ômega bem debaixo do seu teto, ainda mais sendo Raul... mas dentre os convidados não havia ninguém de fora da sociedade lúpina, mesmo os honorários eram vindos de boas famílias, foi visto que as câmeras haviam sido redirecionadas e não foi possível visualizar a face do alfa quando estava com Raul, então por fim não sabiam quem poderia ser o alfa misterioso e prepotente.
Os meus seguranças se mantinham a uma certa distância e eu simplesmente me esquecia que eles estavam ali, esse foi o combinado com os alfas.
Eu como sempre estava atarefado, naquela tarde não teríamos aulas, Uryan havia combinado alguma coisa com Alan e não teria nenhum grupo de estudos, então eu reservei uma das salas de Juilliard para poder praticar o violino, mas uma pergunta não me saia da minha cabeça. O que eu deveria me lembrar? Caminhava distraído pelos corredores e isso já estava me incomodando.
Chegando em frente a última sala daquele corredor, passaria algumas horas sozinho finalmente, já que ultimamente sempre estava acompanhado e sentia falta de estar sozinho, não que a companhia dos amigos ou dos alfas fosse ruim, mas só queria um momento só meu. Me lembrei quando ficava em cima da laje sob o luar, depois de um dia duro de trabalho e cantava até adormecer, isso me faz sentir uma certa nostalgia.
Olhei a sala e apesar de não ser tão grande, tinha tudo que me era necessário para o meu estudo de violino de hoje. Separei as partituras que iria utilizar e coloquei em cima da mesa, peguei meu violino aproveitei para afinar como havia aprendido, após sentei pra analisar as partituras, já conseguia lê-las sem dificuldade e algumas já tinha guardado de memória.
Coloquei meus fones e comecei a escutar a melodia, isso me ajudava bastante, porque violino não é algo fácil de aprender, tem que prestar a atenção no dedo, na corda, no arco, tem a mão direita a esquerda, tem que prestar a atenção no som produzido, no ritmo da composição, se é uma escala que não estou familiarizado tenho também que estar atento, olhar para a partitura, o professor vive corrigindo minha postura e a posição do meus braços, eram muitos detalhes a serem assimilados, espero que no final seja como aprender a dirigir, porque hoje não penso em qual pé vou colocar no freio ou quando engatar alguma marcha... Simplesmente vai... Espero que em alguns anos eu consiga ser assim com o violino.
Comecei com exercícios básicos antes de iniciar a tocar alguma das partituras que eu trouxe, meus professores não queriam que eu me aprofunda-se nas clássicas no momento, já que estou começando, mas era difícil não se encantar por Vivaldi, Tchaikovsky, Brahms, Paganini, Chopin entre outros grandes compositores.
Comecei por músicas mais básicas e infantis, algumas mais populares e quando me senti aquecido, escolhi uma das minhas favoritas para tentar me aventurar nas clássicas.
Escolhi uma que sempre me trazia um sentimento inexplicável ao ouvi-la, "Le quattro stagioni", mais especificamente Concerto No. 1 em Mi maior, op. 8, RV 269, "La primavera". Estava muito compenetrado na minha evolução, tendo alguns erros e procurando melhorar minha postura, segurando melhor o arco e melhorando a posição das mãos.
Um sentimento me absorveu de uma forma que minha conexão com Kamaria ficou mais forte e no meio da execução da música a voz me falou novamente alto e claro:
- SE LEMBRE!!!!
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N.A. :
¹ O que estiver em itálico são as impressões e sentimentos de Raul do presente. Embora estão misturados.
² Vale lembrar que a língua que os pais de Raul falam não é o português.
³ Me desculpem, não entendo nada sobre gatilhos, mas pode não ser agradável para algumas pessoas.
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IRONIAS DO DESTINO
غموض / إثارةEstá história se passa no omegaverso. 🦊🦊🦊🦊 Raul, já tem quase 18 anos e até onde saiba era um simples ômega macho, sem família, que fugiu aos 15 anos do orfanato onde fui abandonado ainda bebê e viveu nas ruas por pouco tempo até encontrar Carl...