Capítulo 72 - A emboscada de Heitor

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Heitor

— Heitor, você tem certeza disso? Ele é o seu ômega e pode até... até... bem.... até ser morto.... - um dos alfas lúpus de minha equipe me questionava, entendia sua preocupação, pois pela sociedade lúpina devemos proteger e cuidar dos ômegas.

— Você não conhece o Raul e não sabe do que ele é capaz, não lembra do que ele fez com aquele alfa em pleno cio? - minha voz saiu firme, tinha completa consciência do que deveria ser feito, o plano estava todo revisado um milhão de vezes por mim e por Felippo, nada de mal iria acontecer a Raul.

— E se foi apenas sorte? Esse Sr. Seung é muito perigoso e forte... - realmente tudo que conseguimos em nossas investigações sobre ele, demonstrou o quanto ele era ganancioso e fez seu império crescer muito depois que recebeu a herança de sua irmã e seu cunhado, mas tínhamos uma lacuna que precisava ser preenchida ou talvez confirmada infelizmente.

— Pode até ser perigoso, mas não é tão esperto, já que deixou brechas... - suspirei, estávamos monitorando as ações do Sr. Seung  fazia um tempo, por isso havia me calado para Raul. — E ele é um alfa comum, contra um ômega lúpus, com uma boa genética. - ao final dei um sorriso. — E a nossa equipe estará de apoio e em nenhum momento Raul estará realmente sozinho.

— E se ele não falar o que precisamos? - sua dúvida era plausível, mas se esse fosse o caso ainda poderíamos coloca-lo sob interrogatório na sociedade lúpina e lá ser interrogado por executores, não seria algo que alguém quisesse participar.

— Ele é do tipo que fala muito e gosta de se vangloriar dos seus feitos, segundo o relatório de Si-Woo e Iseul. - mesmo temeroso o outro alfa iria me obedecer.

[...]

Sabe "tio"... o destino faz coisas engraçadas não é... — O senhor foi ganancioso ao ponto de matar a própria irmã e sua família, mas graças a coragem de uma mãe e ao coração de um pai, permaneci vivo e um mercenário, me levou para longe, me salvando de você e todo o mal que seu coração e alma carregam... E esse mesmo destino me uniu a dois alfas predestinados a mim e me trouxe de volta e sabe o que é mais irônico disto tudo? 

Pelo transmissor era possível ouvir claramente toda a conversa e havíamos conseguido todas as provas necessárias para o julgamento deste alfa e nós organizávamos para entrar, antes que Raul perdesse o total controle.

— Senhor o Raul está se aproximando do alvo. - um atirador de elite bem posicionado falou pelo comunicador.

— Está na hora... ao meu sinal. - dei instruções ao que estavam em solo. _  Se o alvo der algum sinal de perigo para Raul ou Uryan, tem permissão para atirar. - por fim dei ordens para o atirador.

O mais irônico é que se nada disso tivesse acontecido, será que teríamos esse mesmo destino... "tio"?

— AGORA!!!!! - dei a ordem e tudo aconteceu rapidamente.

Os meus homens em sincronia perfeita arrebentaram as portas e as janelas próximas, entrando com as armas em mãos e logo avistaram Uryan que estava encolhido próximo a um sofá, o retiraram do local a protestos.

Um pouco mais afastado vimos o nosso ômega, na forma de Kamaria, ele havia derrubado o Sr. Seung, ao nos aproximarmos vimos que tinha sangue em suas roupas e o mesmo urrava de dor, seu braço estava sendo esmagado dentro da boca de Kamaria, os seus olhos estavam esbugalhados de pavor, provavelmente pela surpresa de um ômega o ter derrubado.

— TIREM ELE DE CIMA DE MIM...EU FUI ATACADO EM MINHA CASA... ELA FOI INVADIDA POR VÂNDALOS... - ele gritava descontroladamente. - com as mãos pedi para que meus homens parassem onde estavam e segui com Felippo.

— Kamaria, por favor... já chega... - falei firme tentando chegar próximo, mas Kamaria permaneceu em cima dele, com o braço do Sr. Seung em sua boca, sua mandíbula firmemente travada e apertando cada vez mais, sendo possível ouvir os ossos se partindo, ela apenas nos olhou de lado com seus olhos vermelhos e rosnou para todos ao redor.

— Abaixem as armas e se afastem. - ordenei aos meus homens, que me olharam e mesmo a contragosto seguiram minhas ordens, visto que Kamaria estava querendo proteger Raul e visivelmente toda a dor que Raul passou em sua vida toda tinham vindo a tona, precisávamos acalma-la primeiro, olhei para Felippo que entendeu o que eu queria e se aproximou do outro lado de Kamaria, tendo todos os outros se afastado.

— Kamaria/Raul vocês não são assim... - ela novamente me olhou e rosnando me dando sinal que era para me afastar, mas continuei a falar em um tom de voz mais baixo. — Ele será julgado por seus crimes eu lhe garanto. - ela não se afastou nem um milímetro do Sr. Seung, que continuava gritando, ela não iria parar.

Heitor e Felippo se transformaram em seus lobos e conseguiram chegar mais próximos a Kamaria, para o terror do Sr. Seung que gritava mais, tendo a certeza do seu fim, ao perceber que haviam mais dois lobos enormes se aproximando, quanto mais agitado ele ficava, mais seus ossos eram quebrados.

Kai chegou próximo tendo Kamaria rosnado pra ele, que abaixa a cabeça se submetendo a ela e do outro lado Aaryn a toca com o seu focinho, ganhando um rosnado, mas também se submete a Kamaria e tendo os dois alfas submissos a sua frente liberando seus feromônios, seu coração se enche do amor que Raul sentia por seus alfas, voltando seus olhos a sua coloração bicolor habitual. Ao soltar o braço do Sr. Seung, o mesmo  se afasta rapidamente para próximo a uma das paredes, segurando seu braço que antes empunhava a arma, agora estava totalmente destroçado e perdendo muito sangue, provavelmente havia quebrado os ossos com a mordida de Kamaria.

Kamaria tocou seu focinho primeiro em Kai/Felippo e depois em Aaryn/Heitor, eles a olharam e se enroscaram na forma de seus lobos, ronronando. Voltando em suas formas humanas, mantendo abraçados por um tempinho e por fim olharam para seu corajoso ômega, o quanto o amavam era algo impossível de se dimensionar e  após se recomporem com ajuda de Si- Woo, se voltaram para o Sr. Seung, o mesmo estava com olhar aterrorizado.

_ Vocês devem o prender, ele... - nem deixei ele terminar a frase.

_ Sr. Seung, está completamente enganado. - sorri de lado. _ Eu sou Heitor Sartori, em minha função de executor estou lhe prendendo, pelos crimes cometidos a um ômega.

_ EU NÃO FIZ NADA E MEUS ADVOGADOS IRÃO LHES PROCESSAR, EU SOU A VÍTIMA. - Raul rosnou e Felippo segurou em seu braço, o olhando amorosamente, acalmando-o pelo momento.

Heitor se aproxima de Raul e beijando suas mãos, o abraça e tocando em seu colar com o pingente em forma de gota, se volta para o Sr. Seung.

— Creio que o senhor esta novamente enganado, tenho provas contra o senhor e a sua confissão gravada por esse transmissor. -  minha voz saiu calma e baixa, sendo possível ver o ódio faiscando em seu olhos e nos meus sabia que brilhavam ao conseguir fazer mais um monstro ser preso e leva-lo a um julgamento.

— Meu crime está prescrito, ninguém poderá me julgar... - ele dá uma risada histérica.

— E quem disse que será julgado pelo governo... - sua face se fechou na mesma hora. — Um crime cometido contra um ômega, nunca prescreve na sociedade lúpina. - dei um sinal para Felippo.

— Levem-no. -  Felippo solicita aos alfas que aguardavam.

— Se tivesse conseguido o medalhão, quem sabe teria algumas "regalias"... - Raul fala gesticulando as mãos, quando os alfas o levam, recebendo em troca um olhar furioso, logo a seguir Uryan entra feito um louco e pula em cima de Raul.

— Migo, tive tanto medo... - seu choro era bem ruidoso e se afastando um pouco de Raul lhe dá um soquinho no ombro. — Nunca mais ataque qualquer um que esteja armado. - Raul apenas sorri.

— Vocês vão ter que me explicar muitas coisas. - Raul nos olha com a sobrancelha levantada, apenas sorrimos de lado em retribuição.

IRONIAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora