Capítulo 27 - Dna Laura

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Raul

Os dias se passaram e mais uma semana estava quase por acabar, ainda não falei com os alfas sobre Juilliard, decidi por fim contar pessoalmente, já que neste final de semana eles e seus amigos viriam até nossa cidade.

As coisas em Juilliard estão praticamente prontas, a minha matrícula está feita, até me passaram por e-mail a grade curricular e uma carta para apresentar no consulado e já estava certo onde iria ficar nos alojamentos. O dinheiro que juntei esses dois anos, daria para me sustentar por alguns poucos meses, já que não teria que pagar moradia e nem o curso, mas sabia que teria alguns gastos extras com livros e outros materiais, então quando chegasse por lá iria conseguir um emprego de meio período para não depender de ninguém.

Na próxima semana seria a entrevista no consulado, já tinha todas as orientações e documentos necessários em mãos e o fato de saber falar inglês ajudaria muito.

Elias começou  trabalhar no restaurante, já que o dono insistiu que ele começasse logo. Agora que o dono do restaurante e eu estamos mais próximos, conversávamos mais e soube que ele era viúvo e tinha um filho um pouco mais velho do que Elias, ele era um alfa e chamava-se Jeremias.

Os meus alfas conseguiram recuperar de alguma forma os documentos de Elias e Luis veio novamente me entregar e fez suas gracinhas me deixando envergonhado, ainda mais por ele também ser um ômega.

O que sabiamos sobre Elias, era que seus pais eram drogaditos e não cuidavam dele adequadamente, sempre tinha pouca comida, ele que ficava responsável por cuidar da casa e fazer comida e sempre apanhava por qualquer motivo ou nenhum motivo, não só dos pais, mas dos traficantes também, que queriam que ele vendesse drogas para eles e Elias sempre recusava.  Os pais dele viviam em outra comunidade, mas nem se importaram quando ele não aguentou mais, tomou coragem e fugiu de casa, acho que só não foi vendido porque era um beta, quando o encontramos ele estava dormindo na nossa porta, todo encolhido na forma do seu cerne, um lindo lobo cinza.

Desde aquele momento eu e Carlos decidimos cuidar dele, apesar da nossa pouca diferença de idade, acabo mais o tratando como um filho do que amigo. Agora ele estava registrado como aprendiz, o dono do restaurante fez questão e quando soube do seu sonho de ser chefe, ficou animado, já que o filho dele não gostava muito destas coisas, preferindo mais a parte administrativa do restaurante e com isso ele me contou que iria o incentivar para que continua-se seus estudos e eu fiquei muito feliz.

(...)

Elias e eu saímos juntos do restaurante e voltávamos para casa, mas resolvemos passar pela praia antes de subir para casa, já que ainda estava cedo e o sol ainda aparecia no horizonte. Eu gostava muito de Elias, apesar de todo sofrimento que passou e de seu medo de alfas, ele tinha um bom coração e mesmo tímido sempre havia um sorriso em seu rosto. Estávamos distraídos quando senti dois aromas que pra mim eram bem conhecidos e estava com muitas saudades... Mesmo que eu negasse. Ao me virar vejo os dois com um imenso sorriso me olhando, nem percebi que haviam outros alfas atrás deles.

Kamaria estava mais empolgada do que nunca e sem nem perceber ela simplesmente se transformou e correu ao encontro deles, fazendo festa ao redor de ambos, toda animada e alegre, parando em frente aos dois alfas, com isso me senti refém dela, mas não posso negar que me senti ótimo quando eles me abraçaram me fazendo carinho e Kamaria me permitiu voltar a minha forma humana, nos braços deles sentindo o seus deliciosos aromas.

Ao me separar era inevitável ver o sorriso deles e não sorrir também.

— Pelo jeito não era somente você que estava com saudades. - Heitor fala sorrindo se referindo a situação visível de Kamaria "me sequestrando", isso me deixou ruborizado.

IRONIAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora