Pumpkin;

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  As rodas da carruagem iam rápido pela estrada que levaria até a casa de Lily. Os ratos cavalo corriam o máximo que conseguiam e o cocheiro os guiavam pela noite adentro. Atrás do veículo dourado, os cavaleiros do rei perseguiam a princesa sob o comando do príncipe herdeiro, Evans conseguia escutar os cascos dos cavalos misturados aos que as fadas haviam transformado em seus, se preocupava em distrair os guardas antes que seu tempo acabasse.

Toda aquela movimentação a deixava tonta, por isso colocou a cabeça para fora da pequena janela do veículo e se assustou ao ver que estavam correndo ao lado de um precipício. Em cima de sua cabeça escutou o cocheiro mandar os cavalos correrem mais rápido e se lembrou de lhes dar bastante queijo quando voltassem a ser ratinhos.

Olhou para trás e viu os cavaleiros se aproximando da carruagem dourada, trocou um olhar preocupada com seu lacaio lagarto e ele sentiu que precisava fazer algo. A transformação começava a perder seu efeito, os pés do cocheiro voltaram a serem patas de ganso e a cauda dos lacaios voltaram ao corpo humano.

Ao passar pelo portão de entrada da cidade, o reptiliano teve uma ideia para atrasar os seus perseguidores, e puxou a alavanca que segurava o portão aberto usando sua cauda longa e flexível. Sorriu ao ver os guardas presos do outro lado do portão, recebendo um olhar agradecido de Lily, que logo se tornou preocupado quando sentiu um solavanco e a velocidade da carruagem diminuir.

Um dos cavalo haviam voltado a ser rato e era pendurado pelo cinto que prendia sua versão equina ao veículo dourado. Gradualmente cada parte humana dos animais transformados ia se desfazendo, cada cavalo voltou a ser rato, os lacaios se penduravam em forma de lagarto no que havia sobrado da carruagem e o cocheiro tinha penas e asas. A Carruagem voltavam a ser a grande abóbora que havia sido no início da noite, primeiro seu interior se transformou em sementes e polpa laranja, as rodas de metal viraram raízes redondas que ainda andavam, porém quando elas se encolheram em direção ao corpo do vegetal que já se transformava, Lily não teve muita escolha a não ser se segurar no interior da abóbora e ser quase arremessada quando o vegetal se espatifou no ar.

Se sentou no chão de terra ainda meio zonza pela corrida alucinante, o vestido azul voltara a ser o rosa de sua mãe, com as partes que haviam sido rasgadas pelas postiças. Mesmo que pudesse sentir sua mão ardendo um pouco pela queda, quando olhou para o céu iluminado pelas estrelas, não conseguiu deixar de sorrir e se sentir mais feliz do que esteve nos últimos anos de sua vida.

— Está todo mundo bem?- Perguntou olhando em volta para os animaizinhos.

Os lagartos se aproximaram de sua mão que se apoiava na terra e subiram pelo braço parando em seu ombro, os ratinhos subiram pelo vestido rasgado e param em cima de suas pernas estendidas. O ganso batia as asas e grasnava andando em círculos em volta de Lily.

— Vou considerar isso como um sim- ela riu se levantando após as criaturinhas saírem de cima de si. Ao se colocar de pé, estranhou quando sentiu à terra fria em somente uma da sola de seus pés e se surpreendeu quando viu que seu sapato continuava ali. Fazia sentido, ela pensou, ele não foi feito pelas fadas e sim por Remus, não fazia sentido desaparecerem, mesmo assim ficou contente por ter uma lembrança concreta daquela noite mágica, ainda que um pouco chateada por não ter o par completo.

Andou pela estrada que levava até sua casa, com os animaizinhos pegando carona no sapato de cristal e não conseguia tirar o sorriso do rosto. Nem mesmo quando uma chuva começou no meio do caminho, ela abriu os braços e deixou que a água da chuva lavasse todas as suas preocupações naquela madrugada. Viu os portões da casa e andou mais rápido, entrando correndo após escutar a carruagem da madrasta se aproximando, ouvindo o tom inconfundível e incrivelmente irritante da voz de Petúnia.

Kindness and Courage- a Cinderella storyOnde histórias criam vida. Descubra agora