Oi oi gente, espero que gostem 💛
Ao reunir o conselho real, o rei Potter deixou claro que iria se casar assim como mandava a tradição, porém também expôs o acordo que havia feito com o mais velho, se comprometendo a cumprir sua parte do acordo caso cumprissem seu único pedido: buscar a princesa misteriosa, aquela que havia roubado o coração do atual rei. Apesar de um pouco intrigados pela decisão do homem, grande parte dos conselheiros aceitaram o acordo e se dispuseram a ajudar na procura da princesa.
Porém, só havia um problema. Como achar a princesa?
Como achar uma mulher que ninguém havia reconhecido as feições, não utilizava-se de qualquer adereço que poderia ser utilizado como "pista" e o único rastro havia sido um sapato de cristal que não parecia ter sido feito por mãos humanas? Esse questionamento rondava a mente de todos no castelo, mas principalmente o rei.
James sentado na sala de estar principal do castelo, encarava o tampo de madeira escura da mesa, sua expressão parecia mais madura, aquele homem agora nada parecia com o garoto sonhador que chegara no porto de seu reino há alguns meses, o peso da perda e de suas obrigações lhe obrigaram a amadurecer e pensar em algo que não havia pensado antes, seu casamento.
Não sabia explicar o motivo de aquilo que antes lhe causava tanto asco, agora parecer agradável e até mesmo algo que ele deseje com tanto afinco. Mesmo que desde pequeno tenha dito que não queria se casar, a verdade era que tinha medo do casamento, medo de ser um marido ruim e um pai ausente. Apesar do exemplo que teve dentro de sua casa ter sido o melhor possível, parecia que sua mente lhe pregava peças e sempre que pensava em se casar com alguém, tinha um medo de falhar que lhe fazia fugir da situação e de qualquer envolvimento amoroso, se não se envolvesse com ninguém não iria conseguir decepcionar nenhum parceiro, um pensamento um pouco infantil e medroso, mas que havia funcionado até o momento.
Nunca havia tido namoradas, no máximo alguns encontros que não passavam de beijos e mãos bobas, simplesmente porque não conseguia sentir vontade de avançar, mesmo sabendo que várias das mulheres, e alguns homens, que se encontrara, se sentiriam até mesmo honrados de dividir a cama com um príncipe, e o futuro rei. Muitas vezes se considerou quebrado, já tinha ouvido falar de histórias de pessoas que passavam a vida sem namorar ou dividir a cama com ninguém, em um tipo de celibato voluntário e pareciam muito felizes com suas escolhas, e por muito tempo se considerou uma dessas pessoas e estava mais que satisfeito em ser daquela forma.
Até conhecer ela.
James se lembra de um dia, logo após ver seu irmão suspirando pelos cantos ao receber a primeira visita do sapateiro e o filho no castelo, o Black parecia flutuar e enquanto os dois irmãos andavam pelo gramado vendo os soldados treinando, logo após finalizarem seus próprios treinamentos, a voz rouca cantarolava baixinho uma das melodias românticas que sua mãe adorava tocar no piano. Lembra-se de perguntar para o irmão o que tinha acontecido e ele lhe responder com uma risadinha idiota, dizendo que achava que havia se apaixonado. Eles tinham 15 anos na época, mas parecia tão real que James se assustou.
Hoje James entende o sentimento de Sirius, pois mesmo tendo visto a princesa somente duas vezes, sabia que sentia aquela paixão que seu irmão havia lhe descrito muito tempo antes.
Sirius sempre havia sido mais desenvolto que James, no que se diz respeito à relacionamentos amorosos. O Potter havia tido seu primeiro beijo aos 16 anos, com uma criada gentil que escutou o príncipe conversando com o irmão sobre isso, e depois disso, poucas foram às vezes em que teve uma real vontade de beijar alguém novamente, e menos ainda às vezes em que chegou a realmente concluir o ato.
Quando conheceu ela, James sentiu uma vontade que nunca havia sentido antes. Não somente queria beijá-la, mas como também amá-la de todas as formas que havia lido em livros e visto nas pinturas ao redor do mundo. Queria escutá-la falando sobre qualquer coisa enquanto admirava o belo rosto que parecia se iluminar com os mais triviais assuntos.
James queria ela, e isso lhe assustava mais do que assumir a coroa em uma idade tão jovem, porque ele nunca quis ninguém dessa forma, e não queria cometer erros. Ele não podia cometer erros.
— Você é jovem demais para ter rugas meu filho- os pensamentos do rei foram cortados pela entrada da rainha, James olhou para a mãe com ternura, suas vestes pretas como passaram a ser desde a morte de seu pai, apesar de muito diferentes das roupas suntuosas e coloridas que ela usava anteriormente, combinavam com ela e seu período de luto.
— Mamãe, como está?- O Potter levantou para abraçar a mais velha, a guiando até a poltrona ao lado da mesa onde estava sentado.
— Bem, recebi alguns livros para a nova biblioteca da cidade, estava ajudando as empregadas a os catalogarem- aquilo fez James sorrir, sua mãe era uma mulher bondosa que continuava a exercer seu papel de rainha mesmo devastada pelo luto.
— Está dando tudo certo com a biblioteca comunitária? Os planos para a escola continuam?- A mulher sorriu enquanto acariciava o rosto do filho. Conversaram um pouco sobre os planos da mulher sobre a educação do reino, Euphemia após a morte do marido percebeu que mesmo sem perceber, havia deixado muito a desejar em seus projetos iniciais em relação aos seus súditos, então como uma forma de superar o luto, vinha focando sua atenção neles, o que estava lhe fazendo muito bem.
A mãe sabia que o homem estava tentando mudar de assunto, reconhecia como o filho estava sofrendo com aquela busca pela mulher que lhe conquistou na noite do baile e talvez até mesmo antes disso, mas ela conhecia o filho a tempo suficiente para conseguir ver através do sorriso falsamente animado e das palavras escolhidas pelo homem para conduzir a conversa.
Os olhos castanhos da mulher se focaram em cima da mesa onde o filho estava sentado, vendo o sapatinho de cristal da mulher que roubara o coração do rei e seu primogênito. Se levantou quando o silêncio tomou conta da sala, chamando a atenção do homem que continuava ajoelhado aos seus pés. Ao pegar o objeto em suas mãos, ela conseguia sentir uma onda de magia que emanava do belo sapato, além de alguma forma sentir que aquilo pertencia a outra pessoa. Se sentou novamente na cadeira, ainda segurando o sapato, com James ajoelhado perto de suas pernas como uma criança observando a mãe lhe contar uma história.
— Ela disse ser muito confortável- O homem falou sorrindo para o sapato, lembranças da noite que passou com a mulher inundando seu coração e o fazendo sentir vivo como nunca.
Surpreendendo a mãe, James ergueu a mão até o tornozelo de sua mãe, retirando o sapato simples que ela usava aquele dia. Com delicadeza pegou o sapatinho de cristal e tentou calçar o pé da rainha com o mesmo, elas pareciam calçar o mesmo número.
Quando tentou colocar o sapato de cristal, sentiu uma resistência muito forte do objeto, como se ele não quisesse ser calçado pela rainha. Euphemia observou com calma e curiosidade o que acontecia, ela também conseguia sentir como se fosse errado ela estar calçando aquele sapato, como se não o pertencesse. A magia parecia estar um resistindo, era estranho, mas Euphemia imaginou que algo tão belo realmente deveria ter um pouco de magia, James desistiu de tentar colocar o sapato em sua mão ao perceber que ele não iria servir, mesmo que aparentemente ele fosse exatamente do mesmo tamanho do pé da mais velha.
Mãe e filho se olharam e sorriram um para o outro, parecendo ter a mesma ideia.
Espero que tenham gostado, comentários são sempre bem vindos, e estamos já entrando na reta final da história, queria agradecer a todos que leram até aqui e quem estiver chegando agora sejam bem vindos 💛💛
Até a próxima 🥰
VOCÊ ESTÁ LENDO
Kindness and Courage- a Cinderella story
Teen FictionLily Evans tinha aprendido com sua mãe a ser sempre gentil e corajosa que as coisas iriam dar certo em sua vida. Mesmo após seu pai se casar novamente após a morte da mãe, com sua madrasta ela continuava sendo tudo aquilo que prometera a mãe. No ent...