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Karol

As atitudes de Ruggero ainda me confundem

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As atitudes de Ruggero ainda me confundem. Ele havia me defendido do cara tatuado e do atrevido que me beijou. Chegou a bater num cara por minha causa! Esse sim seria um momento "deusa total", se ele não tivesse feito isso por questão de principios. Ele faria isso por qualquer outra mulher que estivesse naquela situação.

 Tento não pensar tanto nele grudado com as duas mulheres a noite inteira e me concentrar no quanto tinha me divertido. Dancei como não fazia desde que havia começado a namorar o Henrique. Até voltei a usar roupa curta, ele pirou quando me viu naquele vestido de noivado, dizendo que era indecente.

 E eu me pego agora pensando quando eu tinha ficado tão sem vontade própria a ponto de parar de sair, e de vestir apenas roupas recatadas por causa de um noivo. Ainda estou triste por ter sido feita de palhaça por três anos e tenho aquela sensação de traição, que corrói a minha alma. Mas não sofro por amor. Eu me sinto leve, como se pudesse finalmente voltar a ser eu. E, se me lembro bem de como eu era antes de começar a namorar o Henrique, eu deveria ter deixado o Jorge me beijar hoje.

 Era a coisa certa a se fazer, para completar a diversão. Mas, na hora achei cedo demais. De qualquer forma eu o verei novamente, ele é um idiota que fica olhando para os meus seios e falando do tanto de coisas que possui, para me impressionar. Até me pergunto por que eu atraio esse tipo de idiotas para a minha vida, mas é bonitinho. Não faria mal nenhum calar a boca dele com uns beijos e dar uns amassos. Faz tanto tempo que eu não dou uns amassos que "perigo" eu nem saber mais como fazer! O carro entra no estacionamento do hotel e para. Eu desço do carro ainda sem falar nada com Ruggero. 

A boca dele está manchada do batom das duas mulheres que ele beijou e eu sinto nojo ao olhar para ele. Safado, pervertido! Veio com um papo para cima de mim e logo já estava com as outras. Imagina se eu tivesse deixado ele me beijar? Ele me beijaria e se sentaria à mesa e as beijaria. Eu seria apenas a terceira da noite. Não que eu tenha sequer cogitado a ideia de deixá-lo me beijar. De maneira nenhuma, isso nem passou pela minha cabeça.

 Mas, se eu for olhar o quanto ele é lindo com esse corpo malhado, os olhos castanhos, esse cabelo castanho escuro desgrenhado caindo no olho, ah! Como o estúpido é lindo! Se eu fosse olhar a beleza dele, já estaria na sua cama essa hora, junto com as outras duas que eu que eu terei que dormir na poltrona.

 Claro que Ruggero Pasquarelli jamais deixará a cama para mim. Eu, a incomodada que vá para outro lugar! Entramos no elevador e percebo que ele me olha e um sorrisinho idiota nem sei por que ele não trouxe para o hotel para terminar a noite. E falar na noite no hotel me faz lembrar aquela cama enorme e maravilhosa, e do fato de aparece no rosto dele. 

- O que foi?

 - Estou aqui imaginando qual calcinha você estaria usando. - Sinto-me corar. 

- É bom que tenha uma excelente imaginação. Porque vai ser o mais perto que você vai chegar da minha calcinha! 

- É aquela, não é? A preta, sexy? A minha calcinha? - Como ele sabe? 

- Não sabia que você usava calcinhas.

 - Não adianta fingir de boba, Sevilla. Eu sei que está usando aquela calcinha. E sei que só a colocou por minha causa, para pensar em mim - ele se aproxima de mim e me prensa na parede do elevador - Eu sei que quando estava dançando daquele jeito era para me atrair e sei que quando estava vestindo essa calcinha você me imaginou tirando ela com os dentes.

 Uau! Ele sabe ser pervertido. Eu olho bem para os olhos dele meio hipnotizada, mas percebo o que estou fazendo e começo a rir. Ele não sabe o que fazer com a minha reação e parece bravo.

- Qual o problema, Sevilla?

- Você é mesmo uma figura. "Se acha" mesmo tudo isso? - A confiança dele vacila por um momento, cedendo lugar a raiva, mas logo ele está sorrindo e se afasta de mim. 

- Você ainda vai me implorar para tirar sua calcinha Sevilla, e vai fazer isso gritando meu nome e gozando na minha mão. Mas não se preocupe, eu atenderei o seu pedido com o maior prazer.

 - Isso só vai acontecer nos seus sonhos! 

É um fato quando entramos exaustos no quarto: eu não dormirei de maneira alguma na mesma cama que Ruggero. Ainda mais depois das coisas que ele me disse. Eu realmente coloquei a calcinha por causa dele, mas não havia pensado que ele a veria, nem imaginado ele a tirando, até agora. Até ele plantar essas cenas na minha mente. E eu bebi muito e estou exausta, e dormir com um homem como ele não pode acabar bem! Tomo um banho rápido, me enrolo num roupão, pego uma manta e vou me aconchegar na poltrona da sala. Depois de um tempo, Ruggero vem atrás de mim. 

- O que está fazendo aqui? O quarto fica para o outro lado. 

- Vou dormir aqui, obrigada. 

- Não seja ridícula. A cama é enorme. Dá para nós dois dormirmos nela e nem chegar perto um do outro. - Eu olho para ele. 

- E você vai fazer isso? Vai ficar o mais longe possível de mim? - Ele dá um sorriso malicioso. 

- Não posso prometer que farei isso.

 - Então vou dormir aqui mesmo. - Ele bufa.

 - Você não pode estar falando sério. 

- Por que você não vai dormir? Me deixa em paz pelo menos o restinho da noite! 

- Você vai acordar com dores no corpo todo se ficar encolhida ai.

 - Isso é problema meu!

 - Tudo bem! Eu prometo que não vou tocá-la e vou manter distância

 - Não confio em homens que voltam atrás nas suas palavras.

- você.. porra - Ele solta um palavrão. - Quer saber? Faça como quiser, mas não diga que eu não avisei. 

- Agradeço a sua preocupação. - falo com todo sarcasmo que posso ele começa a rir. 

- Eu já entendi qual é o seu problema: você tem medo de dormir comigo! Tem medo, não de eu tocar você, mas de você perder o controle perto de mim - Eu bufo. 

- Claro, porque você é um convite ambulante a um sexo maravilhoso.

 - Ainda bem que reconhece senhorita Sevilla. Mas pode vir se deitar comigo, eu prometo tentar frear você se me atacar. - Dessa vez eu dou uma risada. 

- Você deve ser muito feliz com toda essa imaginação. Fique feliz com ela essa noite querido. 

Ele resmunga alguns palavrões e bate a porta do quarto. 

Eu não consigo dormir. Estou com tanto sono que meus olhos nem abrem, mas minha coluna dói e meus braços já estão dormentes, não tem como mudar de posição nessa poltrona. De repente, sinto braços me envolvendo e me levantando da poltrona. Consigo abrir meus olhos para ver um delicioso Ruggero, com o cabelo mais bagunçado ainda me levando para o quarto. Ele me coloca gentilmente na cama e puxa a coberta para cima de mim. Eu quero protestar, mas estou cansada demais, e a cama é tão macia! Deus, como é gostosa! Ele dá a volta na cama e se deita ao outro lado, o mais longe possível. 

Antes de ameaçá-lo, ou tentar me levantar para voltar para a poltrona, já estava dormindo.


Como prometido!! se forem boazinhas nos comentários posso pensar em postar outro. 

Cretino irresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora