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Karol

Karol

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C

hego em casa aos pedaços. Meu celular não para de tocar e o que mais me assusta é a dimensão da dor que estou sentindo. Quando eu peguei o Henrique com a secretária achei que tivesse sofrido, mas isso, nem tem comparação. Estou me sentindo vazia, pela metade. E só o que vejo é o rosto de  Ruggero pquando pôs essa maldita aliança no meu dedo.

Penso em tirar a aliança nesse momento, embaixo do jato de água que me cobre, mas não tenho forças para isso. Deixo que a água escorra, quero derreter e escorrer com ela. Quero acordar e descobrir que foi mais um pesadelo, como aquele do Henrique, e que Ruggero está na minha cama, sorrindo para mim e dizendo que me ama. Fecho os olhos e vislumbro isso.

Mas essa visão é substituída pela visão da cabrita, e de Ruggero aparecendo na casa dele. E então uma coisa chama minha atenção, ele não ficou desesperado quando me viu ali, frente a frente com a "noiva" dele. Ele pareceu até emocionado por ver que minha mala estava ali. Mas não desmentiu o que ela disse. Alguma coisa não faz sentido.

Não importa! Ele está lá com ela agora, sequer veio atrás de mim! Não importa se eu acabei com o carro importado dele, ele deveria vir atrás de mim!

É aí que a porta do banheiro abre e ele aparece. Respira fundo quando me vê e recosta-se na porta. Fica ali, me olhando. Permaneço como estou: parada embaixo da água, deixando minha raiva escorrer. Ruggero se cansa da brincadeira primeiro que eu, pois pega uma toalha, desliga o chuveiro e me enrola nela.

- Você vai me ouvir agora!

Não digo nada. Quero brigar e ameaçá-lo, mas mais que isso. Quero que ele diga que é um mal entendido, que ela mentiu, que ele nunca me traiu. Ele me arrasta até meu quarto e quando finalmente o olho, ele diz:

- É tudo um mal entendido, amor. Ela mentiu! As coisas não são como ela fez parecer. Eu fiquei tão bobo de ver que você finalmente foi morar comigo, que nem consegui raciocinar para te explicar direito. Mas eu nunca traí você. Você precisa entender isso, Celina! Desde que assumi um compromisso com você, foi somente você.

Respiro aliviada, quero chorar de novo e pular nos braços dele, mas ainda consigo perguntar.

- Como ela conseguiu aquela aliança com seu nome?

Ele faz uma careta e dou um passo para perto da minha penteadeira e longe dele.

- Eu dei a ela. Mas não foi agora, foi antes de... - Nem espero ele terminar de falar, arremesso o ferro de passar nele. Vejo que ele desvia por pouco e logo arremesso o pote de creme hidratante; esse o acerta em cheio no ombro, ele geme e vem na minha direção, mas estou atirando tudo o que encontro pela frente.

Tudo o atinge, mas ele continua, até chegar a mim. Não há mais nada na penteadeira, então começo a bater nele. Com força. Dou socos conforme as lágrimas ardem, mas não quero derramá-las, quero que ele chore, não eu! Ele me deixa extravasar por um tempo, depois me puxa de encontro ao seu corpo e me aperta.

Cretino irresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora