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Ruggero

Pai, eu vou ser pai

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Pai, eu vou ser pai.

Fico dando voltas pela sala enquanto tento assimilar. Há três dias, quando recebi a notícia de que irei ser pai, foi uma maravilha. Mas estava tão concentrado em estar dentro da Karol que não parei para pensar no que aquilo significava.

Nas duas primeira noites, só queria tê-la e nem lembrei desse assunto. Mas depois, quando ela se recusou a dormir na minha casa pela terceira vez, a palavra me atingiu.

Pai.

Eu vou ter um filho com a Karol!

Encontro Lino no mesmo bar de sempre. Um bar de rua, no centro da cidade, em que noventa por cento dos frequentadores são do sexo feminino. Ele já está com o copo de cerveja na boca e de olho em uma mulher quando me jogo na cadeira de frente para ele.

- Porra! Você me assustou, homem! - Então ele repara minha cara e faz uma careta também. - O que aconteceu Ruggero? Você brigou com a Karol de novo?

- Eu vou ser pai. - digo. Ele cospe a cerveja na minha cara.

- Merda!

- Pois é. - digo me limpando com um guardanapo.

- A Karol vai te matar, cara! - Olho para ele confuso e então me dou conta. Ele acha que é de outra mulher.

- Ela é a mãe!

- Ah...

Ele fica um tempo assimilando, depois começa a rir. Não entendo onde está a graça da situação! Vou ter um filho com a Karol.

A KAROL.

Dentre todas as mulheres que eu peguei na vida, logo a Karol, vulgo louca, foi engravidar! Mas quando penso isso, penso que não queria ter filhos com nenhuma outra mulher além dela. Aliás, nem com ela.

Merda!

Lino se recupera de sua crise de riso quando vê a cara que estou fazendo. Vamos, me provoque cara! Estou precisando extravasar minha tensão no rosto de alguém ele fica sério e fala, tentando conter o riso

-Então, você vai ser pai...

- Pois é.

- Como você se sente sobre isso?

- Não sei. Não sei mesmo. Me sinto feliz, eu acho. Terei um elo eterno com a única mulher que amei, a mulher que amo.

Por que estou falando no passado? Mas não estou pronto para ser pai. A Karol mal está pronta para um relacionamento, imagina para ser mãe? E mesmo que ela não tivesse sofrido uma decepção tão grande com o ex noivo e comigo, e uma chantagem de Gastón, acho que ela não estaria preparada par ser mãe nunca!

Posso vislumbrar a Karol atirando a mamadeira na cabeça da criança se ela chorar demais. Não, ela não faria isso. Ela é boa e responsável, Merda.

- As vezes acho que a Karol tem problema de cabeça! - solto.

Ele me encara, sei que ele quer rir e torço que ele faça isso, porque ai vou ter um motivo para quebrar a cara dele. Mas ele diz, ainda tentando se manter sério.

- Imagina se for uma menina com o temperamento dela? Você terá duas Karol!

- Merda.

Merda dupla, eu diria!

Tiro o copo da mão dele e viro. Então peço outro, que viro assim que chega e peço algo mais forte. Quando o uísque é depositado na mesa, me preparo para virá-lo, mas Lino me impede.

- Tá legal Pasquarelli! Eu detesto ser o responsável, mas como o Agustín não está aqui, serei seu grilo falante por hoje. Beber não vai fazer você voltar no tempo e lembrar-se de encapar a criança antes de manda-la para chuva. - Faço uma careta. Que comparação mais ridícula! - Não tenho experiência em dar conselhos.- ele justifica. - Se você não quer a criança, pode pedir para ela tirar!

- Nunca faria isso! E não disse que não quero a criança. Só não estou preparado ainda.

Penso por um momento em uma menina, com o sorriso da Karol, o seu cabelo, até mesmo seu temperamento. E me pego sorrindo.

- O que foi agora? - pergunta Lino.

- Seja como for, se tiver uma menina, ela será linda! Se puxar a mãe. -  Deixo o uísque para lá e peço outra cerveja.

- O que vai fazer agora? Você sabe que não precisa se casar com ela. Embora eu acho que vá querer fazer isso.

- Sou louco por ela, não é segredo. Eu já queria tê-la em minha cama todas as noites. Mas isso, um filho?! Quero estar ao seu lado em cada momento, quero estar quando o bebê chutar pela primeira vez, quero segura-la enquanto ela vomita.

- Chega! Você não faz ideia do quanto está gay dizendo essas merdas todas! E pare por ai porque não quero saber mais nada que grávidas fazem! A questão é simples: você aparentemente quer a criança e quer a Karol? Qual é o problema?

- O tempo. Não era para ter acontecido agora! A Karol não está pronta. Hoje o seu ex noivo imbecil foi procura-la e vi que ela ficou mexida. Talvez se ela não estivesse esperando um filho meu, teria feito as pazes com ele. - Lino me olha sério, depois começa a rir, alto.

- Não acredito! Morri e fui para o céu! Ruggero Pasquarelli, o ser mais convencido que eu conheço, está inseguro. Já posso morrer feliz!

Pronto. Era tudo o que eu precisava! Me levanto em um rompante e acerto um soco na cara dele. A cadeira dele tomba para trás e as pessoas à nossa volta gritam. Ele não se mexe por um tempo e sinto a tensão se esvair do meu corpo. Estendo o braço que Lino segura e o puxo para cima. Há sangue escorrendo do seu nariz. Ele o toca e solta um palavrão.

- Melhor agora? - pergunta. Apenas concordo com a cabeça. - Porra Ruggero! Nunca mais chamo você para beber.

Nem respondo. Saio a procura do que preciso para ficar melhor. Minha droga favorita: Karol.

Dane-se a reação dela diante do ex! Dane-se se não estamos prontos para ser pais! Eu a quero. Agora ela é minha em dobro.

E eu preciso ouvir da boca dela, enquanto geme, que não pensa mais no ex imbecil.

OLHA QUEM VOLTOU PARA A SACANAGEM, KKKKKKKKKKK

Cretino irresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora