CAPITULO 22

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Depois do almoço da véspera de Natal, Luan não viu mais Camila, mas sabia que precisava dar espaço a ela. Em menos de 24 horas, haviam transado três vezes. Até ele mesmo tinha se impressionado com a sua performance, não que fosse um expert em transas, mas... Haja gozo por um dia inteiro de prazer. Estranhou a demora dela, mas decidiu não questionar. Achou que ela estivesse descansando, afinal, tinham ido dormir já passava das seis da manhã. Talvez ela estivesse se preparando para a noite de hoje. Mariana estava distraída, conversando com as meninas, o que Luan achou bom, assim não precisaria forçar um clima entre os dois. Não havia mais jeito! Ele sabia que iria terminar com ela. Não conseguiria ficar com ela pensando em Camila.

Carlos chegou com Roberval, vulgo Testa, e os cumprimentou. Perguntou pela filha, e Bruna disse que subiria para chamá-la, o que fez em seguida. Seu pai ofereceu um whisky a Roberval, e ele aceitou. Luan fez as apresentações: Carlos conheceu sua mãe e seus sogros, seu amigo Marcos, vulgo Rita, Max, que apesar de quase ter a mesma idade de Luan, era tio dele, Mariana - a futura ex-namorada (não que Luan tivesse falado isso em voz alta), e seus futuros ex-sogros também. Bruna desceu as escadas correndo, desesperada, e Luan se alarmou. Camila tinha feito alguma besteira, não havia outra explicação.

— Ela não está em lugar nenhum da casa! — Bruna gritou, aflita.

— Ela quem? — Perguntou a mãe de Luan.

— A Camila! Ela foi embora. Não achei nem ela, nem a mala dela. — Bruna disse, desacelerando, tentando entender a situação.

— Como assim ela foi embora? — Carlos perguntou, intrigado.

— Não sei, tio. Estava tudo bem... — Bia respondeu a ele, mas o olhar dela estava fixo em Luan, algo em seu olhar queimava.

— Ontem ela disse que não estava se sentindo bem. Será que ela passou mal e ficou com vergonha? — A mãe de Luan perguntou, visivelmente preocupada.

— Vocês vão ficar aí, arrumando teorias? Ligam para ela! — O pai de Luan disse, irritado.

Bruna, Bia e Carlos pegaram seus celulares e começaram a digitar ao mesmo tempo.

— Um só liga! Três ligando ao mesmo tempo, ninguém vai conseguir falar! — A mãe de Luan disse, tentando organizar a situação.

— Tem razão. Eu vou ligar, meninas. — Carlos disse. — Só caiu na caixa postal. Vou ligar no hotel.

...

— E aí? — Luan perguntou, visivelmente preocupado.

— A recepcionista disse que ela chegou há pouco tempo, deixou a mala na recepção, pegou o carro e saiu. — Carlos passou a mão na testa, apreensivo.

Os celulares de Bia, Bruna, Carlos e o de Luan apitaram quase ao mesmo tempo.

— "Mensagem da Camila!" — Eles disseram em uníssono.

— O que ela disse para você? — Luan perguntou a Carlos, a ansiedade crescente em sua voz.

— Disse que precisa de um tempo sozinha, pediu para não ir atrás dela. Que saiu para jantar e vai para o hotel mais tarde. E para você?

— Disse o mesmo! — Luan respondeu, inconformado.

— Para mim foi a mesma coisa. — Disse Bia, mas Bruna ainda estava lendo a mensagem dela.

— E você, Bruna?

— Nada demais. Disse que deixou os nossos presentes no meu quarto, agradeceu pela hospitalidade, mandou beijo para a mãe e foi só. — Bruna deu de ombros. Ela estava mentindo. Luan sabia quando ela mentia.

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