Cento e cinquenta pontos...

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Ao anoitecer, apenas eu e Harry fomos pegar Norberto com Hagrid. A mão de Rony não estava tão ruim em comparação com a de Hermione, mas nem mesmo ele tinha condições agora, além de que eu ir levar era uma forma de recompensar, também. Como se não bastasse esse problema, Draco havia passado pela ala hospitalar e pegou um livro "emprestado" do nosso amigo ruivo, justamente onde a carta de Carlinhos estava guardada. Se a gente tiver sorte, o Malfoy vai acabar deixando de ver isso, mas por mais que ele seja um idiota, não é distraído.

Hagrid ficou bem sentido por ter que deixar seu "filho", contudo acabou concordando com nós quando falamos que não era seguro mais deixá-lo ali. Ele tinha várias ideias estranhas, mas felizmente tudo tem limite. Quando pegamos o bicho, dentro de um caixote com comida e bebida, tivemos que fazer uma força descomunal para levá-lo até a torre mais alta (tinha que ser a mais alta?!). Quando já estávamos quase chegando, porém, tomamos um susto tão grande que quase derrubamos a droga do caixote.

A professora Minerva, com um robe vermelho digno de uma grifinória e com diversos bobes beges nos cabelos, segurando Draco pela orelha direita e com uma cara nada amigável.

― Detido! ― Gritou. ― E menos vinte pontos para a Sonserina! Como se atreve, senhor Malfoy...

― A senhora não entende! ― Draco respondeu, exasperado. ― Harry Potter está vindo aí, e trazendo um dragão!

Nesse mesmo momento, eu e Harry nos olhamos, nervosos. Felizmente, a capa da invisibilidade estava nos cobrindo totalmente, mas não deixava de ser assustador... Ah, por pouco. Por muito pouco. Claro que Draco iria ver a carta, isso não me surpreende nem um pouco... Um grande fuxiqueiro!

― Que absurdo? Como se atreve a tais mentiras? Vou conversar sobre você com o professor Snape!

Quando os dois foram embora, tive que me segurar muito para não sair correndo até o topo da torre e fazer um barulhão pelos corredores, sabendo que aí sim estaríamos ferrados de vez. Apenas quando chegamos no nosso objetivo que tiramos a capa e, colocando Norberto no chão, deixei minha felicidade à mostra.

― Ótimo, ótimo, ótimo! ― Sussurrei, balançando meus braços em forma de comemoração. ― Eu sei que é cruel, mas é tão merecido!

Harry deu uma risadinha e balançou a cabeça em concordância, sorrindo no fim. Norberto se debatia todo no caixote, mas nem isso foi capaz de me incomodar. Felizmente, demorou só uns dez minutos para que os amigos de Carlinhos, um grupo bem animado, aparecesse.

― Sabe, acho que você devia colocar um piercing. ― Um deles, Marcus, falou, olhando pra mim.

― Eu? ― Perguntei, surpresa. Nunca havia parado para pensar nisso.

― Aqui. ― Ele apontou para minha sobrancelha enquanto segurava o caixote com a outra mão. ― Ficaria maneiro, vai matar todos os primei...

― Ajuda aqui, cara!

― Opa...

Dei uma risadinha. Nunca havia parado para pensar em colocar piercing, mas quem sabe fique legal, se minha mãe deixar, é claro.

Não demorou muito e eles partiram, não sem antes apertarem nossas mãos, todos eles. Observamos eles se afastarem cada vez mais, até que não pudéssemos enxergá-los. Norberto se foi, simples assim, e agora era um problema a menos na lista!

Olhei para Harry, que sorria também, de orelha a orelha. Juntos, descemos as escadas como se fossemos inabaláveis, leves como plumas. Sem Norberto, Malfoy quebrando a cara... Melhor que isso, só poder comemorar com Rony e Hermione, o que iremos fazer amanhã. Nada poderia estragar...

A Garota dos Cabelos de Fogo • HPOnde histórias criam vida. Descubra agora