E ela simplesmente rasgou!

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Para minha felicidade, o Natal estava cada vez mais perto. Eu já havia combinado com meus pais, por meio de Vega, que iria para casa. Afinal, minha mãe piraria se eu decidisse ficar na escola, e confesso que eu também. Estava morrendo de saudade da minha família, até mesmo do maluco do Harvey.

Como de costume, o clima havia esfriado. Infelizmente, até demais. Eu não andava sem dois suéteres, no mínimo, e mesmo assim sentia frio quando entrava nas masmorras para a aula do professor Snape.

Infelizmente, como se o frio não fosse o bastante, ainda tínhamos que aguentar Draco sendo mais insuportável do que o normal, principalmente com Harry.

― Eu tenho tanta dó de quem passará o natal na escola porque nem a família quer em casa... ― Provocou ele durante uma das aulas de Snape.

Harry não respondeu, mantendo a atenção em sua poção. O garoto decidiu ficar na escola durante as férias, era melhor que seus tios, segundo o próprio, e por mais que eu tivesse dó, entendia perfeitamente o lado dele. Tive uma ideia do que responder a Malfoy, e ao ver Crabbe e Goyle rindo, decidi dizê-la em voz alta. Ele merecia.

― Eu tenho tanta dó de quem é inseguro e desconta em quem está de bem com a vida.

Rony, que estava do meu lado, deixou um riso escapar enquanto lia as instruções que o professor deixou na lousa. Draco decidiu responder, o que foi uma surpresa visto que geralmente é um covarde.

― Eu tenho tanta dó de quem precisa da namorada para se defender.

Se eu pensasse melhor, não responderia. Talvez esse fosse o problema. As palavras pareciam ter perdido o significado.

― Eu tenho tanta dó de quem não tem uma namorada.

Não percebi o que estava dizendo até que Harry se virou para trás, me encarando incrédulo enquanto Rony se segurava ao máximo para não rir e Hermione desviou rapidamente o olhar de sua lição para nós dois. Quando notei que basicamente afirmei que era namorada do garoto, abaixei a cabeça, fingindo estar olhando para a poção enquanto queria me enfiar na terra de tanta vergonha. Pelo menos, Malfoy não respondeu mais nada. Acho que ele não esperava por essa. Quem esperava, na verdade?

Quando fomos liberados da aula, senti que ficou um clima estranho entre nós. Os três pareciam querer falar alguma coisa, e ninguém sabia como. Nem eu, mas acabei criando coragem para tentar acabar com isso.

― Vocês sabem que eu só falei pra ele ficar quieto, não é? ― Perguntei.

― Sei. ― Harry respondeu rapidamente, concordando com a cabeça.

― Sabemos? ― Rony perguntou, levando um tapa no ombro de Hermione. ― Acho que sabemos.

― Sabemos, sim. ― Hermione retrucou. ― Só foi um pouco estranho...

Desviei o olhar para Harry, que forçava um sorriso enquanto suas bochechas continuavam um pouco vermelhas, imagino que tanto quanto as minhas. Droga, droga, droga!

Eu não pensei sobre falar ou não aquilo, até porque na hora não me pareceu que eu teria qualquer tipo de problema por isso, muito menos sobre eu namorar com Harry. Era um pouco estranho, quer dizer, ele era meu melhor amigo... Nunca tive uma queda por ninguém, e acredito que não seria uma situação legal, considerando todo o grupo.

No meio do caminho, encontramos Hagrid levando uma árvore até o salão principal. Fomos com ele e, ao entrarmos, a professora Minerva e o professor Flitwick estavam arrumando as decorações. Estava simplesmente maravilhoso, com doze árvores de natal bem dispostas pelo salão, algumas iluminadas com velas enquanto outras tinham neve. Além disso, havia visco e azevinho pelas paredes... Era a decoração mais bonita que eu já vi.

A Garota dos Cabelos de Fogo • HPOnde histórias criam vida. Descubra agora