Grifinória ou Sonserina?

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― FINALMENTE, SIM!

Quando a coruja entrou na nossa casa, pela janela da cozinha, tão de repente que fez meu pai derrubar a frigideira, Harvey foi correndo em direção ao animal como se sua vida dependesse disso.

E, de certa forma, eu acho que depende mesmo.

A coruja, marrom com algumas manchas brancas, parou justamente na cadeira onde minha mãe costuma se sentar. Dei uma risadinha, sabendo o susto que ela toma sempre. Por sorte, o móvel estava vazio. Harvey foi correndo até lá e começou a desamarrar o nó na perna do bichinho, com uma habilidade que eu nunca vi antes.

Quando a soltou, pegou logo as duas cartas que estavam presas, e foi nítido o seu sorriso aumentando ao ver que eram mesmo duas. Enquanto isso, me aproximei e acariciei a cabeça da coruja, sabendo que elas gostam disso, ou pelo menos a maioria.

― Senhor Harvey Williams, Hampshire! ― Meu irmão exclamou, sorrindo de orelha a orelha.

― Parabéns, filho! ― Meu pai falou, pegando um biscoito amanteigado do pote em cima da mesa enquanto isso. ― Será que ela gosta?

― Acho que sim... ― Concordei enquanto meu irmão finalmente entregava a minha carta.

Sorri quando a toquei, sabendo que o dia de voltar para Hogwarts estava finalmente chegando. E, agora, acompanhada do meu querido irmão!

Foi um pouco difícil convencer minha mãe de que eu deveria voltar para o ano seguinte, afinal com tudo que aconteceu... Mas Harvey, principalmente, conseguiu argumentar de que seria seguro para nós. E, bem, acho que até ela percebeu o quão feliz voltei pra casa, mesmo depois de enfrentar um bicho papão.

E esse sim foi o maior medo dela, afinal... Creio que algum professor escreveu uma carta contando sobre o ocorrido e o nosso grande feito pela escola, mas fui eu que tive que dar mais detalhes sobre o que aconteceu e, bem... Mamãe ficou super preocupada ao saber que não ser boa o bastante era o meu maior medo, principalmente com ela deixando isso claro. Então, como esperado, minha mãe ficou com o pé atrás para nos deixar ir novamente.

Porém, quando a vi sorrindo enquanto meu irmão gritava de felicidade, ao ponto de beijar o papel, percebi que ela iria deixar. Porque Hogwarts nos fazia um bem enorme, e Harvey nem sequer havia conhecido!

Abri o pergaminho e, enquanto lia, ouvi um bater de asas indicando que a coruja havia ido embora. Não havia nada de novo até chegar na parte dos materiais. Todos os livros eram de um mesmo autor: Gilderoy Lockhart.

Nunca ouvi falar nele antes, mas estranhei a decisão. Pensei que o costume eram livros de diversos autores, mas... Tudo bem.

― Harvey, olha a lista de material... ― Pedi. Franzindo o cenho, meu irmão fez isso, e aí sim estreitou mais as sobrancelhas.

― Quem é Gilderoy Lockhart?

Dei de ombros. Meu pai pediu as cartas e leu os materiais junto com mamãe.

― April pode usar algumas coisas do ano passado, dá pra usar, não é? ― Ele perguntou, olhando pra mim.

― A tinta tava acabando, mas o resto dá sim. ― Respondi, balançando a cabeça. ― Aí é só comprar os livros e os materiais pra ele...

Meus pais balançaram a cabeça, já meu irmão olhava um pouco para cada um de nós.

― Quando a gente vai? Podemos ir hoje?!

Minha mãe riu.

― Muito em cima, mas quem sabe no fim de semana...

― Eu... ― Comecei, atraindo a atenção dos três. ― Posso tentar combinar com Hermione e Rony de irmos no mesmo dia?

A Garota dos Cabelos de Fogo • HPOnde histórias criam vida. Descubra agora