AZRIEL
🦇O sol do verão nos derretia enquanto instruía as fêmeas novas em seus treinamentos. Nesses dias onde o calor parece ser insuportável sinto falta das montanhas de illyria. Onde o verão nunca chegava totalmente.
Meus olhos deslizam por toda a área de treinamento onde, milhares de fêmeas se exercitavam. Em uma área mais para o fundo Nestha ensinavam algumas feéricas a empunharem uma lamina illyriana. Em outro canto, Emerie auxiliava as garotas como usar um arco e flecha. Feyre amaria ver essa cena. Todas essas mulheres aprendendo a se defender, aprendendo a ser guerreiras. Com certeza Feyre tem muito orgulho do que a irmã se tornou. O que essas fêmeas estão se tornando.
Meus olhos terminam de varrer o local, parando em uma pequena ruiva. Ela estava em um combate corpo a corpo com uma garota illyriana que não devia ter mais que dezoito anos. As duas trocavam socos dentro do ringue, enquanto as outras feéricas ficavam envolta observando e ouvindo cada comando e explicação que a sacerdotisa dava.
Nestha tinha razão, Gwyneth exalava poder a cada movimento e orientação que dava dentro daquele ringue.
Consigo ver o brilho de sua testa suada, mesmo estando do outro lado da área de treinamento. Os cabelos ruivos da sacerdotisa estavam molhados por conta de seus fluidos.
A observo da seu ultimo golpe, derrubando sua oponente no chão e prendendo-a sobre seu joelho. Seus olhos brilham, e um sorriso triunfante se forma em seus lábios. A sacerdotisa se levanta de cima da feérica caída, e lhe oferece a mão para ajudá-la a se levantar.
Ainda a observando de longe, a vejo dar instruções e corrigir o erro que sua oponente avia cometido. Assim que termina ela se afasta das garotas indo pegar um copo d'água. Gwyn se encosta na pilastra do lado do bebedouro e ergue seus olhos para área de treinamento até encontrar com os meus.
Aqueles olhos azuis esverdeados me cegaram por um tempo, e olhar para eles era como se eu estivesse livre depois de muito tempo preso.
De repente fleches da noite passada vagam pela minha mente. Já fazia um tempo que não me divertia, como ontem. As imagens de Gwyn com aquele sorriso alegre em seu rosto me fez dormi a noite toda tranquilo, sem pesadelos, sem lembranças ruins. Só a risada de Gwyne toda suja de chantilly.-Eu não disse que podia parar com as flexões, Selina. - Repreendo a feérica, voltando ao mundo real como se uma conexão fosse cortada e me impulsionasse de volta ali. A fêmea illyriana que estou treinando me olha surpresa quando me viro.
-Como? -Ela pergunta, a confusão estampada em seu rosto.
-Eu vejo tudo, agora volte para as flexões. -Ordeno, e sem contestar a mesma volta as flexões.
Mesmo de costa consigo sentir aqueles olhos me observando, me viro tentando encontrar aquele olhar novamente, tentando encontrar aquela liberdade que avia sentindo. Gwyn, já estava se aproximando quando a notei, ela trazia em suas mãos uma toalha branca.
- Mais oitenta e sete flexões por Selina ter parado as dela. - Falo ignorando os protestos delas.
A sacerdotisa para em minha frente, sigo com os olhos os movimentos que ela faz para enxugar aquele rosto molhado de suor.
-Como se cansa rápido. -Falo, quando escuto sua respiração um pouco mais alta do que o normal. E por um breve momento, meus pensamentos viajam com várias possibilidades de escutar aquela respiração. Me forço a empurrar esses pensamentos para longe, me concentrado na fêmea a minha frente. A mesma revira os olhos, e isso força minha mente a voltar para onde estava.
-Você pega pesado com elas, quantas flexões as coitadas já fizeram? -Ela pergunta, direcionando o olhar para as garotas ao meu lado
-Cento e oitenta e sete. Mas se continuar questionando meus métodos de ensino, posso aumentar mais cem como créditos a você. - Escuto as garotas reclamarem, posso até dizer que alguém mandou a Gwyn ficar quieta. A sacerdotisa me olha abismada, como se não esperasse isso.
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Corte das sombras
FantasyTrês irmãs e três irmãos, tudo se encaixava perfeitamente. A única coisa que não estava certa era o caldeirão ter presenteado dois dos irmãos com duas irmãs e a terceira ser dado a outro. Mas o caldeirão não erra, e nem a mãe, o caldeiro mistura a...