Capítulo 27

594 59 15
                                    

GWYNETH

Minha cabeça estava um caos, com gritos que eu não poderia dar, meu corpo já estava sentindo o resultado da ansiedade crescente em minha mente, tudo estava barulhentos de mais, meus gritos estavam autos de mais, mesmo que meu rosto parecia límpido.

Inspirei fundo o ar, tentando acalmar a comoção que era meus batimentos, e expirei recitando meu mantra. Mas nada acalmava, eu só queria me enfiar debaixo das cobertas em um quarto escuro e deixar que toda aquela agonia constante sumisse, conforme me entregava em um sono para não pensar.

Eu realmente estava cansada de pensar, as engrenagens da minha cabeça não paravam e aquilo estava muito auto.

Inspirei fundo novamente, mais uma vez repetindo meu mantra em vão, eu não aguentaria por muito tempo, tinha muito barulho do lado de fora como do lado de dentro da minha cabeça.

Por que eles não se calavam, por que caralhos eles não paravam de falar, ou respirar ou se movimentar, está tudo tão auto, a claridade está excessiva nesse momento, como o tecido tocando a minha pele, tudo está muito.

Eu não aguento mais. Minha mente grita me fazendo levantar bruscamente do sofá, onde eu e meus amigos estamos sentados à algum tempo discutindo sobre aquela voz, ou melhor eles discutem enquanto eu tento não me irritar com cada zumbido a minha volta, agora era tarde demais, eu não aguentaria mais nem um minuto se ficasse nessa sala.

—Gwyn, está tudo bem? —A voz de Nestha é um murmuro em outro plano, porque eles não paravam de me perguntar isso, infernos. Respiro fundo ignorando aquela voz longe de mais para que eu possa ouvir de fato, conforme eu me distancio de todos a procura do meu quarto.

Não sei se corro ou apenas estou alheia de mais para percebe o trajeto até meu quarto.

As portas se abriram sem problema, e logo a luz estava clara de mais para meu olhos, irritando minha vista, me deixando estressada.

—Apaga essas luzes. —Gritei com a casa, não era minha intenção ser rude, mas não conseguia controlar a irritação crescente. —Eu só preciso de silêncio.

Minha voz saiu como um resmungo, meus olhos desejavam se queimar em lágrimas mas elas não vinham, fazendo-me sufocar na angústia que desejava rasgar meu peito.

Respirar era mais difícil a cada momento, doía de mais, como se algo pressionasse meu peito e impedisse de meus pulmões inflarem. Eu queria gritar, para desobstruir a passagem de ar, mas a voz não vinha, a força estava longe, e eu já me via agachada no canto escuro do meu quarto sufocando com o desespero de liberar tudo aquilo trancado em mim.

Minhas unhas eram garras rasgando minha pele, o ardor dos meus ombros me mantinha consciente, conforme as garras penetravam cada vez mais na pele, eu preciso sentir alguma coisa, algo precisa sair. Eu preciso liberta o que me sufoca, então as unhas se fincam mais profundamente, rompendo cada camada de pele.

A dor interna não passa, mesma com a distração da externa, eu preciso que algo faça essa dor se calar, eu preciso de uma dor mais forte para afastar a angústia que corroer minha alma, eu preciso respira, e nada está funcionando.

Minhas unhas estão perto de mais do meu pescoço, e as deveria estar cortando, agora o sangue deveria me banhar, mas não acontece, o ardor não vem, e nem o liquido quente escorrendo por meu pescoço. Apenas mãos grossas e calejadas, apertando os meus punhos é o que eu sinto.

Corte das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora