Capítulo 13

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GWYNETH

Podia sentir o olhar de Azriel sobre mim desde que saimos da biblioteca. Ele podia não falar, mas sabia que se perguntava sobre nossa conversa.

Eu me lembro claramente quando chegou ao templo informações de que Prythian estava livre do reinado de Amarantha, e quem avia nos libertado era uma humana, que renasceu com algo novo. Como uma grã-feérica.
Lembro comos as grã sacerdotisa ficaram nervosas. Os esforços para entender o final da profecia se triplicou.

Então o templo foi atacado, e eu vim parar na biblioteca com as outras acólitas. E um dia algo antigo assoprou em minha nuca. Como se fosse beijada pelo velho.
Andei pelos corredores da biblioteca até encontrar uma grã feérica, com um olhar frio e postura ereta. Assim que meus olhos encontraram de Nestha eu soube quem ela era.

Volto minha mente ao presente, onde estou sentado no tapete que se encontra perto da janela de meu quarto, os livros todos abertos e espalhados ao meu redor. Cada um mais importante que o outro, e cada um mais antigo que o outro.

—Essa lingua é tão complexa, mesmo com meu conhecimento nela e esses dicionários, levarei semanas para decifrar tudo. —Falo com os olhos fixos nos livros.

—E você consegue entender alguma coisa? —Ele diz. Levanto meu olhar para poder ver ele sentado a alguns metros de mim, estava na poltrona creme a minha frente. Seu tornozelo ganhava apoio encima de seu joelho. Eles estava com um dos livros sobre seu colo, e seus olhos fixos no mesmo. —Achei que estava só vendo rabiscos, por que é o que eu estou vendo.

Não consigo segurar a risada que escapa de mim, ver a confusão que se formava nas expressões do mestre espião enquanto deslizava os olhos pelas grossas paginas de livros. Era engraçado, ver o encantador de sombras perdido em alguma coisa. Ele sempre sabia de tudo, o tempo todo. E ver ele tentar decifrar os símbolos que continham no papel era divertido.

Os livros eram escrito em línguas mortas ou que nem existiram nesse mundo em si. Línguas que viajaram entre fendas, escritas com desenhos ou símbolos estranhos. Se não fosse pelos conhecimentos que adquiri no templo desde pequena, eu só veria rabisco também.

—Acha que Amern conhece essa língua? —Pergunto. Nunca tive muito contanto com a pequena criatura, mas não posso negar que sempre tive vontade. Sou uma feérica que ama o conhecimento, busco ele a cada momento do meu dia com cada mínima coisa. E bem conhecer um ser como Amern que não nasceu nesse mundo, é uma das coisas mais incríveis que poderia acontecer. Entender como pode ser os outros mundos, se são iguais ao nosso ou uma coisa totalmente diferente. Se nossos deuses são os mesmo que o deles. São milhares de perguntas quando se trata dela, e eu daria de tudo para que ela me respondesse. Mas bem, pelo que Nestha diz sobre a personalidade da grã feérica, aposto que não conseguiria nada.

—Talvez sim. Acho que já vi ela lendo algo com esse... O que é isso? —Ele aponta para o livro com os cenho franzido tentando ler.

—São hieróglifos. —Sorrio com sua expressão, fecho meu livro me levantando para me aproximar dele, ainda sentado na cadeira. Seus olhos me acompanhando no caminho. —Os deuses usavam para se comunicar com as criaturas etéreas que viviam aqui. —Digo, me inclino sobre a poltrona, para poder visualizar melhor a pagina do livro. Sem olhar percebo Az encolhendo mais as asas atrás de si para me dar espaço. —Cada símbolo desses representa uma letra ou palavra do vocabulário. Por exemplo. —Me inclino mais para toca a pagina do livro com a ponta dos dedos. —Esse olho representa o vigor, força, o que se encaixa melhor em cada contexto. Já a cobra significa traição. Não é uma tradução perfeita mas é o que temos como base. —Falo deslizando o dedo pela figura. Viro meu rosto para ver se ele me acompanha, e percebo que ele esta observando meu rosto em vez do livro onde lhe mostro os símbolos.

Corte das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora