Capítulo 28

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GWYNETH

Não me permiti ficar muito tempo no banho, já que a cada momento que eu passava sozinha aquele maldito sonho voltava em minha mente como um loop infinito em meus pensamentos. Como se quisesse me dizer alguma coisa, aquilo estava me corroendo.

Eu precisava distrair minha cabeça, precisa estudar sobre as cortes do outro lado do mar, porque assim minha mente se encontraria trabalhando, impedida de pensar sobre coisas que não eram reais.

Meu estomago roncou, me lembrando que eu não me alimentava desde aquele pote de iogurte, e uma dor se instalou ali, junto com o nervosismo inconsciente que tomava meu corpo.

"Gwyn, precisamos de você aqui em cima" — A voz de Rhys me fez da um leve grito com o susto, o levando a rir dentro da minha mente.

"Estou subindo" —Disse me recompondo.

O barulho da conversa estava alta quando cheguei no portal da sala, deveria fazer apenas três horas desde o alvorecer, mas isso não impediu que todos se reunissem tão cedo envolta da mesa de jantar da casa do vento. Talvez apenas tenha ajudado no mau-humor de cada um naquela sala.

Me aproximei em silencio, apenas ouvindo a discussão entre eles. Me ajeitei entre Nestha e Emerie, a primeira sentada na cadeira a minha direita, com seu parceiro em pé atrás dela, discutindo com Rhysand que esta a sua frente, também de pé, apertando o ponto entre sua têmporas.

—Mas eu achei que Ykouppa já estava acordada. —Disse Feyre, sentada ao lado do parceiro. — E se não está, como andou fazendo todos esse massacres?

Eles estavam discutindo sobre a voz de ontem, aquele bendita voz que apenas eu e as sombras ouvimos, ainda estava tentando entender o que era aquilo. Foi como o sussurro de uma magia sendo propagada, era estranho, a forma que apenas eu ouvi e meus amigos não.

—E temos certeza que é ela que está acordando? —Perguntou Emerie ao meu lado.

—Foi ela. —Murmurei, atraindo todos os olhares a mim. —Não sei como ela tem agido nos últimos tempo, mas era sobre ela.

Algo no fundo de minha mente me dizia que era sim sobre ela, e aquele tremor por baixo dos osso que sentir na noite passada também.

Todos me observam esperando que eu continue, e explique o fato de ela estar acordando quando todos achavam que ela estava propagando o caus por nossas terras, mas não fui eu que dei a resposta.

Do outro lado da mesa, usando um conjuntinho da corte noturna cinza, a fêmea de cabelos curtos abaixava sua xícara de chá quando falou:

—Os deuses hibernam por um período de tempo na eternidade.

—O que? Isso não... —Eu iria contestar, mas ela apenas me encarou, com aqueles olhos prateados que fizeram meu sangue gelar.

—Eles se entediam com seus brinquedos, e então dormem por séculos. —Ela continua, com seus dedos esguios em unhas vermelhas sangue deslizando pela borda da xícara. —O Deus de meu mundo, distante além da fenda. Fazia isso em algumas vezes nos milênios, e nos deixava, seus soldados e mensageiros, para cuidar de suas criações. —Amren dizia cada palavra de jeito banal, como se aquilo não fosse nada, mas podia ver em seus olhos, que lembrar daquele mundo doía nela. —Mas mesmo enquanto estava inconsciente, seu poder fluía por todos, nos punindo se saíssemos da linha. —Sua respiração falhou por um milésimo de segundos, como se lembrasse de tais punições. —Mesmo não estando presente ele ainda conseguia nos controlar ao seu bel-prazer. —A feérica se ajeita na cadeira, ficando ereta a olhar todos. —Ela deve ter deitado para hibernar quando foi banida, esperando o momento certo para acordar. Como o deus de meu mundo fazia. —Ela se levantou sua xícara a boca, com aquele olhar gélido fitando a todos. —Deveria estar controlando as morte enquanto dormia, já vi outros deuses fazerem isso.

Corte das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora