A escadaria que levava a um fosso debaixo do castelo se encontrava gélido que só não causava arrepios, por conta do couro illyriano que eu avia trocado. O silêncio se propagava por ele e as sombras me engoliam em pedras cinzas que tornavam a escadaria estreita.
Um cheiro de umidade e ferro inebriava minhas narinas a cada passo que eu dava.
Eu avia me livrado do corpo de Sir Husky, em uma das passagens secretas não mais usadas no castelo, das mesma que eu agora me encontrava, então quando descobrisse o corpo dele já teria sido comido pelos vermes.
Descobri o nome do soldado que eu tinha torturado para consegui algumas informações, poucos antes dele perecer. Não irei mentir, meu estômago se embrulhou com os gritos e cheiro de pele queimada que vinha dele, conforme o forçava me dizer a verdade.
E no final, seu corpo leva cicatrizes que só um curandeiro iria conseguir retirar depois de horas. Eu poderia ter deixado ele ir depois de tudo, mas as imagens de suas mãos deslizando por meu corpo, me impediu de ter compaixão, ele pode ser o general de Hybern para alguma fêmea se eu deixa-se ir.
Finalmente cheguei ao final de escada, onde uma área grande em pedra se encontrava, e alguns arcos de portal a rodeava por inteira.
A única luz que iluminava a área, era a de quatro tochas, cada uma posicionada em uma das entradas dos arcos.
Caminhei até a primeira entrada do lado esquerdo da escadaria. Mesmo se Sir Husky não tivesse me informado qual caminho tomar, o cheiro pútrido misturado com ferro, me orientava muito bem qual caminho prosseguir, e eu não gostava nenhum pouco.
Parada a alguns centímetros daquela entrada sombria que nenhuma luz se atrevia a adentrar, meu corpo implorava para eu fugir dali.
O suor frio começou a grudar em meu corpo, ao modo que meus batimentos cardíacos aumentavam cada vez mais ao olhar a escuridão sem fim que vinha daquele túnel. O cheiro da morte inebriava meus sentidos, me fazendo fechar o punho para conter os tremores que tomavam meu corpo.
Eu não conseguia me mover, o terror tinha tomado conta do meu corpo, me deixando paralisada em eterno tremor e angústia.
"A descida da escadaria até a entrada dos fossos é fácil, difícil vai ser lutar contras os seus sentidos de fugir" —A voz de Husky ressoa em minha mente com a memória do que tinha me informado. — "Precisa de ameaças reais, para que seu corpo possa se libertar do temor da escuridão".
Eu precisa voltar ao mundo real, a dores reais. E com aquilo, apertei com mais força a lâmina que segurava entre meus dedos da mão esquerda até o sangue quente desliza por ela, e ardência me mostrar outra ameaça.
Insípido fundo, quando finalmente meu corpo me permite reagir. E dou um passo para frente para garantir que funcionou.
Algo no fundo da minha alma, ainda me implora para correr, mas agora tenho controle se realmente vou seguir esses instintos.
—Vamos la Gwyn, o que é uma pouco de escuridão perto de tudo que você passou. —sussurro a mim mesmo, enquanto, com muito custo retiro uma tocha da parede. —Mãe, por favor, não me deixe morrer nessa corte miserável. —Fiz minha oração que foi engolida pelo silêncio intenso assim aqui adentrei o arco.
[•••]
Meus batimentos ainda estava com dificuldade de se estabilizar, mesmo estando a alguns longos segundos dentro daquele túnel. Com a inclinação que sentia tinha quase certeza que descíamos mais, e se minha percepção não tivesse sido tomada totalmente pela escuridão, diria que já avisa descido 80 metros pelo túnel.
—Espero que tenha algo que valha a pena se ver aqui em baixo. —Praguejo. E como resposta um rugido veio do final do túnel.
Um rugido feros que fez meus ossos estremecerem, que até me levou a tropeçar em mim mesma. Agora sim meu coração disparará.
Aquele rugido não era como de nenhuma besta que já havia escoltados nas florestas em que estive. Não, aquele rugido era tão primitivo, que meus osso tremiam, era potente e mortal, um som agudo que fez as pedras que rodeavam o túnel vibrarem.
Nem o corte em minha mão era o suficiente para fazer meu corpo se mover. Eu sabia que o que fosse que tivesse ali embaixo, causaria a minha morte. Sinto minha respiração pesar em desespero, e quase sinto a escuridão me encurrala, e me viro para subir. É preciso sair daqui ou irei morrer, seja lá o que essa besta seja, não vale minha vida.
Eu estava prestes a correr para cima, e sair desse inferno escuro que me rodeava, até sentir paz tocando as pontas dos meus dedos.
Meus olhos logo correram para a mesma quando vi uma gavinha de sombra abraçar meu antebraço. As sombras estavam aqui, e ela estavam me abraçando.
"Você é forte, você consegue" —Uma voz sussurrou em minha mente, não como a de um daemati, não, aquela voz parecia fazer parte de mim, como se meus próprios pensamentos falassem comigo, mas com a voz de Az. —"Eu estarei aqui, e antes que algo aconteça com você essa corte perecerá"
Aquilo me deu forças de alguma forma, me forçando a me virar e voltar a descer.
—Espero que não precise chegar a tanto — murmúrio a escuridão, não sabendo se estou ficando louca ou se talvez isso tenha sido real. Mas agora não é hora de falar isso, conforme me forço a retorna a descida.
[•••]
O ar começa a ficar cada vez mais quente conforme eu continuo o percurso, até sentir a necessidade de lutar contra meus impulsos de retirar meu couro illyriano. Os fios de cabelo que escapava de minha trança, grudavam em minha pele com o suor que ali se formava.
Se não conhece-se as escrituras da mãe, poderia dizer que já havia descido tanto que estava perto do inferno, com esse calor que se formava.
Finalmente luz alaranjada entrava no túnel a alguns centímetros de mim, onde um portão de ferro antigo se encontrava.
Vozes saiam de lá, do mesmo jeito que gritos de desesperos.Uma parte de mim quase acreditava que as escritura da Mãe estavam erradas e aqui era o inferno. Com tantos gritos que pareciam almas torturadas. Pensando bem faria sentido ele está localizado na corte outonal. Uma corte tão hedionda e cruel como essa, que controlam o fogo. Não me surpreenderia eles guardarem as porta do inferno.
Me inclinei sobre a grade enferruja, tentando ter um vestígio do que acontecia lá dentro, orando mentalmente para não precisar abrir esse portões para entender o que estava acontecendo.
Não via nada a não ser algumas mesas de pedra. Droga.
Uma sombra me apertou mais uma vez emitindo ondas de coragem.
—Espero que valha a pena. —murmuro meio irritada.
Sem pensar muito abro o portão e deslizo para dentro.
E meu corpo paralisa, não sei dizer se por medo ou por surpresa, não conseguia identificar o que tomava conta dos tremores que passavam pelo meu corpo.
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Corte das sombras
FantasyTrês irmãs e três irmãos, tudo se encaixava perfeitamente. A única coisa que não estava certa era o caldeirão ter presenteado dois dos irmãos com duas irmãs e a terceira ser dado a outro. Mas o caldeirão não erra, e nem a mãe, o caldeiro mistura a...