Capitulo 20

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AZRIEL

A tarde parecia ter passado em um piscar de olhos, o céu estrelado brilhava atrás das grandes janelas do quarto de Gwyneth quando me lavantei da pilhas de livros a minha volta. A pequena feérica tão perdida em seus livros parecia assustada, como se tivesse esquecido minha presença.

—Eu vou me arrumar pra o jantar. —Disse agitando as asas que se doíam por tempo de mais fechadas. Os olhos da fêmea deslizavam por elas, com admiração e uma pitada de curiosidade podia ver.

—Te encontro em uma hora. —Disse ela, desviando seus olhos das asas já alongadas pra meu rosto.
A feérica não se propôs a se levantar para me acompanhar até a porta, apenas continuou sentada me olhando de longe.

Não me importei de deixa-la sentada, mas podia sentir seus olhos queimarem em minha costas enquanto acompanhava cada movimento meu até a porta.

—Até daqui uma hora. —Disse me despedido antes de sair do quarto. E fechar as grandes portas atrás de mim.

Me encontrando naquele corredor escuro, pouco iluminado por algumas luzes penduradas em suas paredes cinzentas, começo a seguir ao fundo daquelas sombras escuras que tomavam o rumo do meu quarto.

A tarde tinha sido totalmente tranquila, assumo que dormi uma boa parte dela, enquanto Gwyn folheava livro atrás de livro, devorando cada pedaço de conhecimento. Enquanto no primeiro que abri, meus olhos se encheram de lágrimas de cansaço me fazendo querer descasa-los. Eu fiquei impressionado com o tanto de livros que Gwyneth já havia lido quando acordei de uma soneca de duas horas. Ela não os lia ela os devorava, era fascinante.

Estava a alguns metros da porta de meu quarto, quando sentir um cheiro familiar no ar. O cheiro de lírio adentrou mais intenso minha narinas quando abri a porta de meus aposentos. Elain estava sentada no sofá de descanso que ficava adjacente a minha janela. Ela brincava com a ponta de uma de minhas adagas em seus dedos. Tão bela, e tão imaculada ela ficava a luz da lua caindo sobre aquela pela pálida e seus cabelos levemente dourados.

—Tome cuidado para no decepar um dedo. —Digo, ao vê-la rodar a ponta afiada em seu indicador. Me encosto no batente da porta, com os braços dobrado sobre o peito, enquanto observo aquele movimento minucioso que ele faz. Observo como minha presença repentina não a assustou, como se ela soubesse que eu já estava ali, como se reconhecesse minha presença a um tempo.

—Elas são lindas, suas adagas. —Sua voz suave quase como um sussurro aos ventos faz meu corpo vibrar. Com um cuidado de alguém que não gostaria de cortar a mão ela abaixa a adaga para a mesa mais perto. Seu rosto se levanta com um movimentos delicado, me permitindo encontrar seus olhos castanhos. —Uma parte de mim até deseja aprender a manusear elas.

—Eu poderia te ensinar. —Me proponho, ainda a avaliando com atenção em cada movimento dela. —Acho que daria uma bela espiã. —Digo, a verdade. Elain conseguia ser sorrateira, de um jeito que só um espião com um bom tempo de treino conseguiria. Talvez ela tivesse nascido com um dom para isso. Seus olhos me avaliam por um momento, como se tentasse descobrir como me responder.

—Obrigada por se oferecer Az, mas você sabe que não sou com Feyre ou Nestha. Não sou uma lutadora. —Ela diz. Apenas assinto com a cabeça em entendimento.

Me afastando da viga me ponho para dentro do quarto e tenho que força minha vista se acostumar com toda aquela claridade distribuída por ele. Avalio as paredes para saber de onde saíram tantas luzes assim, e posso ver que Elain reconhece isso.

—Estava escuro de mais, então pedi para a casa o iluminar para mim, espero que não tenha problema. —Sua voz carregava um tom leve de receio como em seus olhos enquanto esperava por minha resposta. Passo meus olhos por ela tentando decidir qual seria a melhor reposta para dar.

Corte das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora