O cheiro de frutas silvestres toma conta do palácio da outonal, conforme deslizo sorrateiramente pelos corredores iluminados.
Sinto meu corpo cansado, devido a noite mal dormida. Que não saberia dizer se era por conta do chão duro da caverna gelada de uma noite de outono, ou pelo calor do peito musculoso que estava grudado em minhas costas a noite toda.
Desde que acordei, meus pensamentos se rodeiam em torno da noite passada, dos lábios deles se banqueteando em mim. Mesmo conforme ele me explicava sobre a missão, onde ele me orientava sobre alguns informações da corte que poderia ser importante para eu conseguir me safar caso fosse pega, minha mente só pensava em suas mãos grandes e quentes deslizando pela minha pele.
E nesse momento, enquanto ando pelo castelo da Outonal, como uma mera cortesã em um vestido fluido verde água com mangas cigana e um corset de couro preto no qual escondia algumas adagas. Me encontro alheia em meus pensamentos tentando entender a noite passada.
Escuto passo me alcançar durante o caminho que percorro pelo palácio, até um macho esbelto e corpulento parar a minha frente, com uma túnica vermelha, feita em um material que me lembrava o couro illyriano. E em seu peito esquerdo o fogo era bordado em preto.
—Posso ajudar? —Pergunta a voz grossa daquela que vem do fundo da garganta. Meus olhos deslizam ao rosto do macho, os cabelos negros estavam raspados, onde deixa mais evidente suas orelhas arredondadas.
Sua orelhas era o que menos chamaria a atenção para o seu sangue "impuro", a pele alaranjada do tom do fogo com vinhas negras que lembravam finos galhos de árvores que subia do pescoço e passava pelas bochechas ao encontro da testa. Era isso que chamava a atenção para o feérico que para alguns seria considerado "inferior"
Olho para ele com os olhos de corsa que já vi algumas das grãs sacerdotisas de má índole usar com os grãos feéricos que manipulavam.
—É...—A vermelhidão subiu ao meu rosto, conforme me sentia envergonhada e sem jeito ao ser pega. —Éris estava ansioso de mais e acho que acabou confundindo ao me explicar onde fica a saída dos empregados. —Apertei levemente meus lábios e meus olhos entregaram que tipo de empregada me referia, mas os olhos do guarda estavam presos em minha boca, conforme a rasgava levemente meus lábios com o dente.
Deslizo meu braço esquerdo pela cintura bem abaixo de meus seios farto, que serviu de apoio para minha mão direita poder brincar com o pingente da corrente dourada em meu pescoço, me sentindo insegura.O movimento fez com que meus peito se espremessem no corset do vestido, os fazendo querer pular para fora, com a posição de meus braços.
Os olhos castanhos do guarda deslizaram de imediato ao meu colo, seu cheiro em meu nariz me traz uma resposta ao escurecimento repentino em seus olhos.
—Me siga, irei escóltala até a saída. - O cheiro que subiu ao meu olfato vindo do macho me fez estremecer levemente.
—Obrigada! — Forcei um sorriso inocente me lembrando do que Azriel avia me dito hoje mais cedo.
O macho com pele alaranjada direcionou com a mão aonde eu deveria ir, e eu obedeci, seguindo a frente para o caminho que desejava.
Meus olhos estavam atentos o tempo todo, conforme cada feérico passava ao nosso redor. Mesmo que o cheiro do macho atrás de mim estava me deixando irritada, com aqueles olhos castanhos que mesmo sem eu olhar sabia que deslizava pelas curvas do meu corpo, que estavam bem evidentes na moda outonal.
Essa corte ainda mantinha os velhos costumes de que suas fêmeas deveriam usar vestidos e não calças. Mas o estilo dos vestidos eram aqueles que realçassem suas curvas, deixando você evidente a qualquer macho que a deseja usar. Não ligaria para o vestido, se não fosse o traste de macho que me escoltava.
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Corte das sombras
FantasyTrês irmãs e três irmãos, tudo se encaixava perfeitamente. A única coisa que não estava certa era o caldeirão ter presenteado dois dos irmãos com duas irmãs e a terceira ser dado a outro. Mas o caldeirão não erra, e nem a mãe, o caldeiro mistura a...