Capítulo 30

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GWYNETH

   Silêncio

   È tudo que ocorre entre mim e ele, desde que eu disse que ele me protegeria.

   Ele apenas me deu um sorriso incerto, e disse para pegar algumas armas e o encontrá-lo na sacada em alguns minutos.

   Meu coração se apertou com aquele peso que estava em seu olhar, e me senti uma idiota pelas palavras que eu havia proferido.

   Por alguns instantes cogitei a possibilidade de não ir, mas mesmo com aquele sorriso e olhar estranho, eu sentia que ele iria me proteger, como eu sabia que eu mesmo poderia me proteger. Então ali estava eu, me agarrando ao seu pescoço conforme ele abria voou para os céus de nossa corte.

   Seus dedos se agarrava firmes em minha cintura, como na noite anterior, me causando leves arrepios que pretendia culpar o vento, mesmo que ele me protegesse do mesmo.

   E ali estávamos nós novamente, voando o céu de Velaris, tão perto um do outro, ou era apenas o que parecia, já que mesmo estando tão perto um do outro, parece que estávamos a milhas de distância.

   Respiro fundo, fazendo meu peito roçar no dele. Fazendo seu braço retesar em minha cintura.

   Mas assim è a viagem toda, até depois de atravessarmos para as fronteiras da invernal com a outonal.

🧜🏻‍♀️🧜🏻‍♀️🧜🏻‍♀️

   Meu corpo queimou de dentro para fora de um jeito agradável, quando pousamos nas florestas vermelhas da corte outonal, podia sentir meu poder transbordar em meu corpo, enquanto deslizavam com uma queimação prazerosa pelas minhas veias.

   Meu corpo parecia formigar, na necessidade de liberar aquilo dentro de mim, para deixar fluir sobre meus dedos e liberta-lo para seu lugar de origem, para casa.

   Era estranho, a força que o poder de uma corte causava em minhas veias, eu sabia que possuía o fogo outonal como uma herança de minha família, mas estando em suas terras, na terra de quem esse poder pertence, parece ser capas de queimar vilas inteiras em vez de acender fogueiras.

   —Você está bem? —Pergunta Az, falando a primeira vez comigo desde que saímos de nossa corte. Ele esta alguns passos a minha frente, ajeitando nossa bolsa de suprimentos, conforme seus olhos caramelos fixam em mim.

   Ódio transborda por mim, ao ver aqueles olhos ter a discrepância de me olhar com preocupação, quando o que me fez sentir na última hora foi solidão.

   —E você lá se importa. —O suor deslizou pela minha testa, quando o fogo queimou minhas veias, pedindo permissão para sair. Az, me olha com confusão. —Esta fugindo de minha presença desde que saímos, se não me queria aqui porque me chamou?

   O encantador de sombras se aproxima alguns passos, me avaliando cauteloso, como se pudesse ver o fogo crepitando em minhas veias, e pedindo permissão para destruir.

E uma faísca se ascende em minhas mãos, sinto a gavinha de fogo brincar entre meus dedos, pronto para destruir o que eu desejar, e nesse momento só a uma única coisa que desejo queimar.

   —Porque eu te quero aqui, você è minha amiga. —Diz ele com a voz serena, como se tentando acalmar meu corpo. Porém aquela maldita palavra, aquele maldito título me deixa mais enraivada. —Mas para isso poder funcionar, para a missão ter êxito, você precisa se acalmar.

Corte das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora