Capítulo 17

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Laila

          - Como vamos passar por essa merda? – Coloco a mão na testa, limpando a fina camada de suor que se formou ali, enquanto encaro o enorme portão de ferro maciço de entrada para a base subterrânea.

          Olho ao redor e reparo no restante fazendo uma vista geral do local, procurando por possíveis falhas e outras saídas além da principal para o caso de a merda voar no ventilador. Chacoalho os ombros para dissipar o nervosismo e a tensão que se apodera mais do meu corpo a cada segundo e tento focar apenas no presente e em todos os passos revisados para esse plano do Fury.

          Os dois estão aí dentro, a metros de distância de mim, em algum lugar dessa prisão abaixo da penitenciária e, em pouco tempo, terei eles em meus braços. Respiro fundo e tento criar a imagem dos dois seguros e de volta ao complexo em minha mente e consigo fazer minha respiração se acalmar.

          O lugar é horrível, escuro e fede esgoto e algo a mais que não quero decifrar como carniça. Imaginei que não seria organizada e cheirosa, considerando que, pelo o que descobrimos, os piores trabalhos são feitos aqui, mas imaginei que seria, no mínimo, limpa. Há lixo por todo lugar e tanta água empoçada no chão que não quero saber de onde vem. Tomo cuidado com meus passos para não pisar em lugar nenhum que não seja firme e descobrir o que, exatamente, tem aqui além de água.

          Arrepios percorrem meu corpo com o pensamento do meu irmão e do Bucky enfiados aqui em alguma sala e fecho os olhos por alguns segundos, me permitindo um pouco de paz ao não enxergar a entrada para o local totalmente vedada com um portão que pesa toneladas e não dá o mínimo sinal de que pode ser arrombado.

          - É bem fácil, Laila. – Ouço a voz de Fury atrás de mim e me viro, encontrando o mesmo a um passo de distância, então presto atenção nas direções que ele aponta. – Há, exatamente, vinte e sete câmeras espalhadas desde o estacionamento abandonado até aqui. Todo esse caminho que fizemos foi monitorado. Eles vão abrir o portão em poucos segundos, se não estou enganado.

          - Na verdade, são vinte e oito. – Murmuro e aponto com a cabeça para a pequena bolinha que emana uma luz infravermelha no centro do portão. – Esqueceu de contar essa.

          - Ah, bem observado.

          Cruzo os braços com o frio repentino que invadiu o lugar e ouço um estalo. Olho na direção do barulho e reparo no portão abrindo lentamente. Claro que eles estavam aguardando a nossa visita. Que ótimo lugar para me enfiar com essa gente.

          Olho para trás e enxergo Wanda e Nat logo atrás de mim. Trocamos um olhar e solto meus braços, assumindo uma postura mais ereta e pronta para qualquer coisa que possa acontecer, mas o silêncio que preenche o lugar quando o portão abre de vez quase faz minha cabeça doer.

          O corredor à nossa frente é escuro e consigo ouvir as gotas de água pingarem no chão quando dou um passo em direção a ele. Todo mundo é silencioso ao entrar, prestando atenção em qualquer barulho que possa parecer diferente, nem que seja o de um único passo. A única iluminação que temos é uma fraca luz vermelha que sai das lâmpadas de emergência espalhadas pelo caminho. O restante é envolto em uma escuridão gélida e cortante.

          Olho mais uma vez para trás e, assim que Stark coloca seu pé para dentro, o portão volta a se fechar. Lanço um olhar preocupado a Fury, mas ele apenas pisca e eu entendo que eles acharam outra saída.

          Algumas ideias iniciais que Fury teve foram substituídas e nem todos estão presentes hoje. Rhodes, Sam, Stark, Fury, Maria, Wanda, Nat e Vision são os únicos que vieram. Ainda não consegui decidir se essa foi uma escolha inteligente ou a maior cagada da vida do Fury, mas confio o suficiente no seu julgamento para aceitar isso e acreditar que ele, com certeza, tem um bom plano.

The Project || Bucky Barnes (a editar)Onde histórias criam vida. Descubra agora