Bucky – dezembro de 1943
Ando nervoso de um lado para o outro na tenda enquanto alterno o olhar da entrada para o relógio em minha mão. Dou um suspiro nervoso e lanço um olhar para Steve.
- Ela está atrasada. Acha que não recebeu o recado ou que aconteceu alguma coisa? – Seguro a caixinha com força em minhas mãos e ouço a risada baixa vinda do homem ao meu lado.
- Eu acho que você está ansioso demais e logo vai estar caído no chão em um ataque de nervos. – Sinto sua mão no meu ombro e me viro para ele, tentando forçar o meu corpo a relaxar. – Ela está apenas três minutos atrasada. Respira fundo, Bucky.
Balanço a cabeça e faço como mandou, respirando fundo várias vezes enquanto abro e fecho a caixinha. Fecho-a de vez quando ouço a voz daquela que estou esperando e me viro com um sorriso enorme no rosto, sentindo todas as preocupações desaparecendo da minha mente. Meu primeiro instinto é observar o seu corpo em busca de algum machucado ou sinal de que estava em perigo e suspiro aliviado ao perceber que ela acabou de sair do banho. O cheiro que ela exala é do sabonete barato e ruim que temos disponível, mas continua sendo agradável e me acalma quando vem da mulher à minha frente. Olho para o seu rosto, decorando todos os pequenos detalhes e memorizando a cor azul intensa de seus olhos e seus cílios longos e loiros, da mesma forma que sempre faço antes de qualquer decisão que tomamos em relação ao nosso futuro. Abaixo o meu olhar para sua boca, que está pintada com o vermelho intenso de sempre e exibe um sorriso enquanto me observa. Ela começa a falar, me tirando do transe.
- Amor? Queria me ver? – Olho para o Steve, que entende e sai silenciosamente da tenda. Volto a atenção para Laila e sorrio novamente enquanto ando em sua direção depois de guardar a caixinha no meu bolso.
- Sim. Na verdade, eu... – Me interrompo quando paro na sua frente e seguro o seu rosto com uma mão enquanto descanso a outra na sua cintura, puxando-a para mim. – Está com fome? Arrumei um pequeno jantar para nós. – Aponto para a mesa sem tirar os olhos dela.
- Jantar? Alguma ocasião especial? – Sorrio mais com a sua expressão e me inclino, deixando um beijo leve e demorado em seus lábios. Acaricio seu rosto e seguro uma risada de pura felicidade, ainda sem acreditar que essa mulher é minha e que, se tudo ocorrer como planejado, vai continuar sendo pelo resto da vida.
- Não posso tentar agradar a minha namorada? – Pergunto enquanto me afasto e seguro sua mão, nos guiando até a mesa.
- Todos os dias, se quiser. Não estou reclamando. – Puxo a cadeira e espero ela se sentar para dar a volta e me sentar também, acendendo as duas velas que consegui encontrar com a ajuda de Steve e Peggy. Observo a mesa que montei e escondo uma careta. Eu poderia ter conseguido mais se não estivéssemos no meio de uma guerra. Laila merecia mais, porém preciso me contentar com isso.
A pequena mesa é improvisada e está coberta com uma pequena toalha que Peggy me ajudou a encontrar e o pequeno vaso de flor no meio dela é feito com flores silvestres que achei na mata ao lado do acampamento. Ergo a bandeja com a refeição da noite e dou risada com o aspecto feio da carne. Laila me acompanha na risada e arqueia as sobrancelhas.
- Prometo que o sabor é melhor que a aparência. – Dou um sorriso culpado e nos sirvo com cuidado para não derrubar nada.
- Eu sei, qualquer coisa está sendo melhor do que a comida de sempre. O que importa é o esforço. – Encho nossos copos com o vinho barato que temos disponível aqui e ergo o meu para fazer um brinde. – Tudo bem, não me diga que você tem alguma notícia ruim e está fazendo isso para diminuir o impacto.
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The Project || Bucky Barnes (a editar)
General Fiction- Vai se arrepender se encostar um dedo no meu irmão - falo com os dentes cerrados e John se aproxima também. - Ah sim, você é muito perigosa com esses braços fortes. - Os dois cutucam meus braços e tremo de ódio, sabendo que não posso fazer nada s...