Bucky - 1938
- Você tem certeza que vamos conseguir ler todos esses livros até o final do ano? – Viro a cabeça em sua direção e a encontro encarando a lista que fizemos. O seu livro está fechado e deixado de lado na poltrona em que está sentada.
- Se você realmente prestar atenção à leitura, então sim. – Minha voz é carregada de sarcasmo e ela desvia o olhar para mim com um tom de irritação, mas eu apenas sorrio.
- Eu não estou gostando desse. – Ela resmunga e empurra O Grande Gatsby para mim. Arqueio as sobrancelhas enquanto pego o livro e ela volta a observar a lista. – Sabe que prefiro fantasia. Tipo O Hobbit.
Sorrio e assinto, entendendo o que quis dizer. Um dos nossos livros preferidos é quase uma fantasia infantil e eu não poderia estar mais feliz com isso. Criamos uma rotina de leitura e, alguns minutos atrás, terminamos de estabelecer nossa meta. Até o final do ano precisamos ler todos os trinta e um livros citados ali, um acompanhando o outro para trocar experiências. Meu sorriso aumenta um pouco com isso.
Ultimamente, estou utilizando qualquer desculpa para passar mais tempo ao seu lado, então a ideia de fazer esse acordo foi toda minha. Na maior parte do tempo em que estamos na biblioteca de casa, apenas finjo que estou lendo, usando esse momento para poder prestar atenção na mulher à minha frente. Agora, eu simplesmente posso apreciá-la e observar todas as expressões que faz enquanto lê. Seus olhos brilhando, o sorriso dançando em seus lábios, suas risadas ocasionais. Tudo me faz perder o fôlego e me distrair do real objetivo aqui.
Não sei se ela realmente entende o efeito que tem sobre mim e estou me controlando cada vez mais para não segurar seu rosto em minhas mãos e sentir novamente o gosto dos seus lábios cheios e macios, implorando para serem provados. Muito conveniente utilizar a desculpa da leitura para passar horas juntos todos os dias e ninguém achar estranho demais. Mesmo que, a essa altura, minha família inteira esteja esperando eu tomar alguma decisão. Se eu desse ouvidos a eles, já estaríamos casados e criando nossos filhos. A ideia não parece tão ruim, para falar a verdade, mas acho que ter qualquer conversa do tipo assustaria Laila a ponto de ela não querer mais frequentar minha casa. E eu não quero nem pensar nessa possibilidade.
- Infelizmente, você concordou com todos eles. Vai ter que ler. – Sorrio empurrando o livro de volta para ela. – Você vai gostar, prometo. – Aponto para o meu, mostrando que já estou próximo da metade.
- Não sei, não. Não podemos trocar por algum da Jane Austen? – Seu sorriso é doce e eu reviro os olhos, sabendo qual vai ser a minha resposta.
- Já colocamos praticamente todos os livros dela aqui. Qual você quer acrescentar?
- Northanger Abbey. Não colocamos esse. – Ela me entrega o livro e cerro os olhos ao perceber que ela já estava planejando mudar a lista faz tempo. Garanto que nem chegou a começar Gatsby.
- Entendo. – Falo devagar e leio a descrição do livro. Pauso por um instante, fingindo pensar sobre o assunto, mas seu olhar me impede de demorar mais um segundo para responder. – Tudo bem, podemos ler.
Seu sorriso se alarga e ela pula da poltrona, vindo na minha direção e me abraçando. Não sei porque ela age como se eu não cedesse tudo o que pede para mim. Queria que ela soubesse o tipo de poder que tem sobre mim e o que exatamente eu faria por ela. Mas, depois do nosso beijo duas semanas atrás, ela não me deu abertura para falar sobre nada íntimo ou relacionado a sentimentos. Tentei iniciar a conversa várias vezes, mas ela sempre desvia o assunto, como se não tivesse percebido minhas insinuações. Mesmo que eu saiba que isso é besteira e ela entenda onde quero chegar. Então, eu apenas aceitei o que ela quis me dar.
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The Project || Bucky Barnes (a editar)
Fiction générale- Vai se arrepender se encostar um dedo no meu irmão - falo com os dentes cerrados e John se aproxima também. - Ah sim, você é muito perigosa com esses braços fortes. - Os dois cutucam meus braços e tremo de ódio, sabendo que não posso fazer nada s...