Laila
A prisão é um lugar totalmente diferente do que eu esperava, para falar a verdade. Quando Fury decidiu acatar o nosso pedido de visitar Ross e Elizabeth e disse que precisava de um momento para organizar nossa ida, não imaginava que isso significava uma viagem até um local escondido abaixo das águas do oceano, chamado aparentemente de Balsa. Steve me contou que aqui ficam mantidos os piores tipos de pessoas que posso imaginar e que eu devo tomar muito cuidado e seguir apenas o que Fury indicar.
Eu não fiquei exatamente amedrontada, mas, considerando tudo o que meu irmão e os famosos Vingadores já combateram, prefiro não arriscar a minha sorte, então apenas sigo os passos de Nick.
Bucky segura a minha mão com certa força e eu consigo sentir que está se segurando para não apertar mais. O seu corpo emana nervosismo e ansiedade e, mesmo estando em silêncio e vestindo a sua máscara de indiferença, posso perceber na forma que seu olhar muda de direção constantemente e no leve vinco em sua testa que estar aqui o aterroriza. Não sei se é pelo fato de estarmos prestes a ficar cara a cara com aqueles dois ou se o ambiente provoca essas sensações nele. Talvez um pouco dos dois. Não posso negar que, conforme avançamos os passos e passamos por esses corredores insípidos e gelados, a impressão de que algo ruim vai acontecer quase se concretiza em minha mente.
É como se esse lugar fosse construído para causar mal estar e deixar os nervos à flor da pele. Eu não acho que seja apenas uma coincidência.
Fury parece diminuir a velocidade para atravessar por mais uma das portas de metal fechadas e, quando acho que vamos continuar andando após atravessá-la, ele para completamente e se vira para nós dois em uma expressão séria. Quando olho ao redor, percebo que se trata de uma pequena sala circular com quatro portas além da que acabamos de passar. Todas elas parecem possuir mais travas de segurança do que as outras e me dou conta de que, atrás de uma delas, estão Ross e Elizabeth.
- Eu vou deixá-los a sós pelo tempo que precisarem e, quando estiverem prontos, apenas acenem para a câmera no canto esquerdo, oposto ao da porta – ele diz e espera nossa confirmação com a cabeça. – Sei que já sabem disso, mas, por favor, tomem cuidado.
- Tudo bem, obrigada – aceno e ele parece ficar satisfeito com o que enxerga em nosso olhar. Fury se vira e começa a digitar uma senha antes de utilizar sua digital e o reconhecimento ocular para desbloquear a porta.
A tranca se abre em um click silencioso e ele nos dá passagem, fechando a porta no segundo em que a atravessamos.
Deixo uma respiração trêmula escapar dos meus lábios e sinto o corpo de Bucky tensionar antes que eu possa erguer o olhar do chão. Quando faço isso, percebo que os dois pareciam esperar nossa visita e estão nos encarando com um olhar vazio, ainda que seus rostos exibam um sorriso cínico.
Eles estão na exata posição que Fury nos indicou. Cada um deles em um cubículo revestido de vidro para poder enxergar o que está acontecendo aqui fora. Eles possuem uma cama cada e uma pequena cômoda ao lado, provavelmente para guardar um uniforme limpo ou algum outro pertence. Não posso dizer que fico contente com a situação confortável, mas não cabe a mim reclamar.
Apesar de tudo, seus semblantes estão cansados e os olhos fundos, como se não dormissem a dias. Mesmo tentando parecer inteiros ao nosso olhar, consigo perceber a forma com que travam a mandíbula e nos encaram com resignação, como se entendessem que perderam, mas ainda não aceitassem completamente.
Nenhum de nós fala nada pelo o que parece uma eternidade e, ainda que saber que nenhum dos dois podem nos machucar ou escapar daqui, a ansiedade ameaça me sufocar e impedir o sangue de fluir pelo meu corpo. Sinto a respiração falhar e minhas pernas tremerem quando dou um passo na direção deles no mesmo instante em que Bucky o faz também.
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The Project || Bucky Barnes (a editar)
General Fiction- Vai se arrepender se encostar um dedo no meu irmão - falo com os dentes cerrados e John se aproxima também. - Ah sim, você é muito perigosa com esses braços fortes. - Os dois cutucam meus braços e tremo de ódio, sabendo que não posso fazer nada s...