CAPITULO 58

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UM ANO DEPOIS...

Capítulo 57 – Primeira Parte

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Capítulo 57 – Primeira Parte

– Te amo, Camila! Não deixa a gente aqui sem você, meu amor... Acorda logo, Bela Adormecida! – Luan murmurou, com a voz embargada, antes de se despedir de Camila. Ele a deixou nas mãos de sua mãe e saiu do quarto, sentindo o peso da culpa e da dor que lhe apertavam o coração.

Era mais uma sexta-feira, e Luan sabia que precisava se preparar para o palco. Mais uma vez, ele teria que transformar-se em Luan Santana, o artista, diante de centenas de pessoas. Mas, por dentro, estava exausto. Cada dia mais difícil, cada noite mais solitária. Deixar o Luan Rafael em casa para viver a persona do cantor estava se tornando insuportável. O desgaste já era grande, e ele sentia que seu corpo e sua alma pediam por uma pausa. Estava esgotado, tanto física quanto emocionalmente.

– Eu preciso de um tempo – Luan pensou, enquanto se dirigia para o carro, tentando reunir forças para mais um show.

Conversa com seu pai, decisão tomada: ele daria uma pausa inicial de seis meses. Era um alívio em meio à turbulência de sua vida. Durante essa pausa, ele havia discutido com Stacy a possibilidade de tentar um novo tratamento para Camila. Surge uma esperança, um estudo clínico para pacientes em coma. Apesar de saber que a situação dela já era desesperadora, ele não podia se dar ao luxo de desistir.

Segundo os médicos, não havia mais nada que pudesse ser feito. Camila já estava mais de um ano e meio sem sedativos, e nada aconteceu. Quando ela foi retirada dos sedativos, todos acreditavam que ela acordaria rapidamente, talvez nas primeiras semanas, ou nos primeiros meses. Mas os meses passaram, e a esperança que antes era constante, agora se desvanecia lentamente, deixando apenas um vazio imenso no peito de Luan.

E, como se a dor de ver sua amada assim não fosse o suficiente, Benjamin também estava enfrentando seus próprios tormentos. O menino adoeceu no mês passado e precisou ser internado. A febre, a falta de ar e o cansaço o debilitavam, e o pediatra diagnosticou um quadro de bronquite emocional. Ele estava sofrendo por causa da falta da mãe, o que o fez emagrecer e desenvolver anemia. Além disso, Benjamin parou de acompanhar Luan nos shows. O pequeno preferia passar os fins de semana no hospital com a avó, ao lado de Camila. Sua mãe era sua única prioridade. Quando chegava ao hospital, subia a escadinha e se aninhava no peito de Camila, buscando consolo na presença dela, ainda que ela não estivesse completamente ali. Ficava quieto, sem palavras, como se, ali, perto dela, ele pudesse sentir um calor vital para sua sobrevivência. Algo que ele não podia mais explicar, mas que, para ele, era tudo.

Hoje seria o dia em que Luan anunciaria sua pausa. A decisão estava tomada. A carreira poderia esperar. A maternidade de Benjamin já era algo público, e ele também já sabia sobre o acidente que havia levado sua mãe a esse estado. Foi uma tarefa difícil explicar para Benjamin, que, embora muito jovem, soubesse que seu pai não tinha culpa. Luan fez o que pôde para mostrar ao filho que o acidente foi algo que ninguém poderia ter previsto, um pesadelo do qual ele também fazia parte. Benjamin, apesar da dor, foi compreensivo. Ele entendia que seu pai estava sendo sincero, e que o que aconteceu foi algo terrível e imprevisto.

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