You'll always know me

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Tempos atuais.


Estou simplesmente furiosa.

Meu ódio é quase palpável.

Não é como se eu esperasse ir pra guerra ou algo do tipo. Porém eu ofereci minha residência para ajuda-los e ainda consegui o livro que eles queriam. Mereço pelo menos um pouco de informação... mas não, Amelia? Foda-se Amelia.

Faz um mês que conseguiram a outra parte do livro dos sopros. E nesse tempo, não recebi nem uma carta falando sobre a situação da guerra, como andam os preparativos, se estão vivos, absolutamente nada.

Eu não deixei claro meu interesse? Porque com certeza deixei claro que poderia ajudar.

Nem mesmo os sentinelas que mandam, — a meia noite e meio dia — sabem de alguma coisa.

Ou seja, quando precisaram de mim e minha casa, eles vem. E quando acabam posso ir para puta que pariu.

Sou grata pela chance de ir a Velaris, mas não sabia que aquilo significava que se eu não fosse iriam me ignorar. Sei que eles não tem muito tempo livre no meio de uma guerra, no entanto demoram cinco minutos para escrever uma carta!

Sinto a besta dentro de mim rugir, tenho que respirar muito fundo para acalma-la.

Estou muito, muito brava.

Brava com Feyre por novamente não mandar cartas avisando se está bem. Ela não aprende? Eu quero saber se ela está bem!

Brava com o mestre espião por saber de meu grande interesse pela guerra e me deixar no escuro sobre ela. Também me irrita que ele não acha que posso ajudar, quando posso e muito.

Brava com Cassian, por não pedir aos sentinelas que me deem qualquer informação. Achei que eramos amigos!

Brava com a vida, por simplesmente não poder fazer nada para ajudar sem a porra das informações.

Então sim, meu humor está incrível.

Tão incrível que estou gritando com a cara na almofada e socando ela.

— Eu — soco na almofada. — Odeio — mais um soco. — Tudo — mais um.

E eu afundo meu rosto na almofada dando um gritinho que seria extremamente alto, mas foi abafado pelo veludo azul-marinho escuro — quase preto, — com pequenos brilhos,  — uma noite com estrelas seria a descrição ideal.

Me levanto da cama abruptamente, meus passos eram tão pesados que tilintavam a xícara de porcelana sobre o pires na mesa de cabeceira.

Peguei o pente, para pentear os mechas bagunçadas.

Eu gostava do preto em meu cabelo, era um jeito de ser diferente. Talvez um ato de rebeldia, que me fazia sentir livre, decidida sobre mim mesma. Uma escolha que fiz apenas para mim, sem pensar em outras pessoas.

Tirei um fio escuro da roupa — uma blusa e calça pretas, as botas de couro tinham um pequeno salto. — Agora que tinha as ondas controladas, poderia finalmente descer.

Me olhei no espelho e respirei fundo, precisaria de toda a calma possível.

Como se tudo não pudesse piorar, era hora do jantar, e eu não sabia como infernos aturaria Nestha e Elain.

Se Graysen tivesse aqui, nem mesmo tentaria, só pularia no pescoço dele e foda-se.

Que o caldeirão me de paciência.


Corte de borboletas da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora