So it goes...

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Acordei antes de Azriel, e pisquei, tentando me lembrar dos últimos acontecimentos. Assim que realizo todos eles, me dirijo para fora da tenda, e chamo a curandeira para avaliá-lo.

Vou para minha barraca, e me trajo com uniforme illyriano. Ao ver Lily enquanto me troco, peço desculpas, por tê-la ameaçado... Lilian me perdoa, com um assentir de cabeça e um sorrisinho — ela ficará chateada, mas por fim decidiu relevar.

Do lado de fora de minha tenda, o acampamento de guerra illyriano está completamente agitado — com guerreiros perambulando e correndo e Kallias e seu exército chegando e descarregando.

Estava quase na tenda de guerra, oferecendo acenos de cabeça ou algumas encaradas duras em resposta aos acenos e olhares cautelosos que os guerreiros illyrianos me lançavam, quando vi a comoção perto da borda do acampamento. Alguns passos extras me puseram diante de uma linha de demarcação fina de grama e lama: a fronteira do acampamento da Corte Invernal, agora quase montado com todo o esplendor.

O exército de Kallias ainda atravessava com suprimentos e unidades de infantaria; a corte era composta de Grão-Feéricos com cabelos brancos como a neve, ou pretos como a noite mais escura, as peles variando de pálidas como a lua até um castanho exuberante. Os feéricos inferiores... Kallias tinha trazido mais feéricos inferiores que qualquer um de nós, excluindo-se os illyrianos.

Criaturas de braços e pernas longos, como fragmentos de gelo que ganharam forma, passaram caminhando, altas o bastante para colocar as bandeiras de cobalto e prata sobre diversas tendas; carruagens eram puxadas por renas de passos firmes e preguiçosos ursos brancos com armaduras ornamentadas, alguns tão perfeitamente cientes, quando passaram, que eu não me surpreenderia se pudessem falar. Raposas brancas corriam pela vegetação rasteira, levando o que pareciam ser mensagens presas aos pequenos coletes bordados.

Nosso exército illyriano era brutal, básico — alguns ornamentos e apenas patentes dominavam. O exército de Kallias — ou, supus, o exército que Viviane havia unido durante o reinado de Amarantha — era algo completo, lindo, fervilhante. Ordenado, porém latejando com vida. Todos tinham um propósito, todos pareciam empenhados em realizá-lo com eficiência e orgulho.

Vi Mor caminhando com Viviane, e uma jovem de beleza estonteante que parecia gêmea ou irmã de Viviane. Viviane sorria.

Não me dei o trabalho de olhar para Mor e voltei a andar.

De pé ao lado da imensa mesa na tenda de guerra, acompanhada de cada lado por Grão-Senhores e seus comandantes, cruzei os braços quando Helion empurrou um número assustador de miniaturas para a metade inferior do mapa de Prythian.

— Meus batedores dizem que Hybern está se movendo desde esta tarde.

Azriel, — agora com os cuidados da curandeira — sentado em um banco, as asas e as costas pesadamente enfaixadas e o rosto ainda cinzento com perda de sangue, assentiu uma vez.

— Meus espiões dizem o mesmo. — A voz ainda estava rouca dos gritos.

Os olhos âmbar incandescentes de Helion se semicerraram.

— Mas ele mudou de direção. Planejara mover aquele exército para o norte, nos levar de volta por aquele caminho. Agora, marcha para o leste.

Rhysand apoiou os braços na mesa, e os cabelos negros deslizaram para a frente enquanto ele estudava o mapa.

— Então, ele está agora se encaminhando direto até o outro lado da ilha... Com que objetivo? Seria melhor dar a volta, velejando. E duvido de que tenha mudado de ideia com relação a nos enfrentar em batalha. Mesmo com Tamlin agora exposto como um inimigo.

Corte de borboletas da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora