Lua Negra

Vingança e liberdade

Alec

As árvores no pátio do castelo balançavam com o vento. A cidade lá fora já havia começado a acordar, e aposto que todos nela podiam ouvir os gritos de Aro. Minha irmã obviamente poderia aumentar a frequência de seu poder para ele sentir tanta dor que não pudesse fazer isso, mas Jane queria ouvir os gritos dele. Todos queríamos.

No chão de seu precioso castelo Aro Volturi rastejava e se contorcia. Era uma visão patética. Ele era patético, parecia um rato encurralado e obviamente estava com medo, porque ele sabia que qualquer que fosse sua punição a morte pareceria uma benção perto dela.

Michael pediu para recolocar a cabeça dele no lugar, e depois disso o arrastou até aqui. Cada lobisomem presente já teve a oportunidade de espancá-lo, agora era nossa vez de continuar com o show.

Esperei por isso inconscientemente por séculos, e agora finalmente era real, entretanto, me senti a pior pessoa do mundo quando os olhos de Aro encontraram os meus através da multidão. Aqueles olhos profundamente vermelhos foram os olhos que representaram a última fagulha de esperança quando minha mente havia parado de lutar contra as brasas ardentes e meu corpo cedido para a inércia da dor. Você não consegue simplesmente esquecer a última pessoa que representou esperança para você, mesmo quando essa esperança era falsa. Quando Aro nos resgatou, realmente julguei que ele era algum tipo de salvador. Lentamente através dos séculos minha irmã e eu percebêssemos quem era de fato o homem que havia retirado-nos da estaca em chamas. A princípio nós dois adoramos Volterra porque parecia genuinamente um lar, parecia tão seguro e verdadeiro, mas esse era o problema com duas pessoas que nunca tinham conhecido o que era felicidade antes: era fácil nos enganar com falsos sorrisos e falsos favores. Demoramos a perceber que nada com os Volturi, especialmente com Aro, era um favor. E o que era para ser um lar se transformou em nosso pior tormento. Atados ao clã por Chelsea, ameaças e uma promessa, minha irmã e eu não tivemos a oportunidade de acertar séculos de manipulação. Até agora.

Dou um passo à frente, e então outro, e outro até que finalmente cheguei perto dele.

— Irmã, pode me dar essa honra? Tenho algumas coisas a acertar também — falei sorrindo para Jane.

Jane sorriu com minha cordialidade e Aro parou de gritar imediatamente.

— Ele é todo seu, irmão. — Ela se afastou com o queixo arqueado em desdém e o olhar satisfeito.

Me agachei na frente do líder caído.

— Olá, Aro.

Nenhuma resposta.

Seus olhos transmitiam ódio, sua boca se retorcia e tremia de raiva. Mas eu via além disso, o medo reverberava dentro dele. Um animal encurralado sabe muito bem quando está prestes a morrer.

— Antes de tudo quero que você saiba exatamente porque estou fazendo isso, para que você não pense que sou um ingrato sem nenhuma motivação — estreitei os olhos, ciente de que todos estavam escutando. — Lembra quando Jane pediu para sairmos da guarda? Você não deixou. Então, ela pediu apenas que Íris saísse. Você não deixou. Em vez disso, sutilmente ameaçou Íris através de Caius porque você foi muito covarde para fazer você mesmo. Você fez com que minha irmã fizesse uma promessa e continuou ameaçando a pessoa que ela ama. É, Aro. Eu sabia. Não pude matar você antes, porque fazer isso poderia custar a vida da minha família, mas posso fazer isso agora. E acredite, nada vai me dar mais prazer que isso. Você estava errado, sabia? Tanto esforço para fazer Victoria matar os Cullen...

Agarrei seu rosto e o obriguei a olhar para mim.

— Mas não foram eles que derrubaram você, Aro. Sua prepotência e arrogância fizeram isso. Agora, isso é por mim — deslizo minhas mãos até seu cabelo, apertando tão forte que Aro rosnou. Antes que ele tentasse reagir, o joguei contra a parede.