O acordo

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Eu encarava Alec perplexa.

Os Volturi podiam fazer muitas coisas, mas quebrar uma promessa não era uma delas.

— O que você quer? — Perguntei mais por reflexo do que por qualquer outra coisa.

Ele abaixou seu capuz de forma lenta demais para um vampiro. Teatral.

— Infelizmente não estou aqui para matar você, Cullen... Não vai me convidar para entrar? Você não é mal educada, é?

Não respondi por alguns segundos.

Alec era a arma mais poderosa que Aro tinha e a única coisa que me protegia dele não estava aqui nesse momento, o que impediria ele de me matar facilmente? A resposta era nada. Nada impedia. Se medo podia ser uma personificação, naquele momento eu era ela. Entretanto, medo é uma fraqueza que somente os humanos podiam se dar o luxo de ter. E eu não era humana. Não totalmente.

— Jamais. — Eu disse friamente. — Os Cullen jamais negam abrigo aos necessitados.

— Olha — ele disse adentrando na sala — parece que o novo adereço dos Cullen tem senso de humor.

Adereço?

Parece que me enganei, havia alguém pior que Jane no clã Volturi.

— Você só deveria estar aqui amanhã, ou os Volturi agora quebram promessas também? — Perguntei sem rodeios.

Meu rosto era uma máscara fria.

— Eu venho amanhã — afirmou ele calmamente. — Não vai me convidar para sentar? Você pode se cansar, você sabe, sua parte humana.

— Não é assim que funciona. — Rebati — Mas por que não?

Depois de você, mentalizei para ele.

Sentamos em frente a grande parede de vidro da sala de frente para a floresta. Nossa casa era em sua maioria revestida por vidro como a de Forks, eu amava aquela casa ainda mais por isso. A vista era de tirar o fôlego. Eu conseguia ver cada minúsculo animalzinho ou cada detalhe por menor que fosse. Eu via tudo.

— Como você faz isso? — Ele perguntou com a testa franzida.

Como você tira todos os sentidos de alguém?

A expressão dele era fria, entretanto havia divertimento em seus olhos. Ele gostava das provocações.

— Por que está aqui, Alec? — Perguntei em voz alta dessa vez.

Ele permanecia congelado em sua poltrona, assim como eu. Sozinhos, não precisávamos fazer tiques humanos. Eu não precisava. Provavelmente, Alec nunca os fazia.

— Preciso de sua ajuda, para o meu descontentamento, vim para negociar.

Eu estava definitivamente surpresa. Em minha curta vida eu havia sido ensinada duas coisas: o clã Volturi não dava segundas chances e eles jamais pediam ajuda.

Acho que isso se refletiu em meu rosto porque Alec sorriu, abriu uma de suas mãos e névoa preta começou a rodopiar ali.

Aquilo me assustou, assustou de verdade. Bella não estava aqui para me proteger. Ninguém estava. O que quer que Alec quisesse fazer comigo, ele faria e não havia nada que eu pudesse fazer para lutar contra.

— Irônico não é? Que um clã como os Volturi precisem da ajuda de alguém como você. Infelizmente, é isso ou morrer. E eu odiaria virar comida de animais.

Eu jamais ajudaria os Volturi por boa vontade, eu não fazia caridades como aquela.

— O que você quer de mim? — Minha voz mostrava mais coragem do que eu realmente sentia naquele momento.

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