Deitada no peito de Alec, eu assistia à chuva cair selvagemente lá fora, quase como se o céu selasse a queda dos Volturi e abençoasse a ascensão de um novo governo. Estávamos paralisados no chão dessa forma havia horas. Era tão calmo, estar com ele era calmo.
— Você acredita em Deus, Alec? — Pergunto com os olhos vidrados na enorme janela.
Ele fez que sim com a cabeça.
— Acredito em você, Renesmee.
— Não foi o que eu perguntei! — Apoiei minhas mãos em seu peito e levantei para encará-lo.
— Se você reparar bem, foi exatamente o que você perguntou, amor — Alec sorriu de lado. — Você é o meu Deus, você é a minha religião, Renesmee.
Revirei os olhos sorrindo com ele.
— Não acredito que isso finalmente acabou… Parece que você foi me buscar em Sitka há uma era atrás — confesso. — Nunca achei que me envolveria em uma guerra. Jamais pensei que me apaixonaria por você…
Os olhos dele brilharam e a luz refletiu em suas íris, dividindo-as em centenas de tons de vermelho. Era lindo. Ele era lindo. Todo ele.
— Nunca pensei que cairia tão fácil para uma Cullen e aqui estamos — Alec deslizou sua mão até o colar de pingente azul que uma vez fora de sua mãe. — Até te pedi em casamento. As pessoas vão começar a me chamar de conservador desse jeito… Como vão ter medo de mim, sabendo que sou tão…
— Intenso? — Completei.
— Eu ia dizer emocionado, mas intenso serve.
Precisei rir. Adorava que Alec e eu não tivemos um tempo para dar passos saudáveis em nosso relacionamento, nunca achamos que sobreviveríamos a guerra. Sempre foi uma missão suicida e sabíamos. Tive certeza disso quando ele salvou Sam, e mais ainda quando Alec caminhou até sua família para morrer com elas. Achei que o perderia, e aquilo me aterrorizou mais do que qualquer outra coisa, achei que morreríamos de verdade. E estive pronta para isso, o que é mais chocante ainda. A morte era um alento, e vinha com uma promessa de paz eterna, eu podia aceitar isso, mas não podia aceitar o quão injusto tudo aquilo era. Vivi, vivi de verdade, fui feliz, tive mil aventuras com minha família, com meus amigos, mas Alec? Aquela era a chance dele ser livre, e ele esteve prestes a morrer duas vezes. Pensar nisso quebrou meu coração, porque me lembrava exatamente porquê ele tinha me pedido em casamento. Alec acreditava que morreria nessa guerra, e me estilhaçava pensar que isso quase aconteceu.
— Quando você teve certeza? — Pergunto tentando afastar esses pensamentos de minha cabeça. — Sobre… Sobre mim? Sobre nós?
— Você não teve medo de mim. Falei todas aquelas coisas e você simplesmente não teve medo. Isso me intrigou. Então fiz de tudo para ficar perto de você, e você deixava. No dia em que você pulou daquele prédio com Michael desmaiado em seus braços, eu soube que a amava de verdade. Fiquei aterrorizado porque achei que você me odiaria para sempre — ele balançou a cabeça olhando para o teto.
A verdade é que tive medo, mas jamais diria isso a ele, Alec me aterrorizava no início, mas ele não precisa saber disso.
— Ah! Eu vou odiar — falei. — Não se preocupe quanto a isso.
Alec soltou uma risada tão gostosa de ouvir.
— Eu sei que vai.
Levei uma de minhas mãos até seu rosto e me aproximei lentamente com os olhos fixos em sua boca. Antes que nossos lábios se tocassem, sem que percebesse, movi minha outra mão até seu abdômen e comecei a fazer cócegas.

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Lua Negra
Fiksi PenggemarUma nova guerra se aproxima, e dessa vez os Volturi serão obrigados a pedirem ajuda ao segundo clã mais poderoso do mundo: Os Cullen. Vampiros estão morrendo a cada dia mais. Os lobisomens retornaram, não os metamorfos Quileutes aliados dos Cullen...