CAPITULO 64

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Camila estava completamente estressada e impaciente nas últimas duas semanas.

Apesar de conseguir movimentar os braços e as pernas, ainda não tinha total controle sobre seus movimentos. Estávamos em uma sala de reabilitação quando Daniela, a fisioterapeuta, colocou algumas peças para que Camila encaixasse. Mas ela não conseguia.

Seus dedos tremiam, a falta de firmeza fazia as peças caírem de suas mãos, e a frustração só aumentava. Tentava, falhava. Tentava de novo, falhava outra vez. Até que perdeu a paciência.

Com um movimento brusco do braço, derrubou tudo no chão. O olhar encheu-se de desespero, os lábios tremeram. Ela estava no limite.

E eu me senti impotente vendo aquela cena.

Os médicos haviam explicado: os tremores nas mãos e a dificuldade para falar eram sequelas do AVC que ela sofreu após o acidente.

Camila me buscou com o olhar, angustiada. Me aproximei no mesmo instante.

Com esforço, ela murmurou:

— Ca... sa...

— Você quer ir para casa?

Ela assentiu.

Segurei sua mão e levei até meus lábios, depositando um beijo suave ali.

— Eu vou conversar com os médicos, tá? Prometo que farei o possível para irmos embora logo.

No dia seguinte

Acordei com aquele aroma inconfundível.

Abri os olhos devagar, sentindo o peso leve sobre mim.

Ali estava ele...

Deitado com a cabeça sobre minha barriga, a respiração tranquila, os cabelos bagunçados.

Deitado com a cabeça sobre minha barriga, a respiração tranquila, os cabelos bagunçados

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— Bom dia. — Luan disse, surpreso.

Camila levou a mão até o rosto dele, acariciando-o com suavidade.

Ele havia feito a barba, cortado o cabelo... Estava se cuidando. Não que antes estivesse feio, mas parecia que, por muito tempo, não havia olhado para si mesmo com atenção. Talvez porque estivesse ocupado demais cuidando dela.

 Talvez porque estivesse ocupado demais cuidando dela

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